"A tropa de funcionários sem concurso continua lá, como se tudo estivesse normal", por CARLOS BRICKMANN
“The Walking Dead” e outras seis notas de Carlos Brickmann
Publicado na Coluna de Carlos Brickmann
CARLOS BRICKMANN
A tropa de funcionários sem concurso continua lá, como se tudo estivesse normal. Aloizio Mercadante faz cara de bravo e ocupa o espaço ao lado do rosto e acima do ombro de Dilma, como se as fotos ainda valessem a pena. Sibá Machado e José Guimarães ─ aquele cujo assessor andava com dólares na cueca ─ ainda discursam, como se alguma vez tivessem sido importantes. E todos correram para buscar socorro com o Pai de Todos, o Número 1, o Boa Ideia, O Cara, como se Lula ainda pudesse salvar seus empregos e mordomias. No momento em que pediram socorro ao Pai dos Postes, anunciaram que o governo acabou.
Se a Benemerenta que distribui nomeações e benesses e manda no Diário Oficial não consegue sustentar-se no poder, nem distribuindo dezenas de Ministérios, não tem como ostentar o majestoso título de Denta. Denta virou cargo honorífico. Como diria um filho cujo pai o chamou de Ronaldinho dos Negócios, game over. Como nos desenhos animados em que o personagem anda na prancha e só despenca no abismo ao perceber que a prancha acabou, falta apenas cair.
E táticas que já deram certo dificilmente funcionarão agora. Lula, estrela máxima do petismo, já se queixou de que não pode sequer ir a um restaurante. Não pode tomar um voo comercial nem, por outro motivo, os bons jatos dos empresários. Sujeita-se a um jatinho pequeno, apertado. Aliados o abandonam; amigos antigos, como José Dirceu, ele os abandonou. E, se nem aos tradicionais restaurantes do tempo de metalúrgico pode ir, que prestígio lhe resta para dar a Dilma?
O jatinho pequetitinho
Como Lula viaja, hoje? Já se sabe: num jatinho Cessna 525, prefixo PR-BIR, de uma empresa do ex-ministro Walfrido Mares Guia. O dono do jato que serve a Lula é filiado ao PTB e foi vice do governador tucano Eduardo Azeredo, em Minas. O PT o acusou de articular o Mensalão Mineiro, esquema de corrupção eleitoral que seria seguido pelo Mensalão propriamente dito, e de ser protegido pela Justiça pela ligação com tucanos.
Com a eleição de Lula, Mares Guia foi seu ministro do Turismo e das Relações Institucionais. Saiu em 2007, acossado pela Justiça (as acusações prescreveram só em 2014). Mas, pelo jeito, continuou amigo de Lula, daqueles de guardar debaixo de sete chaves (e um brevê de piloto).
Julgando a chapa
Os locutores de futebol diriam: que fase! Bem no meio da crise, a ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral, liberou para julgamento um dos processos em que o PSDB pede a cassação do registro da chapa Dilma-Temer. A questão entra em pauta nesta terça, 22. Até agora, votaram pela aceitação do processo (atenção: não é julgamento. É apenas o ato de recebê-lo para que seja julgado em outra ocasião) quatro ministros: João Otávio Noronha, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Henrique Neves. Votou contra a ministra Maria Thereza de Assis Moura. Faltam os votos de Luciana Lóssio e de Dias Toffoli, presidente do Tribunal.
Mas, apesar da maioria, a questão não está decidida: enquanto a votação não se completar, cada ministro tem a prerrogativa de alterar seu voto.
Sacudindo o governo
O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais anunciou greve geral para quarta-feira, como protesto contra o adiamento de janeiro para agosto do reajuste do funcionalismo. Decretar greve é uma coisa, realizá-la é outra: se der certo, será a primeira a ocorrer no país. No mesmo dia, deve haver manifestações do MST e MTST, grupos que sempre estiveram ao lado do PT.
A coisa é confusa, a favor de Dilma, contra Levy, mas enfraquece o governo.
A conta do pacote
Por que a revolta do funcionalismo? Porque, no corte de despesas previsto no plano do governo, 40% se dirige ao bolso dos funcionários públicos.
