Soja e milho em ILP no Sudoeste de Mato Grosso, por Zulema Netto e Taniele Carvalho
Na região de Cáceres e em todo o Sudoeste de Mato Grosso, a atividade predominante é a pecuária praticada em áreas extensas e a agricultura familiar em assentamentos e comunidades rurais tradicionais. Atividade secular na região, a pecuária apresenta dois perfis distintos: um que é observado em poucas propriedades rurais, com sistema de produção modelo e produtividade acima da média, e outro em larga extensão onde estão pastagens degradadas, solos com baixa fertilidade e baixa capacidade de suporte. Há, portanto, a necessidade de adoção de tecnologias apropriadas para a melhoria das condições do solo e incremento produtivo. O uso do plantio direto dentro dos sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) são boas opções para assegurar a expansão da agropecuária, sem forçar o avanço da fronteira agrícola e com eficiência para algumas regiões de pecuária.
Os principais benefícios do plantio direto na ILP citados em trabalhos científicos são os seguintes: melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo; redução da ocorrência de doen- ças, insetos-pragas e plantas daninhas; maior produtividade das plantas e animais e redução de riscos pela diversificação de atividades. Segundo pesquisas, a necessidade de reduzir o desmatamento e mitigar a emissão de gases de efeito estufa, em meio à demanda crescente por alimentos, força a busca de soluções que, sem comprometer a sustentabilidade dos recursos naturais, incentivem o desenvolvimento socieconômico e reduzam o custo da recuperação e da renovação de pastagens em processo de degradação.
Os vários sistemas de ILP são implantados de acordo com o perfil e os objetivos da fazenda. As diferenças podem ser atribuídas a peculiaridades regionais e da propriedade: clima, solo, infraestrutura, experiência do produtor e tecnologia disponível. Três modalidades de integração são observadas em Mato Grosso: fazendas de pecuária, em que culturas de grãos (soja, milho) são introduzidas em áreas de pastagens para recuperar a produtividade; fazendas de produção de grãos, que dentro da rotação soja-milho safrinha estão utilizando forrageiras como a Brachiaria ruziziensis como planta de cobertura no plantio direto e que, na entressafra, usam a forragem na alimentação do gado; e fazendas que adotam a integração de pasto e lavoura aliados a outras plantas de cobertura (como crotalária, nabo-forrageiro e outras) em um sistema de plantio direto mais avançado para intensificar o uso da terra e se beneficiar dessa intera- ção, promovendo o equilíbrio ecológico no solo, reduzindo pragas e doenças, melhorando a fertilidade do solo e alcançando a sustentabilidade ambiental, econômica e social do sistema de produção.
Clique AQUI e leia a íntegra no site da Fundação Agrisus
0 comentário
O início da safra de grãos 2024/25 e as ferramentas que potencializam o poder de compra do agricultor
Produção de bioinsumos on-farm, por Décio Gazzoni
Reforma Tributária: algo precisa ser feito, antes que a mesa do consumidor sinta os reflexos dos impostos
Benefícios da fenação para o bolso do produtor
Artigo/Cepea: Quebra de safra e preços baixos limitam rentabilidade na temporada 2023/24
O Biodiesel e o Biometano no Combustível do Futuro, por Arnaldo Jardim