O índice Dow Jones caiu 0,69 por cento, a 16.528 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,84 por cento, a 1.972 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 1,07 por cento, a 4.776 pontos.
No mês, o Dow Jones caiu 6,6 por cento, enquanto o S&P 500 teve baixa 6,3 por cento e o Nasdaq acumulou perda de 6,9 por cento.
O vice-chair do Fed, Stanley Fischer, disse no sábado que a inflação dos EUA provavelmente irá se recuperar conforme a pressão do dólar diminui, permitindo que o Fed aumente a taxa de juros gradualmente.
Muitos analistas interpretaram os comentários de Fischer como um sinal de que o Fed aumentaria os juros em setembro, não em dezembro. Isso abalou os investidores que já estavam agitados após semanas de turbulências causadas por preocupações com o enfraquecimento da economia chinesa.
"O que você vê no mercado hoje é causado pelos comentários do Fischer no fim de semana. Se eles derem esse passo em setembro, isso vai levantar muitas dúvidas sobre onde eles vão parar", disse o diretor de investimento da Wedbush Equity Management LLC, Stephen Massocca.
As declarações de Fischer, feitas durante a conferência global de bancos centrais em Jackson Hole, indicaram que o Fed não vê a recente queda no mercado acionário e as preocupações com a China como impeditivos para um aumento dos juros.
Dos dez índices setoriais do S&P 500, nove encerraram em queda, com o de saúde caindo 1,85 por cento e liderando as perdas. O índice do setor de energia subiu 1,05 por cento, impulsionado pelas ações da ConocoPhillips e da Phillips 66.
Os preços do petróleo subiram após dados indicarem um surpreendente corte na produção de petróleo dos EUA e com a Opep dizendo que estava pronta para conversar com outros produtores sobre a recente queda nos preços do petróleo.
Bovespa cai 1% com apreensão fiscal e tem em agosto pior desempenho do ano
SÃO PAULO, (Reuters) - A Bovespa fechou em queda nesta segunda-feira, após novos sinais da dificuldade extrema do governo brasileiro em promover o ajuste das contas públicas, com o envio da proposta orçamentária ao Congresso Nacional prevendo déficit primário em 2016.
O viés negativo em Wall Street, diante de dúvidas renovadas sobre quando o Federal Reserve começará a elevar os juros, endossou as perdas no pregão local, embora o declínio tenha sido limitado pelos ganhos das ações da Petrobras na esteira da disparada dos preços do petróleo.
O Ibovespa caiu 1,12 por cento, a 46.625 pontos. Na mínima, recuou mais de 3 por cento. O giro financeiro totalizou 9,2 bilhões de reais.
Nesta segunda-feira, o governo encaminhou ao Congresso Nacional proposta do Orçamento da União de 2016 prevendo um déficit primário do governo federal de 30,5 bilhões de reais no próximo ano, ou equivalente a 0,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa é que o setor público consolidado, que inclui Estados e municípios, registre déficit primário equivalente a 0,34 por cento do PIB em 2016.
"Isso confirma toda a dificuldade do governo em reduzir gastos e intensifica o risco de perda da avaliação grau de investimento do país", disse o gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management.
O economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, avaliou que indicar um déficit primário no Orçamento, em vez de superávit, "significa admitir que o país não consegue se decidir por um caminho que evite o pior".
"E significa também que não há consenso para transformar um desequilíbrio no presente em equilíbrio futuro. O resultado será uma dívida crescente. E um risco Brasil maior. Nesse caso, as agências de classificação provavelmente reduziriam o grau de investimento do Brasil", afirmou Goldfajn, em nota a clientes.
Em agosto, o índice de referência do mercado acionário brasileiro acumulou perda de 8,33 por cento, pior desempenho mensal em 2015.
A pressão no mês de agosto veio de preocupações com o horizonte fiscal e a deterioração do panorama econômico local, combinadas a apreensões acerca da economia e dos mercados na China e dúvidas sobre a política monetária norte-americana.
DESTAQUES
=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO caíram 3,56 e 4,08 por cento, respectivamente, respondendo pelas maiores pressões negativas do Ibovespa, uma vez que o cenário de déficit fiscal corrobora apostas de agentes financeiros em rebaixamento do rating brasileiro e papéis de bancos estão entre os mais sensíveis a um eventual corte da nota de crédito brasileira. BANCO DO BRASIL perdeu 5,06 por cento e SANTANDER BRASIL cedeu 1,50 por cento.
=PETROBRAS fechou com as ações ordinárias em alta de 3,31 por cento e com as preferenciais com avanço de 2,11 por cento, revertendo as perdas iniciais, conforme os preços do petróleo também passaram ao campo positivo. As cotações da commodity fecharam com fortes ganhos, após dados da produção de petróleo nos Estados Unidos mostrarem queda e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) dizer que conversaria com outros produtores sobre preços baixos.
=BRASKEM encerrou em alta de 4,84 por cento, após cair quase 5 por cento na abertura, em dia que expirou o último aditivo no contrato de fornecimento de nafta pela Petrobras à petroquímica. Além disso, de acordo com reportagem do Valor Econômico publicada nesta segunda-feira, encerrou nesta sessão o prazo, nos Estados Unidos, para que acionistas declarem interesse em liderar a ação coletiva ("class action") ajuizada contra a petroquímico em Nova York.
=VALE fechou com as preferenciais de classe A em alta de 3,21 por cento, em meio à estabilização dos preços do minério de ferro na China, a despeito do corte no preço-alvo do recibo de ação negociado nos EUA (ADR) da mineradora pelo o JPMorgan de 7,50 para 5,50 dólares, enquanto a recomendação "neutra" foi mantida.
=LOCALIZA caiu 6,63 por cento, maior queda do Ibovespa. A companhia de gestão de frotas e aluguel de veículos realizou encontro com analistas e investidores nesta segunda-feira, no qual a diretoria indicou que seu principal objetivo é focar na rentabilidade do capital investido e que não deve elevar dividendos ou recomprar ações no curto prazo, entre outras sinalizações, segundo destacou a equipe da corretora Brasil Plural, em nota a clientes