E não é só o governo
Um assíduo leitor desta coluna recebeu carta de seu seguro-saúde, ligado a um dos maiores grupos empresariais do país. Informa a carta que o plano, conforme autorizou a ANS, Agência Nacional de Saúde, está subindo 13,31% ─ mais que o dobro da taxa de inflação no período, medida pelo Índice Geral de Preços.
O leitor pegou então sua apólice de 1988 e atualizou o preço para o valor de hoje da moeda. O pagamento, corrigido pela inflação, seria de R$ 943,72. Mas o custo mensal do plano é agora de R$ 2.406,00, pouco menos que o triplo da tabela original, corrigida pela inflação oficial.
Em resumo, o governo é o leão que se alimenta de nosso dinheiro; e que libera as hienas para que comam o resto.
Excelentíssimas excelências
A República já tem mais de um século, mas velhos hábitos se mantêm. A mania de se diferenciar da rude plebe, por exemplo: até reitores, que deveriam perceber o ridículo, fazem-se chamar de “Vossa Magnificência”. Parlamentares, por menos excelentes que sejam, exigem o tratamento de “Vossa Excelência”. Juiz, por ser juiz, passa a se distinguir pelo mérito e vira “meritíssimo”. Agora, delegados da Polícia Federal querem ser chamados de Vossa Excelência, e alguns, quando o tratamento não é usado, movem processos disciplinares contra os subordinados.
Os agentes da PF entraram na Justiça para contestar a determinação.
A imensidão de desempregados reafirma que a decretação do impeachment é tão inevitável quanto a chegada da primavera
Entre janeiro e julho, 850 mil trabalhadores com carteira assinada perderam o emprego. Só no setor industrial foram fechadas 610 mil vagas. Até o fim do ano, a imensidão de brasileiros demitidos neste angustiante 2015 passará de 1 milhão. E, como constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, em 2016 o horizonte da economia vai exibir tonalidades ainda mais escuras.
Para escapar da demissão antecipada, Dilma Rousseff repete de meia em meia hora que foi eleita por 54 milhões de eleitores. Nesse colosso de gente que luta para sobreviver ao desemprego, centenas de milhares de famílias votaram em Dilma por terem acreditado nas mentiras reiteradas pela candidata ao segundo mandato. Uma delas garantia trabalho para todos ─ e para sempre.
O estelionato eleitoral forjado por uma ilusionista de picadeiro é um dos muitos crimes que tornaram ilegítimo o mandato que acabou sem ter começado. Dilma já deixou de ser presidente. É uma assombração que vaga pelas catacumbas do poder enquanto não vem o impeachment tão inevitável quanto a mudança das estações. Nada pode impedir o fim do inverno. Nem a chegada da primavera.
Tags: 1 minuto com Augusto Nunes, desemprego, Dilma Rousseff,impeachment, TVEJA
Estado brasileiro: máquina de devorar riquezas
Compreender o funcionamento do capitalismo liberal e perceber como estamos distantes dele é fundamental para nosso progresso
A revista VEJA desta semana traz uma reportagem especial com mais de 30 páginas sobre o capitalismo, com direito a artigos de Maílson da Nóbrega, Reinaldo Azevedo, Luiz Felipe D’Ávila, além de vários jornalistas do time de primeira da maior (e melhor) revista brasileira.
Diz logo na largada o editorial:
Nathalia Watkins comenta um estudo interessante sobre a fórmula da prosperidade, em que fica claro que não basta ter capital para prosperar, pois é necessário ter, acima de tudo, capital humano, instituições sólidas e confiáveis e um governo eficiente. Termina lembrando de uma lição importante: “Uma pessoa que deixa um país pobre por um rico não está indo atrás de dinheiro, e sim das qualidades que fazem o suor do seu trabalho valer mais. Simples assim”.
Jerônimo Teixeira comenta sobre o viés anticapitalista na cultura, nas artes, mostrando como o capitalismo acaba sempre como o vilão dos utópicos e românticos que, ironicamente, enriquecem graças ao próprio sistema que condenam. Conclui que talvez seja uma reclamação dos aborrecimentos da prosperidade.
