Editorial da FOLHA: Impera o caos em Brasília... VÁCUO DE LEGITIMIDADE)
Vácuo de legitimidade (editorial da FOLHA)
Impera o caos em Brasília, com Dilma e o PT a persistir nos erros, o Congresso em tumulto e tucanos a acreditar na miragem de nova eleição
Quando a autoridade de um presidente se esvai de maneira vertiginosa, como nestes dias com Dilma Rousseff (PT), do espaço vazio emerge toda sorte de oportunismo.
Em meio à confusão, torna-se mais difícil discutir serenamente soluções razoáveis e eficazes para a crise política galopante. Tal debate fica mais complicado quando alguns atores buscam atalhos para o desenlace, demonstrando pouco apreço pelos ritmos desenvolvidos na normalidade democrática.
A causa principal dos problemas, é bom que se diga, se encontra no próprio Palácio do Planalto.
Dilma segue alheia à deterioração da situação política e econômica e não se mostra disposta a reconhecer os inúmeros erros de seu primeiro mandato. Aos olhos de seus opositores e até de alguns aliados, perdeu a capacidade de comandar o país.
A petista, naturalmente, discorda dessa avaliação. Aferrando-se à mitologia heroica que insiste em evocar para destacar sua resiliência, afirmou: "Ninguém vai tirar essa legitimidade que o voto me deu". No Brasil de hoje, continuou, preza-se o respeito à "eleição direta pelo voto popular".
A hipótese da renúncia, deixa claro a presidente, não está nos seus planos. Não pretende deixar o Planalto nem se sente incapaz de recompor seu apoio político.
A Constituição, de outro lado, permite o afastamento forçado, mas sabiamente não oferece facilidades para apear um presidente. Admite o impeachment, mas a dolorosa terapia pressupõe comprovação de crime de responsabilidade, uma perspectiva incerta.
Mesmo que o Tribunal de Contas da União conclua pela rejeição das contas de Dilma, não será automático passar disso ao impedimento presidencial. O processo será longo, e antes político que jurídico.
A própria oposição não se põe de acordo sobre essa via. No PSDB, por exemplo, dado que o impeachment levaria à posse do vice Michel Temer (PMDB), uma facção passou a patrocinar a hoje inoportuna ideia de nova eleição –na qual seu candidato derrotado, Aécio Neves, despontaria em vantagem.
Para que a proposta seja levada a sério, é preciso antes que o Tribunal Superior Eleitoral encontre bons motivos para determinar a impugnação da chapa Dilma-Temer por delito no pleito de 2014.
Embora esteja em curso investigação por abuso de poder econômico suscitada pelo PSDB, mesmo no caso de condenação o processo se prolongaria com recursos ao Supremo Tribunal Federal.
Há visões divergentes entre tucanos sobre como abreviar o mandato de Dilma Rousseff, por certo. Fica evidente, porém, que uma ala barulhenta do partido pensa que pode subordinar os meios jurídicos a seus fins eleitorais, vergando as regras da democracia para encurtar o caminho até o poder.
Análise de IGOR GIELOW:
Dilma e a entropia
BRASÍLIA - Uma das características em casos terminais é a legítima recusa do paciente em aceitar o oblívio iminente. É isso o que PT e o governo Dilma estão a fazer, como o programa de TV deles demonstrou.
Parece ínfima a chance de qualquer plano ter efeito além do prolongamento da crise, ao estilo Collor e seu "ministério ético" de 1992. Por isso, o que há hoje é uma série de cenários excluindo Dilma do jogo.
Não é golpe: atingimos o ponto em que a entropia impera. Conceito da termodinâmica, ela designa forças destruidoras dentro de um sistema de trocas de energia. Invariavelmente, segundo a teoria, num dado momento tudo é implodido por ela.
O governo hoje é um cadáver insepulto na Esplanada, e ninguém sabe bem o que fazer com o corpo. A Câmara está perdida, e o Senado é inconfiável. A economia está de joelhos e todos só temem o que mais sairá da Operação Lava Jato.
