Austim alerta ao Brasil para evitar o “Grau Especulativo"
Desde nossa última publicação do relatório de Projeções Macroeconômicas, em 03 de agosto, o ambiente econômico e político nacional, que já estavam bastante perturbados, se deterioraram ainda mais e resultou na piora de nossas estimativas (veja nosso relatório anexo).
Os resultados do PIB referentes ao segundo trimestre confirmaram a retração econômica que o Brasil vive ao anotar queda de 2,1% no acumulado do primeiro semestre, bem como os investimentos registraram queda de 8,1%, o pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2009.
A taxa de câmbio, por sua vez, passou de R$/US$ 3,44 em 03/ago para atuais R$/US$ 3,80, alta de 10,4% no período, e a bolsa de valores já despenca mais de 6% no ano, indicadores considerados termômetros da confiança dos investidores.
Pelo lado político, o governo federal segue acumulando perda de apoio junto a base aliada e, mais recentemente, cometeu o erro capital de encaminhar ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Orçamentária 2016 com déficit primário de R$ 30,5 bilhões, fato nunca antes registrado na história deste País.
Neste contexto, a Austin Rating revisou suas estimativas para os principais indicadores macroeconômicos para os anos de 2015 e 2016, com destaque para o desempenho do PIB para 2015, que ampliou sua queda para 2,6% ante estimativa de retração de 2,1% e o PIB de 2016 que deverá amargar recuo de 0,5% ante 0,3%.
Por outro lado, o cenário recessivo do País deve surtir efeitos positivos em algumas variáveis, como, por exemplo, a taxa de inflação estimada para 2016, que deverá ficar no centro da meta (4,5%), bem como o déficit em transações correntes que deverá diminuir para US$ 73,2 bilhões em virtude do maior saldo positivo da balança comercial em consequência da queda do nível de importações.
Porém, vale destacar que tais resultados positivos têm como origem a perda de dinamismo da atividade econômica doméstica, com severas consequências sobre o consumo das famílias, motivado pelo crescente volume de fechamento de postos de trabalho, redução do nível de renda e dos investimentos em capital fixo.
Dessa forma, o grande desafio do governo federal não será apenas equilibrar as contas fiscais, recuperar seu apoio político no Congresso Nacional ou reconduzir o Brasil aos trilhos do crescimento econômico e melhoria das condições sociais, mas sim preservar-se, a qualquer custo, no seleto grupo de países classificados como “Grau de Investimento”. Pois, caso o Brasil sofre novos reveses em sua classificação de risco, levando-o para o indesejável grupo de países “Grau Especulativo”, os efeitos negativos sobre os fatores de produção serão ainda mais severos tornando os desafios do País muito mais difíceis de serem alcançados no médio prazo.
Acesse o relatório completo: Painel_Macroeconomico_Austin_Rating_Set2015.pdf.
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