Cotações de suínos remuneram produtores apesar da alta no custo de produção. Tendência positiva deve se manter até o final do ano
Os custos de produção de suínos medido pela Embrapa tiveram nova alta no mês de agosto. O ICPSuíno/Embrapa chegou aos 186,76 pontos, alta de 3,75% em relação a julho, o maior valor já registrado pelo índice desde que ele foi criado, em 2011.
No Rio Grande do Sul valor da saca do milho subiu para R$ 30,33 (anterior R$ 29,50). O farelo de soja também subiu, ficando em R$ 1.455,00/t a vista e em R$ 1.470,00 a tonelada no pagamento com 30 dias de prazo.
Ainda assim, os preços do animal vivo apresentaram uma valorização em todo o país deixando margem aos produtores. De acordo com Cepea os atuais patamares de preços do animal já são os maiores do ano na maioria das regiões pesquisadas.
No estado o preço praticado pelo quilo do suíno vivo é de R$ 4,23/kg. Segundo o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador "as exportações tem dado fôlego nos últimos cinco meses causando essa mudança de cenário para os preços".
Segundo Folador, a expectativa é que a alta das cotações se estenda até o final do ano, com as exportações continuando firmes e uma colaboração do consumo interno, que a tendência é melhorar com a chegada do período festivo.
"Neste ano o Brasil deve produzir em torno de 3,5 milhões de toneladas de carne, e para o consumo interno são pouco mais de 3 milhões de toneladas. Se fosse somente em carne in natura nos teríamos uma demanda equilibrada, mas a carne suína é extremamente processada, e isso faz com que ainda tenhamos um acréscimo no volume de carne", explica o presidente ressaltando que as exportações tem colaborado para escoar esse excesso de produção.
Diante desse cenário Folador alerta que os produtores devem ter cautela para não produzir acima da demanda, trazendo dificuldades econômicas para o setor.
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