Soja: Com agenda cheia, mercado inicia semana em campo positivo nesta 2ª em Chicago
O mercado internacional tem uma agenda agitada nessa semana que se inicia nesta segunda-feira (10) e para os futuros da soja ela parece começar positiva. Por volta das 7h40 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 6,50 e 8 pontos nos principais vencimentos negociados na Bolsa de Chicago. Assim, a primeira posição do momento - setembro/15 - era negociada a US$ 9,83 por bushel.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz, nesta segunda, seu novo boletim semanal de acompanhamento de safras. O relatório sai às 17h - após o fechamento do mercado - e os traders aguardam pelo número com ansiedade, uma vez que há semanas o índice de lavouras em boas/excelentes condições se manteve em 62% e, em seguida, apresentou uma ligeira melhora para apenas 63% na última semana.
Assim, as condições de clima no Meio-Oeste dos Estados Unidos também seguem no foco dos investidores, já que agosto é o mês mais importante para a cultura no país, período em que é definida e consolidada sua produtividade. Para os próximos dias, entretanto, as previsões indicam chuvas e temperaturas abaixo da média, segundo informações do NOAA, departamento oficial de clima do governo americano.
Ao mesmo tempo, a ansiedade é grande também para o novo reporte mensal de oferta e demanda que o USDA traz nesta quarta-feira (12) e é unanimidade entre as consultorias privadas, de acordo com as expectativas que foram reportadas nos últimos dias, que a estimativa do departamento para a safra norte-americana de soja seja revisada para baixo, bem como sua produtividade.
Paralelamente, ainda nesta segunda e na próxima quinta-feira (13) respectivamente, chegam ao mercado os boletins semanais de embarque de grãos e vendas semanais para exportação, indicadores importantes da demanda e que também devem trazer alguma movimentação para as cotações.
E à espera de todas essas informações, como explicam analistas, os traders e fundos de investimento seguem ajustando suas posições com o objetivo de garantir um bom posicionamento. Afinal, além desses números que indicam os fundamentos do mercado, a movimentação do financeiro também segue sendo observada pelos participantes do mercado.
Veja como fechou o mercado na última semana
Soja: Mercado nos portos tem semana de mais de 3% de alta e negócios de R$ 82,50
O dólar disparou nesta semana, superou largamente os R$ 3,50, e os preços da soja praticados no Brasil acompanharam o avanço tanto nos portos quanto no interior do país. A moeda norte-americana acumulou alta de mais de 2% na semana e, com um balanço semanal também positivo para as cotações na Bolsa de Chicago, os valores foram os melhores do ano já registrados tanto para a soja disponível quanto para a da safra nova.
No terminal de Rio Grande, o produto disponível subiu 4,11% desde a última sexta-feira (31) e fechou com R$ 81,00. Ao longo do dia, porém, como relatou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, alguns negócios chegaram a bater em R$ 82,50 por saca. Para a soja da safra 2015/16, entrega maio do ano que vem, o ganho acumulado na semana foi de 3,86% para R$ 80,80 por saca. Em Paranaguá, as altas foram de 2,60% e 3,04%, respectivamente, para R$ 79,00 e R$ 78,00 por saca.
No interior do país, os ganhos nas principais praças de comercialização pesquisadas junto aos sindicatos e cooperativas apontaram ganhos que variam entre 2,36% e 6,90%. Em Não-Me-Toque/RS, o preço ficou em R$ 67,50 por saca, enquanto Tangará da Serra/MT fechou com R$ 62,00 e São Gabriel do Oeste/MS com R$ 63,00 por saca.
"Tivemos, nesta sexta-feira, os melhores níveis do ano para a soja nos portos, as cotações em reais estão bastante atrativas, o mercado internacional é fortemente comprador, foi uma semana de negócios escassos, mas fechamos uma boa semana", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Em Chicago
Na Bolsa de Chicago, os preços também registrou uma semana positiva, com altas de 1,91% a 2,88% entre os principais vencimentos praticados. O contrato agosto/15 fechou com US$ 10,09 por bushel, enquanto o novembro/15, referência para a safra americana, terminando com US$ 9,63. E os últimos dias foram marcados por expectativas e intensa volatilidade.