Há um misto de base teórica com exemplos práticos do cotidiano, especialmente o nosso, já que fica cada vez mais evidente para todos que o peso do estado e seu intervencionismo têm asfixiado a iniciativa privada, criadora de riqueza e prosperidade. Reinaldo Azevedo questiona, por exemplo, se haveria “petrolão” caso a Petrobras fosse privatizada.
Maílson da Nóbrega foca na evolução lenta e gradual do capitalismo milenar, o que contrasta com o socialismo, parido por intelectuais e fruto da arrogância utópica de alguns indivíduos. D’Ávila comenta o excesso de leis, normas e obrigações constitucionais que engessam ação dos bons governantes e conclui:
A receita da prosperidade é conhecida: abertura comercial, regras do jogo bem estabelecidas e confiáveis, livre concorrência, propriedade privada garantida, investimento em capital humano, descentralização do poder, burocracia reduzida e impostos reduzidos. Chama-se a isso de capitalismo liberal, e fica claro como o Brasil está longe dele. Por isso continuamos com tantos problemas de miséria, insistindo na “solução” pela via estatal, ou seja, dando mais do veneno que causou o problema.
VEJA presta um serviço ao país ao analisar o tema de forma objetiva e acessível, sem dogmas ou ideologia, apenas constatando o que, de fato, funcionou no resto do mundo. Seus leitores que porventura ainda não estivessem convencidos podem agora se dar conta da importância da defesa do capitalismo para o progresso brasileiro. E engrossar o coro dos defensores do capitalismo, pois, infelizmente, ainda são muitos os seus detratores num país que, desde sempre, aprendeu a idolatrar e idealizar o estado.
Rodrigo Constantino
PT tenta conseguir habeas corpus para Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo
Falei aqui e aqui do golpe em andamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para soltar o empreiteiro Marcelo Odebrecht – e blindar Lula e Dilma Rousseff.
Falei aqui que a campanha de Dilma aparentemente foi financiada com dinheiro roubado da Petrobras, vindo da Suíça, como as anotações de Marcelo levavam a suspeitar.
A coluna Painel, da Folha, atualiza as informações ‘estarrecedoras’ de ambos os casos neste domingo:
“Está avançada uma articulação de políticos de vários partidos, membros do governo, ministros do Superior Tribunal de Justiça e advogados da Operação Lava Jato para que o STJ conceda nas próximas semanas habeas corpus para os empreiteiros Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, presos desde junho em Curitiba. A expectativa dos que costuram a saída é que o STJ também critique a manutenção de prisões provisórias por tanto tempo.
A coluna ouviu detalhes da operação —que inclui políticos de PMDB e PT e ministros do governo Dilma Rousseff e do STJ— de três fontes: um integrante do Palácio do Planalto, um senador e um ministro da Esplanada.
Advogados haviam recebido garantia de que os habeas corpus seriam concedidos no recesso judiciário pelo STJ, mas a estratégia ruiu depois que o juiz Sergio Moro decretou novas prisões preventivas de Odebrecht e Azevedo em julho [exatamente como revelou VEJA].
A mobilização para tirar o mais rápido possível os executivos da prisão se deve às ameaças, cada vez mais frequentes, de que podem dar detalhes sobre depósitos feitos no exterior para campanhas recentes.”
Relembro o que escrevi em 21 de julho:
“Para tentar se blindar contra as investigações, Marcelo Odebrecht mandou o vice-presidente jurídico da empreiteira, Mauricio Roberto de Carvalho Ferro (‘MRF’) transmitir sua ameaça a [os ministros José Eduardo] Cardozo e Edinho Silva, mencionando que as campanhas de Dilma e Fernando Haddad foram financiadas com dinheiro de conta suíça.
Diz a mensagem [de 9 de janeiro de 2013, por e-mail, interceptada pela Polícia Federal]: ‘Para Edinho visão da conta toda inclusive o gasto com Haddad. MRF: dizer do risco cta suíça chegar campanha dela?‘
É um escândalo de potencial avassalador, sob medida para a cassação do mandato de Dilma Rousseff e a convocação de novas eleições.”
Lamentavelmente, a imprensa não deu a mínima.
