S&P corta rating soberano e retira do Brasil selo de bom pagador
SÃO PAULO (Reuters) - A agência de classificação de riscos Standard & Poor's retirou o selo de bom pagador do Brasil nesta quarta-feira, ao cortar o rating do país para "BB+" ante "BBB-", após o governo brasileiro mudar o cenário fiscal para 2016, com uma projeção de déficit primário.
Além de retirar do Brasil o grau de investimento, a S&P sinalizou que pode colocar o Brasil ainda mais para dentro do território especulativo ao manter a perspectiva negativa para a nota brasileira.
O movimento da agência é um grande revés para o governo brasileiro, que enfrenta uma crise econômica e política e vinha buscando meios de se manter entre os países reconhecidos como bons pagadores pelas agências de classificação de riscos.
A S&P foi a primeira das três principais agências de classificação de riscos a conceder ao Brasil o selo de bom pagador, em abril de 2008, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E agora é a primeira a colocar o Brasil de volta ao grau especulativo.
S&P corta nota do Brasil e País perde o grau de investimento (por GERALDO SAMOR, de VEJA)
A agência de risco Standard & Poor’s acaba de cortar a nota de risco do Brasil para ‘junk’ (‘lixo’, numa tradução literal).
A decisão, já esperada há muito, significa que o Brasil perdeu o grau de investimento obtido em 30 de abril de 2008, no auge de um boom econômico que se transformou em implosão, e deve aprofundar a crise política e financeira, forçando empresários, políticos e o Planalto a agir.
Além de cortar a nota — o selo de qualidade que muitos investidores internacionais precisam para investir no Brasil — a S&P ainda disse que a perspectiva para o risco brasileiro é ‘negativa’. Em outras palavras: a nota ainda pode ser cortada em mais um degrau nos próximos meses.
A decisão mostra que até mesmo as agências de risco — até agora complacentes com os desvios de curso e retardatárias na avaliação do cenário — perderam a paciência com a incapacidade do País de corrigir uma trajetória fiscal preocupante e implementar reformas que possam ressuscitar o crescimento pelo menos a longo prazo.
Amanhã, a Bolsa, o dólar e os juros vão reagir ao an;uncio feito esta noite, quando os mercados já estavam fechados.
Por que você deveria se importar com a perda do grau de investimento do Brasil pela S&P (por RODRIGO CONSTANTINO)
Estava lendo Roger Scruton sobre cultura, navegando em ares elevados, quando fui interrompido com a notícia: a agência de risco Standard & Poor’s reduziu mesmo o grau de risco dos títulos públicos brasileiros, de “investment grade” para BB+, considerado um nível especulativo, de não-investimento. A perda do grau de investimento era esperada, mas a equipe econômica de Dilma ainda tinha esperanças de evitá-la.
O leitor pode achar que não tem nada com isso, que essa notícia não lhe diz respeito. Mas está errado. Apesar de as agências de risco serem um tanto atrasadas, como ficou claro em 2008, quando elas resolvem agir significa não só que a situação está realmente feia, como isso também gera efeitos práticos importantes.
Muitos fundos grandes de investimentos precisam da chancela oficial das principais agências para alocar capital em certos ativos. Quando o Brasil perde esse selo de qualidade da S&P, uma das mais importantes agências, isso significa que bilhões terão de deixar o país obrigatoriamente, pois não estariam mais enquadrados em seu mandato investindo em títulos “junk”.
Isso mesmo: o Brasil virou “lixo”, virou especulativo, uma espécie de “dama” com a letra escarlate pendurada no pescoço. A fama se espalhou rapidamente, e ninguém mais confia na gestão da presidente Dilma, nas contas públicas, na capacidade de se reverter o quadro caótico de crescente déficit fiscal. E ainda há um monte de assessores e economistas falando que é hora de gastar mais, de se endividar mais, de reduzir os juros na marra!
Não entenderam nada mesmo. E acabaram quebrando o país. O Brasil virou o patinho feio do mundo emergente, um país “exótico”, com um povo animado, sem dúvida, com Carnaval e futebol, mas que não merece ser o destino prioritário do “tsnunami monetário”, do fluxo de capital estrangeiro em busca de melhores oportunidades e retornos.
A gente vai ter que se virar com os agiotas mesmo, graças ao PT. A esquerda, uma vez mais, ajuda os “rentistas” que tanto ataca: com o nome sujo na praça, sem crédito disponível, o nosso governo vai ter que se financiar pagando mais caro. O dólar deve subir ainda mais, a bolsa cair. A crise fica mais aguda após essa notícia, que simboliza bem o estrago causado pela gestão petista. A cabeça de Joaquim Levy corre mais perigo agora.
Seus ativos vão valer ainda menos em moeda forte, caro leitor, e seu emprego corre risco. A S&P não é a culpada, claro. Não adianta atirar no mensageiro. O responsável por essa lambança toda tem nome e sobrenome soviético. Não foi por falta de aviso. Mas o povo resolveu insistir no erro em 2014. Agora teremos de aguentar o sofrimento, que não será nada suave…
Rodrigo Constantino
Depois de ajudar a quebrar o Brasil, Lula quer espalhar suas jumentices América Latina afora! Ou: O cafetão dos pobres (por REINALDO AZEVEDO)
É incrível! Não bastou a Lula ser o mentor intelectual — santo Deus! como essas palavras não combinam associadas a esse ogro da ética! — de um modelo que quebrou a economia brasileira. Não bastou a Lula ter transformado em consumo e em cocô, em seu próprio país, uma janela de oportunidades que poderia ter sido, de fato, o passaporte de milhões para a uma vida melhor; não bastou a Lula ter feito de suas jumentices, em terras nativas, uma categoria de pensamento, com o anuência de setores do empresariado movidos ou por cupidez específica ou por burrice genérica. Ele quer levar adiante o seu legado. Agora ele sai dando conselhos energúmenos América Latina afora.
