Milho: Frente à valorização do câmbio, preço sobe e retoma o patamar de R$ 32,00/sc em Paranaguá

No Porto de Paranaguá, a saca do milho, para entrega outubro, retomou o patamar dos R$ 32,00 nesta quarta-feira (26). A cotação ganhou impulso com a forte valorização do dólar frente ao real registrada na sessão de hoje. Por volta das 11h52 (horário de Brasília), o câmbio era cotado a R$ 3,64.

Contudo, ao longo da sessão, a moeda norte-americana já tocou o patamar de R$ 3,6532, com ganho de 1,24%. De acordo com informações reportadas pelo site G1, o câmbio encontra suporte na nova queda registrada nas ações da China e o pessimismo nos mercados da Europa. Além disso, o cenário político conturbado no Brasil também influencia o andamento do dólar.

A recente valorização do câmbio também contribuiu para a comercialização da safrinha de 2015 e já ocasiona negócios interessantes para a segunda safra de 2016. Segundo o representante da CS Agronegócios, Marcelo Nunes, cerca de 80% da safrinha da região de Uberaba (MG) já foi negociada com destino à exportação.

"Tivemos muitos negócios em julho, depois da alta do câmbio. Já temos embarques programados para agosto e setembro. Nesse momento, temos a saca do milho sendo cotada a R$ 21,00 na nossa região, que pode ser considerado um bom valor devido à produtividade favorável. Em média, os produtores colheram cerca de 120 sacas do grão por hectare", diz Nunes.

BM&F Bovespa

O câmbio também tem sido o principal fator de suporte aos preços do milho praticados na BM&F Bovespa. As cotações futuras da commodity sobem pelo 3º dia consecutivo e, por volta das 12h04, exibiam valorizações entre 0,62% e 1,83%. O contrato setembro/15 era cotado a R$ 29,45/sc.

Bolsa de Chicago

Durante as negociações desta quarta-feira (26), os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) devolveram os ganhos e retornaram ao lado negativo da tabela. As principais posições do cereal exibiam quedas entre 1,75 e 2,00 pontos, por volta das 12h22. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,63 por bushel, depois de iniciar o pregão a US$ 3,68 por bushel.

De acordo com informações reportadas por agências internacionais, o mercado do cereal é pressionado pelas informações do mercado financeiro. Os investidores ainda permanecem acompanhando os dados da China. Nesta quarta-feira, os mercados acionários do país recuaram novamente.

Contudo, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que o mercado do cereal tem capacidade de se recuperar mais rápido em relação aos outros mercados devido aos fundamentos. "Temos uma safra norte-americana menor, a Europa ainda tem problemas na safra em função do clima e a demanda para o grão é maior", explica.

Sobre a safra dos EUA, ainda pairam muitas dúvidas no mercado sobre o real tamanho da safra de milho nesta temporada. E, nesse momento, grande parte das lavouras está em fase de enchimento de grãos. Por enquanto, as chuvas continuam irregulares nas principais regiões produtoras de grãos no país, conforme informou a Somar Meteorologia. Ao longo do mês de setembro, a previsão indica o retorno das chuvas mais volumosas e regulares.