Bolsas chinesas saltam após rali em Wall Street

Publicado em 27/08/2015 07:33

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Por Pete Sweeney e Samuel Shen

HONG KONG/XANGAI (Reuters) - Os turbulentos mercados acionários da China fecharam com forte alta nesta quinta-feira, auxiliados pela forte recuperação em Wall Street diante de expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, adie o aumento dos juros em reação à volatilidade provocada por preocupações com a segunda maior economia do mundo.

O índice CSI300, que abrange as maiores companhias listadas em Shenzhen e Xangai, subiu 5,95 por cento, a 3.205 pontos, e o índice de Xangai avançou 5,4 por cento, a 3.085 pontos.

As ações chinesas haviam recuado na quarta-feira, acumulando perdas de mais de 20 por cento em apenas cinco dias, ressaltando a fragilidade da confiança de investidores e as sérias dúvidas sobre se o afrouxamento monetário conduzido no dia anterior pelo Banco do Povo da China seria capaz de estabilizar a economia.

As preocupações sobre a desaceleração do crescimento chinês vêm aumentando durante todo o ano, com um fluxo constante de dados econômicos cada vez mais fracos. Na semana passada, pesquisa oficial do Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) apontou que a atividade industrial encolheu neste mês no ritmo mais rápido em quase 6 anos e meio.

A inesperada desvalorização do iuan há duas semanas deu força às suspeitas de que Pequim está preocupada com os exportadores do país, que há décadas vêm encabeçando o crescimento econômico do país.

Surpreendida pelo impacto global da desvalorização do iuan, China busca acalmar mercados

Por Kevin Yao

PEQUIM (Reuters) - A China foi tão surpreendida pela reação global à sua desvalorização cambial que é provável que o governo mantenha o iuan em rédea curta no curto prazo para evitar uma guerra cambial que poderia provocar uma crise financeira mais ampla, dizem fontes.

Pedidos internos para que o iuan enfraqueça 10 por cento desde a desvalorização de 11 de agosto minguaram, uma vez que líderes temem que as preocupações do mercado sobre uma manobra como essa poderiam alimentar mais fugas de capital. Sinais de que recursos estão deixando o país se intensificaram em julho e agosto.

As reservas internacionais da China diminuíram em cerca de 340 bilhões de dólares desde meados de 2014 até julho, o que é visto por economistas como um bom indicativos das saídas de recursos do país.

Mas o Banco do Povo da China, banco central do país, conta com o total de 3,65 trilhão de dólares, que formam o maior volume de reservar internacionais do mundo, para defender o iuan.

Economistas do governo e assessores de política econômica dizem que o banco central vai agora tentar evitar que o iuan recue muito além de 6,5 por dólar, 4,5 por cento abaixo dos níveis pré-desvalorização. Na manhã desta quinta-feira, o iuan chegou a atingir 6,4162 por dólar.

"A reação global foi maior que a esperada", disse um economista sênior de uma agência do governo.

"A economia global está muito frágil... desvalorizações cambiais competitivas poderiam, por sua vez, afetar a própria economia da China --minar suas exportações e o investimento."

De fato, quando cortou os juros e as taxas de compulsório na terça-feira, o banco central disse que flutuações cambiais tinham provocado queda da liquidez.

Isso foi visto como um sinal de que as fugas de capital aceleraram desde a desvalorização, com investidores temendo que a China conduza o iuan mais para baixo.

Embora o banco central ainda queira liberalizar mais a moeda, em parte para permitir que o iuan seja incluído na cesta de divisas do Fundo Monetário Internacional (FMI), fontes dizem que a autoridade monetária entende a necessidade de estabilidade agora.

"O banco central espera implementar reformas de mercado, mas também teme que possa haver volatilidade forte e pressão intensa sobre o iuan no curto prazo", disse um economista de uma importante agência do governo.

"Se o iuan cair mais, outras moedas podem cair com mais força."

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Fonte:
Reuters

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