Agora, os empreiteiros ameaçam cada vez mais o PT de fazer a“cta suíça chegar campanha dela” – e o PT prepara o golpe no STJ para impedir (ou retardar) a própria demolição.
É uma gente repulsiva que apodreceu o Brasil.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
Fernando Pimentel pressiona para que delegada que investigou caso Celso Daniel assuma Operação Acrônimo
Fernando Pimentel vem pressionando José Eduardo Cardozo para substituir o delegado-chefe das investigações da Operação Acrônimo, Denis Calli, pela delegada Denisse Rosa, que atuou na força-tarefa que investigou o assassinato de Celso Daniel e o considerou um crime comum.
Por Lauro Jardim
Em queda
Um retrato da perda do valor de mercado da Petrobras pôde ser observado no pregão de sexta-feira, 18, da Bovespa.
Enquanto as ações da estatal eram vendidas a 7,53 reais, ou 1,92 dólar, as petrolíferas ExxonMobil e Shell tinham suas ações negociadas na Bolsa de Nova York a 72,75 dólares e 49,61 dólares, respectivamente.
Por Lauro Jardim
Deixa sangrar
Na avaliação majoritária do PSDB, Dilma Rousseff ainda tem que sangrar mais alguns meses pelo menos antes do impeachment.
Por Lauro Jardim
Isso sim é explosivo
Em sua delação premiada, Renato Duque está entregando a cabeça do pecuarista, homem de (muitos) negócios e amigão de Lula, José Carlos Bumlai.
Por Lauro Jardim
Mercadante fica
Corre solta, sobretudo entre petistas e peemedebistas, a quase certeza de que Aloizio Mercadante deixa a Casa Civil na reforma ministerial que será anunciada na quarta-feira por Dilma Rousseff.
Aos interlocutores mais próximos, porém, Mercadante desdenha dessa possibilidade. Sugere que, quem fala isso, não tem a menor ideia de como será a reforma. Mercadante está confiante que fica exatamente onde está.
É uma boa briga: nos últimos dias, a pressão de Lula para a saída de Mercadante e de José Eduardo Cardozo aumentou. E muito.
Por Lauro Jardim
O Brasil está deixando de ser de esquerda? (por Juan Árias, do El País)
A pergunta do título é de Juan Arias, cadeira cativa na coluna e que escreve no jornal espanhol El País. O espaço sabático é dado com frequência a este arguto e didático observador da cena brasileira, que confunde a esquerda e a direita. No entanto, neste final de semana, preferi adiar a pensata do Arias para o espaço domingueiro, pois o sábado pertenceu ao papa Francisco em Cuba. Boa leitura.
***
Juan Arias
Em meio ao redemoinho da crise que o país atravessa, é possível vislumbrar algo que parece ser novo e poderia marcar as próximas décadas: o Brasil está começando a deixar de caminhar para a esquerda e sente uma certa fascinação por valores mais liberais e conservadores, de centro, menos populistas ou nacionalistas e, paradoxalmente, mais modernos e globalizados.
Até antes da crise, ou das crises que se amontoam, ninguém no mundo político queria ser de direita aqui. Tanto é assim que entre o mar de partidos oficiais nenhum leva em seu nome as palavras direita ou conservador. Até o mais conservador deles, e um dos mais envolvidos no escândalo na Petrobras, o PP, se chama Partido Progressista.
Entre o mar de partidos oficiais nenhum leva em seu nome as palavras direita ou conservador
O Partido dos Trabalhadores (PT), que já foi considerado o maior partido de esquerda da América Latina, marcava o passo como príncipe dos partidos, abraçado pelos movimentos sociais, os sindicatos, os operários e boa parte dos artistas e intelectuais.
As ruas também eram do PT. E isso apesar de seu mentor e guia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se esforçar em dizer que ele não era “nem de direita nem de esquerda”, mas apenas um “sindicalista”. Em seus oito anos de Governo foi também aplaudido, mimado e defendido pelos bancos, as empresas e as oligarquias que foram amplamente recompensados por seu apoio. Ele mesmo repetia aos banqueiros que nunca tinham ganhado tanto como com ele. E era verdade.
O Brasil é visto fora de suas fronteiras com uma política de centro-esquerda, uma vez que o PT se aliou, para poder governar, com os partidos conservadores.
