Milho: Colheita alcança 75% nos EUA e mercado inicia sessão desta 3ª feira com leves quedas

Publicado em 27/10/2015 07:15

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta terça-feira (27) com ligeiras quedas. As principais posições do cereal exibiam perdas entre 0,50 e 0,75 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,84 por bushel, mesmo patamar registrado no fechamento do dia anterior.

No pregão desta segunda-feira, as cotações passaram por uma correção técnica positiva depois das desvalorizações recentes. Contudo, em meio à falta de novas informações, os investidores permanecem focados no andamento da colheita do grão nos Estados Unidos.

Ainda no final da tarde de ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que cerca de 75% da área semeada com o grão já colhida até o último domingo (25). Na semana anterior, o número estava em 59%. Já as expectativas do mercado estavam entre 68% e 75%. Enquanto isso, no mesmo período do ano anterior, cerca de 44% da área havia sido colhida. A média dos últimos cinco anos é de 68%.

Confira como fechou na sessão desta segunda-feira:

Milho: Mercado tem dia de correção técnica e fecha sessão desta 2ª feira com ganhos de mais de 4 pts na CBOT

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta segunda-feira (26) em campo positivo e se aproximaram do patamar dos US$ 4,00 por bushel. Ao longo do dia, os futuros da commodity ampliaram os ganhos e encerraram a sessão com valorizações de mais de 4,60 pontos. O vencimento dezembro/15 finalizou o dia cotado a US$ 3,84 por bushel.

Depois das quedas recentes, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, ressalta que as cotações exibiram uma correção técnica positiva. "Tivemos um movimento técnico, com os investidores corrigindo para cima. O preço do cereal já estava barato em relação à soja", explica.

E, pelo menos por enquanto, o consultor sinaliza que as cotações deverão trabalhar próximas dos patamares praticados atualmente. "Deveremos continuar nessa linha. A colheita do milho nos EUA deverá ficar próxima de 70% e para termos uma corrida positiva teríamos que ter problemas com o clima no país, como o excesso de chuvas ou até mesmo uma nevasca. Nesse momento, a demanda mundial está bem tranquila", afirma Brandalizze.

No final desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) irá atualizar os números de acompanhamento de safras. Até a semana anterior, pouco mais de 59% da área cultivada nesta temporada havia sido colhida, conforme dados oficiais.

Já os embarques de milho totalizaram 413,304 mil toneladas na semana encerrada no dia 22 de outubro, de acordo com o USDA. O volume ficou abaixo das projeções dos participantes do mercado, entre 490 mil a 790 mil toneladas. Na semana anterior, o número ficou em 495,223 mil toneladas. No acumulado da temporada, o volume chega a 4.765,456 milhões de toneladas, contra as 6.433,396 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ciclo anterior.

"No caso do milho, os embarques nas últimas semanas estão abaixo das expectativas. Isso porque, as vendas estão baixas, o produtor norte-americano está vendendo pouco. E o mercado global se abasteceu bastante com a oferta da América do Sul, em especial a do Brasil", diz o consultor de mercado.

Além disso, as agências internacionais destacaram que o cereal também encontrou suporte nos fortes ganhos observados no trigo em Chicago. "As preocupações com a falta de umidade sobre partes das planícies de trigo ajudaram os ganhos e também deram um pequeno impulso para o milho", disse Bryce Knorr, editor e analista da Farm Futures.

Mercado interno

Em meio à volatilidade do câmbio, a segunda-feira foi de estabilidade aos preços do milho no mercado interno. Nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, as cotações permaneceram estáveis nesse início de semana. No Porto de Paranaguá, o preço ficou em R$ 34,50 a saca do cereal, já no terminal de Santos, o valor foi de R$ 37,00 a saca.

Já o dólar fechou o dia cotado a R$ 3,9167 na venda, com queda de 0,67%. Na mínima da sessão, o câmbio tocou o patamar de R$ 3,8263, com perda de 1,65%. O pregão foi marcado por poucos negócios e o cenário político e econômico do Brasil permanece no foco dos investidores.

Ainda na visão do consultor de mercado, ressalta que não há oferta por parte dos vendedores. "Mas temos os compradores mais presentes no mercado, especialmente do setor de rações. Há uma necessidade do grão para atender a demanda de final e começo de ano. E os participantes do mercado já começam a olhar a safra de verão, que está com problemas de excesso de chuvas e podemos ter queda de produtividade", sinaliza.

Com isso, os investidores já olham com mais cuidado para a primeira safra brasileira. "E já começam a pensar que talvez não tenha muita oferta do grão entre janeiro e fevereiro de 2016. E terão que correr atrás do restante da safrinha desse ano, pois a demanda do setor de rações permanece bem aquecida", acredita Brandalizze.

Por outro lado, a valorização cambial permanece contribuindo para as exportações brasileiras. Os embarques de milho somaram 4.032,9 milhões de toneladas até a 4ª semana de outubro. No mesmo período, a média diária ficou em 252,1 mil toneladas. O número representa uma alta de 53,2% em relação ao registrado no mês anterior, de 164,5 mil toneladas. As informações foram divulgadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira.

Para essa temporada, a perspectiva é que as exportações sejam recordes, podendo superar as 27 milhões de toneladas de milho. Ainda hoje, a Reuters informou que a multinacional Bunge contratou um navio com 54 mil toneladas de milho brasileiro para os Estados Unidos. A carga deverá ser entregue no porto de Wilmington, na Carolina do Norte, ainda segundo informações da agência.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado da Agrinvest, Marcos Araújo, já tinha adiantado que o país havia adquirido cerca de 1 milhão de toneladas de milho do Brasil. O volume deverá começar a ser embarcado a partir de julho do próximo ano.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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