"O mercado está se preparando para receber os relatórios da semana que vem. Chega na segunda-feira (10) o relatório de acompanhamento de safras e há muitos indicativos de que, nesses últimos dias, a qualidade das lavouras ficou comprometida, já dando sinais de que as inundações de junho começam a mostrar os reais prejuízos. Então, o mercado começa a corrigir os números para cima, já prevendo uma redução de produtividade", diz Brandalizze.
Na quarta-feira (12), o mercado recebe o boletim mais esperado pelos traders que é o novo mensal de oferta e demanda trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). " A unanimidade destas agências espera que o departamento americano traga um ajuste para baixo na projeção de produção, tanto para milho quanto a soja", diz o consultor de mercado da TRINI Consultoria, Mársio Ribeiro.
O comportamento do clima nos Estados Unidos e seu impacto sobre o desenvolvimento da nova safra do país é outro fator que continua a ser acompanhado. As últimas previsões climáticas indicam condições, até o momento, favoráveis para a conclusão da safra 2015/16 norte-americana. Algumas tempestades se movimentam para o alto do Vale do Rio Mississipi, com uma nova frente podendo trazer algumas chuvas modestas à região central do Corn Belt, como mostra o mapa abaixo com a previsão para os próximos sete dias.
Previsão de chuvas para os EUA nos próximos 7 dias - Fonte: NOAA
Já para o período dos próximos 6 a 10 dias - 13 a 17 de agosto -, as previsões do NOAA, o departamento oficial de clima do governo americano, já se espera um clima mais seco para a maior parte do Corn Belt, com chuvas e temperaturas abaixo da média, como indicam os mapas a seguir.
Previsão de chuvas nos EUA de 13 a 17 de agosto - Fonte: NOAA
Previsão de temperaturas nos EUA de 13 a 17 de agosto - Fonte: NOAA
1 comentário
Soja caminha de lado em Chicago nesta 2ª feira, mas atenta às baixas do óleo
Hedgepoint atualiza cenário global do mercado de soja
Agrural: Plantio de soja chega a 80% da área no Brasil
Soja/Cepea: Clima favorece semeadura, e colheita pode ser recorde
Soja inicia semana em queda na Bolsa de Chicago dividindo atenções entre fundamentos e financeiro
Esmagamento recorde nos EUA sustenta preços da soja que fecham 6ªfeira subindo em Chicago
Angelo Miquelão Filho Apucarana - PR
Pois é, quem acreditava que o dólar fosse subir tanto??!!! Houve quem aconselhasse a compra da moeda, apostando nas fortes altas, mas houve muitos mais "analistas" afirmando que tudo não passava de boatos, de terrorismo econômico..., e olha no que deu!!!. Quem optou por guardar algumas verdinhas deve estar contando os lucros! Mas como nós, agricultores, não somos acostumados a investir neste tipo de folha verde, mas sim na produção, certamente estaremos contando muitos acréscimos em nossas contas, sendo a alta da moeda estrangeira para nós uma faca de dois gumes; sobe a soja, mas sobe também todos os insumos, e depois a soja desce e os insumos ficam lá em cima por um longo tempo, tirando assim toda a vantagem! Somos quase que como quem fabrica caixão, não queremos a nossa morte, mas se o vizinho não for pras cucuias, o nosso negócio vai... Trocando em miúdos, e de miúdos, nós, pequenos, entendemos grandemente, afinal os lucros andam miúdos e os custos agigantados, hora pelo dólar, hora pela alta dos combustíveis e somados a isso ainda vem novas pragas e doenças todo santo ano! Mas como diz o nosso ausente amigo João Batista; "vamos em frente!!!" ou ficamos na frente da metralhadora do mercado impiedoso, que mata a todos que não tem o colete brindado, que não faz conta e festeja o ganho de hoje sem ver o custo de amanhã!