PIB do agronegócio mineiro estimado em R$ 163,5 bi
Enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) nacional deve fechar 2015 no vermelho - queda de 1,49% segundo o governo e de 2,44% segundo o mercado -, o agronegócio continua salvando a economia e registrando crescimento ano após ano. Em Minas Gerais, estado de forte vocação agropecuária, a FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) estima que o setor terá faturamento 0,89% maior este ano, chegando a R$ 163,5 bilhões.
O Relatório do PIB do agronegócio mineiro, estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da ESALQ/USP, com o apoio financeiro FAEMG, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Regional Minas Gerais (SENAR MINAS) e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
No último levantamento, referente a junho, foi constatado ligeiro recuo de 0,10%, mas no acumulado dos primeiros seis meses do ano, a estimativa de que o setor fechará 2015 com faturamento 0,89% maior, é motivo de comemoração. Especialmente em um ano marcado pela crise econômica, aumento dos custos de produção e adversidades climáticas: “O bom desempenho do agronegócio mineiro é resultado, sobretudo, da diversificação da nossa produção. Assim, mesmo quando alguns produtos têm problemas, outros estão em bom momento e seguram os resultados positivos e a renda do produtor rural”, explica a coordenadora da Assessoria Técnica da FAEMG, Aline Veloso.
O cálculo do PIB é simples: são considerados os volumes totais produzidos pela agropecuária no estado e os preços atuais recebidos por cada item. O resultado é a estimativa de que o setor terá, até o final do ano, faturamento total de R$ 163,492 bilhões. Desse valor, R$ 74,867 bilhões (46,47%) devem ser resultantes do ramo da agricultura e R$ 88,625 bilhões (53,53%), do pecuário.
Nas atividades “dentro da porteira”, o aumento na cotação média dos produtos (1,90%) compensou ligeira queda em volume da produção (0,08%). Entre os produtos acompanhados em Minas Gerais, tiveram aumento de faturamento no acompanhamento até junho: café (11,29%), batata (15,61%), laranja (6,83%), banana (10,84%), feijão (16,60%).
Por outro lado, recuaram em faturamento: soja (5,18%); milho (5,48%); cana-de-açúcar (12,37%); carvão vegetal (24,48%); mandioca (43,34%); tomate (9,87%); algodão (17,88%) e arroz (37,07%).
Insumos
O segmento de insumos registrou crescimento em junho, após consecutivos meses de queda. As vendas de fertilizantes e corretivos apresentaram retração acumulada de 7,28% a.a. em volume, na comparação com 2014, mas a elevação de 11,7% dos preços reais sustentou o resultado positivo acumulado. A redução nas vendas de fertilizantes em Minas Gerais e a elevação dos valores reais é efeito, em grande medida, da valorização do dólar com relação ao Real, dada a dependência do setor de matérias-primas importadas, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).
Para Aline Veloso, a queda nas vendas de fertilizantes e demais insumos é uma constatação ruim: “Esta retração sinaliza a redução de investimentos dos produtores mineiros em tratos culturais para a próxima safra, o que poderá, inclusive, impactar negativamente o volume de produção no estado em alguns meses”.
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