Essa roupagem de esquerda, com a qual era vista a política dos governos brasileiros, fazia parecer normal a preferência por países do socialismo bolivariano do continente. A direita neoliberal não tinha carta de cidadania no Brasil.
As coisas, dizem não poucos analistas, estão mudando, porque mudaram a rua e a sociedade, que começou a abandonar o PT ao mesmo tempo em que se perdeu o complexo, principalmente na classe média pensante, de defender valores como o liberalismo, que leva junto o desejo pela eficiência e o afã de criar sua própria empresa. E isso não só entre os filhos das classes mais abastadas, mas também com os da nova classe média oriunda da pobreza, que já não sonham como ontem com um trabalho fixo sob as ordens de um patrão para o resto da vida.
É essa mesma classe que, sem distinções ideológicas excessivas, defende hoje valores que são bem mais de políticas de centro, como a livre iniciativa, a eficiência dos serviços públicos, uma maior segurança pública, menos corrupção e um Estado menos gastador e onipresente.
Não basta a eles que o Estado ofereça esses serviços para todos, querem que sejam dignos de primeiro mundo, porque o Brasil tem um potencial de riqueza que possibilitaria isso.
Vejo até mais críticas na classe C com relação a certas bondades do Estado, como bolsas e ajudas sociais, do que em classes mais altas. Criticam que muitas dessas ajudas podem acabar acomodando as pessoas e as tornar preguiçosas para trabalhar e melhorar sua capacitação profissional.
Poucos brasileiros duvidam que o país está às vésperas de uma mudança que pode ser de época. Ninguém sabe ainda profetizar no que consistirá essa mudança e em que direção irá, nem qual partido e líder político serão capazes de expressar e reunir o que está sendo gerado de novo nessa sociedade.
O que parece cada dia mais provável é que a seta não aponta mais preferencialmente para os caminhos da esquerda, que foram necessários e criadores da prosperidade social, mas hoje estão perdendo o interesse e a credibilidade.
É verdade que os termos esquerda e direita hoje já não possuem mais a força que possuíam no passado, mas o que a sociedade brasileira parece estar buscando se assemelha mais com as políticas dos países hoje mais igualitários, com democracias mais consolidadas, com menores taxas de corrupção política, com moedas fortes e com liberdade de empreender economicamente.
Tudo isso, junto com uma política de bem-estar social.
O que tenho escutado de muitos trabalhadores neste país é o desejo e a esperança de que, assim como no trabalho profissional, um brasileiro possa gozar do nível de vida e dos serviços públicos que hoje desfrutam os cidadãos de países considerados conservadores, onde as diferenças sociais não são tão evidentes e tão brutais como nos países embalados pelas sirenes de um populismo que, com muito Estado e pouca cidadania, acaba reproduzindo pobreza, como hoje estão sofrendo em parte nossos vizinhos argentinos.
O Brasil quer mais e melhor. E quer isso com políticas mais próximas do centro, com maior liberdade de ação, sem tutores que desejem guiar seus passos e dizer o que é melhor para as pessoas. Os brasileiros querem que sua palavra, seus projetos e suas ideias tenham também valor e peso nas decisões que forjam o destino do país.
Essa é a verdadeira subversão que hoje começa a viver essa sociedade viva e rica, que está aprendendo a dizer “não”. E, como defendia o escritor e ganhador do Nobel de Literatura José Saramago, às vezes o “não” da rebelião é muito mais construtivo do que o “sim, senhor” da resignação ou da apatia.
A rebelião não tem cor política.
Saramago era de esquerda, comunista.
(no Blog de CAIO BLINDER, de N. York)
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Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR
Diante dessa realidade, acho que deve-se fundar um movo partido político,
A sigla poderia ser: PTS ! O "PÊ" significa Partido e, o "TÊÉSSÊ" significa: TSUNAMI, pois deve-se "varrer" tudo que está aí e, substitui-lo por um novo conceito de convivência social. CHEGA DE HERÓIS, CHEGA DE "SEMIDEUSES", CHEGA DE LADRÕES !!! BRASIL: PÁTRIA AMADA !!!