No Brasil, ninguém mais quer ouvir um dos principais beneficiários de sistema tão iluminado. Sim, o modo que Lula descobriu de governar criou o desenvolvimento sustentado e a riqueza de longuíssimo prazo para os Lula da Silva, por exemplo. Ele próprio, só em palestras, faturou R$ 27 milhões em quatro anos. Isso é que é crescimento de patrimônio sem precedentes! E notem que não me apego a informações não confirmadas sobre sinais exteriores de riqueza dele próprio e da família. Fico com o que está declarado. Por aqui, Lula é carta fora do baralho, é página virada, é morto que anda, é zumbi.
Mas, ora vejam!, o homem está participando ativamente da campanha eleitoral na Argentina. Empresta seu apoio a Daniel Scioli, o candidato de Cristina Kirchner à sua sucessão. Não por acaso, também a Beiçola de Buenos Aires empurra a economia de seu país para a inviabilidade, mobiliza milícias truculentas contra a imprensa, está atolada em escândalos, enriqueceu notavelmente no poder…
Fosse pouco, seu governo tem nas costas uma suspeita bastante verossímil de assassinato. Refiro-me, claro!, ao promotor Alberto Nisman, que investigava a participação do governo no esforço de esconder as evidências de que o Irã estava por trás do atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, quando uma explosão deixou 85 mortos e provocou danos estruturais em outros 9 edifícios no bairro Once. Adiante.
Lula foi falar porcaria também no Paraguai. Durante um evento, nesta terça, naquele país, comemorando os 10 anos do programa Tekoporã, que distribui subsídios a 600 mil pessoas por meio de um cartão, afirmou que o combate à pobreza deve ter prioridade sobre os investimentos em infraestrutura. Jogou ao vento, entre outras teorias relinchantes, o que segue:
“É verdade que eu poderia fazer uma ponte, uma estrada, mas entre cuidar de 54 milhões de pessoas que estão passando fome e fazer uma estrada, a estrada pode esperar que essas pessoas comam, fiquem fortes e ajudem a construí-la. Se fizesse a estrada, essas pessoas morreriam de fome antes de vê-la terminada. É muito difícil encontrar alguém no setor de Fazenda ou Tesouro que esteja disposto a dar essa contribuição aos que estão abaixo. Não é uma política de esmola, de compensação, é um direito”.
Disse mais: “Antes de eu chegar à Presidência, os pobres eram tratados como se fossem problemas. E hoje eu digo que cuidar bem dos pobres é a solução para acabar com a miséria na nossa América do Sul”.
É uma soma formidável de mentira com estupidez. Em primeiro lugar, não havia 54 milhões de famintos no Brasil quando ele chegou à Presidência. A fome já era um problema residual — como é ainda hoje, nos grotões. Em segundo lugar, programas sociais do governo Fernando Henrique Cardozo, que Lula tomou para si, atendiam cinco milhões de famílias. Em terceiro lugar, o seu pensamento é a expressão do lixo intelectual que inviabiliza países mundo afora, conduzidos por esquerdistas ou populistas.
Não há contradição nenhuma entre investir em infraestrutura e combater a fome. Por que o Bolsa Família seria incompatível com um programa decente de concessões e privatizações na infraestrutura? Inferir que o aporte de recursos para esse setor serve apenas para enriquecer empresários e não tem efeitos sociais é de um cretinismo avassalador.
Em 2014, o Bolsa Família custou R$ 26,6 bilhões aos cofres públicos. Um ponto percentual de elevação de juros custa R$ 15 bilhões. Vejam a que altura o genial modelo de gastos públicos sem limite — sem pensar muito na infraestrutura, né, Lula? — levou a Selic no país. E não! Não foi para satisfazer a sanha dos banqueiros — não que eles fiquem infelizes, claro… Esse é o resultado das escolhas feitas pelo petismo.
Não há contradição entre investimento em infraestrutura e combate à pobreza. Até porque, vamos convir, não é mesmo?, o petrolão não foi criado em razão dos programas sociais levados adiante pelo petismo. O mesmo lulismo que expandiu o Bolsa Família foi ainda mais generoso com o Bolsa Empreiteiro, o Bolsa BNDES e, em algumas circunstâncias, o Bolsa Banqueiro.
Aí está, aliás, um dos enganos que se podem cometer sobre o PT, já escrevi centenas de vezes. Do socialismo, herdou as taras autoritárias e a tentação de se estabelecer como partido único. E só. No mais, usou o razoável controle que tinha, e tem, de movimentos sociais e a capacidade de seu demiurgo de se comunicar com as massas para regalar alguns potentados da economia nativa. Enquanto Lula distribuía Bolsa Família, ajudava alguns eleitos a arrecadar alguns bilhões em Banânia. O petismo é o escarro do populismo de extrema direita.
O PT só cobrava o valor da corretagem. O sistema de que Lula fala, no fim das contas, é aquele que faz de seu partido o cafetão dos pobres. Não por acaso, o país se transformou num bordel de bandoleiros que cobram e pagam propina.
Eis o modelo que Lula quer vender à América do Sul.
Por Reinaldo Azevedo
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