Greve de fiscais no Brasil impede desembarque de grãos em alguns destinos

Publicado em 23/09/2015 16:40

logo mini reuters noticias

SÃO PAULO (Reuters) - A greve dos fiscais federais agropecuários, que está entrando em seu sétimo dia nesta quarta-feira, já impede o desembarque no exterior de algumas cargas brasileiras de milho, soja e algodão que ainda não receberam um certificado fitossanitário por conta do movimento grevista, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Com a paralisação, o certificado que normalmente é emitido após a saída do navio do Brasil ainda não está de posse de alguns exportadores cuja carga já chegou a países importadores.

"A consequência é terrível, o navio não pode descarregar (sem o documento). Já tem navios no destino impedidos de descarregar", afirmou à Reuters o diretor-geral da Anec, Sérgio Mendes, que não quis revelar número de navios e os destinos especificamente.

O produto agrícola mais prejudicado pela greve é o milho, cujas exportações estão em ritmo acelerado. No caso da soja, os prejuízos são menores, uma vez que a maior parte da última safra do país já foi exportada.

O Brasil é o maior exportador global de soja e o segundo de milho.

Mendes explicou que os atrasos geram perdas devido ao pagamento do frete adicional, com o navio impedido de descarregar. Além disso, o exportador pode não receber o pagamento pela carga enquanto ela não for desembarcada.

De acordo com Mendes, os exportadores que se sentirem prejudicados podem para entrar na Justiça para exigir a emissão do documento, enquanto governo e fiscais não chegam a um acordo para colocar um fim na greve.

Ele disse que ainda é cedo para ter uma estimativa sobre os prejuízos, mas afirmou que começa a aumentar o número de pedidos de socorro dos exportadores junto à associação.

Além de cargas a granel, a greve dos fiscais também afeta exportações de carnes do Brasil e outros produtos alimentícios e manufaturados. O país é o maior exportador de carne de frango e bovina.

Com a paralisação, 7 mil contêineres com produtos de exportação e importação estavam retidos no porto de Santos, o maior do país, informou na terça-feira o Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical).

De acordo com o sindicato, os contêineres são retidos, ainda que não tenham cargas de origem agropecuária, porque é necessária a inspeção de paletes e embalagens de madeira de produtos da indústria automotiva, petroquímica, química, de vestuário, eletrodomésticos, entre outros.

(Por Roberto Samora)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário