Fiscais federais em greve decidem "flexibilizar" movimento após reunião com governo
SÃO PAULO (Reuters) - O Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) afirmou nesta quinta-feira que a categoria deverá "flexibilizar" o movimento grevista iniciado na semana passada que está prejudicando exportações de produtos agropecuários do Brasil, como milho e carnes.
O anúncio do sindicado foi feito após reunião nesta quinta-feira com a secretária-executiva do Ministério da Agricultura, Mila Jaber, "que se comprometeu em atender pleitos específicos da carreira".
Diante das promessas feitas, os fiscais disseram que vão dar um "voto de confiança, liberando certificações em pontos críticos do país".
"A ação é uma válvula de escape para os locais que não suportam mais o acúmulo de cargas não inspecionadas. O Porto de Santos, que já acumulou mais de 10 mil contêineres, é um dos pontos críticos, bem como alguns frigoríficos do Rio Grande do Sul, para que não haja paralisação do abate", disse o sindicato em nota.
A greve dos fiscais federais agropecuários, iniciada na quinta-feira da semana passada, faz com que 25 mil toneladas de carnes de aves e suínos estejam paradas em portos e armazéns das empresas exportadoras, segundo um levantamento preliminar nesta quinta-feira da ABPA, que representa grandes indústrias do setor, como BRF <BRFS3.SA> e JBS <JBSS3.SA>.
Na quarta-feira, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) disse que a greve já impede o desembarque no exterior de algumas cargas brasileiras de milho, soja e algodão que ainda não receberam um certificado fitossanitário.
Entre as reivindicações dos fiscais que, segundo a secretária, serão atendidas, estão a realização periódica de concursos públicos.
Na sexta-feira (25), um acordo entre os fiscais e o ministério será assinado, disse o sindicato.
"A greve, no entanto, continua, com 70 por cento de adesão em todo o país. Os fiscais aguardam ainda uma reunião com o Ministério do Planejamento para discutir a reposição das perdas salariais decorrentes da inflação dos últimos anos e a mudança da nomenclatura para auditor fiscal", disse o comunicado.
(Por Roberto Samora)
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