Mercadante seguirá na Casa Civil e Berzoini assumirá articulação política, dizem fontes
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, já foi informado pela presidente da República, Dilma Rousseff, que será mantido no cargo, mesmo depois da reforma administrativa a ser anunciada na semana que vem, informaram à Reuters duas fontes do Palácio do Planalto.
No novo desenho da articulação política, Mercadante fica onde está, mas deverá exercer menos influência na relação com a base parlamentar.
"Eu perguntei à presidente e ela me confirmou que o ministro (Mercadante) fica" disse uma das fontes que pediu anonimato.
O desenho final da reforma administrativa – que deverá extinguir 10 ministério, unir outros órgãos administrativos e cortar cerca de 4 mil cargos em comissão – será finalizado pela presidente neste final de semana.
Por enquanto está garantida apenas a fusão da Secretaria-Geral da Presidência, que hoje faz a relação do governo com os movimentos sociais, e da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), responsável pela relação com o Congresso, disse a outra fonte próxima à presidente.
A partir da reforma, quem comandará a super secretaria será o atual ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, com o apoio do assessor especial da Presidência Giles Azevedo, que deverá ser secretário-executivo da pasta, disseram as fontes.
Os movimentos sociais, no entanto, não ficarão mais a cargo da Secretaria-Geral, hoje nas mãos de Miguel Rosseto, mas ainda não está definida qual pasta passará a fazer essa interlocução.
A avaliação é que um único ministério, mesmo com uma estrutura maior, não terá condições de dar conta das duas responsabilidades.
A mudança na interlocução política é uma das exigências da base e, com a desistência de Michel Temer, a presidente avaliou que era a hora certa para fazer a mudança – especialmente em um momento em que a base de apoio no Congresso representa menos da metade dos parlamentares.
A substituição de Mercadante estava sendo vista como uma das mais prováveis mudanças a serem feitas na reforma.
O ministro, bastante próximo à presidente, é apontado como fonte de atrito entre o governo e sua base aliada. Sua saída foi cobrada por parlamentares, por governadores e era um dos pedidos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na última quinta-feira, no entanto, Dilma convenceu seu antecessor que a saída de Mercadante criaria ainda mais problemas e, na manhã desta sexta-feira, o ministro teve um encontro privado com Lula, quando conversaram sobre sua permanência, conforme confirmou à Reuters uma das fontes palacianas. Na conversa, ficou acertado que Mercadante tentaria interferir o menos possível na relação com o Congresso.
Auxiliares próximos ao ministro, no entanto, explicam que as nomeações precisam passar pela Casa Civil e Mercadante continuará funcionando como “escudo” para Dilma e levando a culpa por desagrados da base aliada.
Na Folha: Aliados querem que Dilma adie reforma ministerial e evite atritos
Diante do risco de criar atritos com sua base aliada, a presidente Dilma Rousseff foi aconselhada por assessores a postergar sua reforma administrativa e ministerial para a próxima semana.
A presidente, no entanto, seguia, no domingo (20) à noite, disposta a anunciar ainda nesta semana o corte de ministérios.
Segundo assessores, um meiotermo poderia ser anunciar o formato da mudança administrativa até quartafeira (23), conforme o prometido, deixando a definição de nomes do novo ministério para a semana seguinte, a fim de amarrar com os partidos aliados as indicações.
O temor no Planalto é desagradar legendas da base governista, principalmente o PMDB, numa semana em que o Congresso agendou a votação de vetos presidenciais importantes para o equilíbrio das contas públicas.
Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.
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