Normalmente, uma oposição forte surgiria como alternativa de poder, de aglutinação. Isso inexiste, até porque cada um quer uma coisa: Aécio torce por uma improvável nova eleição, Alckmin reza pela manutenção do cadáver em praça pública e Serra, pelo impeachment e por Michel Temer o transformar no que FHC foi para Itamar Franco. Tudo frágil.
O PMDB, fiel da balança em qualquer cenário, também está dividido, ainda que seus atores trabalhem mais em conjunto do que a vã filosofia afere. Temer e Eduardo Paes podem sonhar com horizontes. O vice está no fio da navalha, fiador da democracia ao mesmo tempo em que não pode parecer traidor; Eduardo Cunha lidera uma Casa inflamada, e Renan Calheiros sorri para os apelos infrutíferos de Dilma.
O desfecho é uma incógnita, como mostram os boatos (renúncia pronta, Lula ministro, Temer fora etc.) da sexta (7). Certezas: todo mundo está à mercê da Lava Jato, e o governo acabou sem começar. O resto fica por conta da potência da entropia.
1 comentário
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Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
A oposição tucana se mostrou frouxa, e continua frouxa. FHC tem se comportado de modo vergonhoso, pior ainda que as matérias da FSP, que afirma não haver legitimidade, nem legalidade no fato de Aécio Neves querer disputar novas eleições, a que ele perdeu foi roubada, nas urnas eletronicas sob o encargo de Dias Toffoli, advogado do PT e militante, que não permitiu que ninguém acompanhasse a apuração das urnas pertencentes a uma empresa fraudadora de eleições, e que foi criada sob inspiração do tirano e ditador, corrupto e salafrário Hugo Chavez. Falta o que? Além dos testemunhos de dinheiro irrigando diretamente a campanha de Dilma, e nas passadas, a de Lula, quem acreditaria que permitiriam tamanho roubo de todas as empresas nacionais para beneficiar politicos do PT e da base aliada, e talvez os fajutos opositores, pagos para fazer falsa oposição, e no entanto esse dinheiro não irrigaria a campanha presidencial?
Só tem um homem capaz d fazer oposição d verdade... Chama-se Ronaldo Caiado!!!
Sr. Rodrigo, os fatos falam por si só. Na minha pequenez, sinto-me, cada vez mais... pequeno. Porque existem pessoas que têm a capacidade de fazer tanto mal a sua espécie? Sim, pois quando uma pessoa se dispõe a governar um País, suas ações vão repercutir na vida de toda a população. QUAL É REALIDADE QUE VIVENCIAMOS???
A máxima: A toda ação há uma reação. Não seria a hora de se pensar em mudar o sistema que dá sustentabilidade á politica brasileira? Procurar uma forma diferente da "DEMOCRACIA REPRESENTATIVA"... Outro "tipo" de Democracia mais coerente com a realidade cultural de seus cidadãos. MENOS MAQUIAVEL (ética politica) MAIS RENÉ DESCARTES!!!
Somos governados por psicopatas. Por psicopata entendo aquela pessoa que consegue compreender o sentimento do outro, racionalmente, e usa-lo a seu favor, sem sentir o que o outro sente. Quanto a reação, ela já está em curso, e o governo mequetrefe, sem vergonha, está gastando mais alguns bilhões na imprensa para proteger Dilma e Lula. Isso sem falar na falsa oposição, liderada por Aécio Neves e FHC. Há no entanto uma coisa que posso falar em relação aos politicos. Não devemos esperar que sejam éticos, comprometidos com boas práticas, devemos esperar justamente o contrário, que não prestam, são corruptos, ladrões, traficantes e assassinos, e que, veja bem, a lei deve ser para todos, ela deve valer para todos. Vão entregar com facilidade? Não vão, nem eles, nem empresários como Blairo Maggi, Kátia Abreu, e milhares de outros grandes produtores brasileiros que enriqueceram com o status quo que ai está, e que encontra sua justificativa em si mesmo, de que as coisas sempre foram assim, de que todos são assim, et... Esses ficam com o cú na mão quando se fala em mudanças. E é essa cultura do jeitinho, do uso dos recursos alheios para solução de problemas particulares, como uma coisa normal é que está sendo lentamente modificada, e como? Com um número cada vez maior de pessoas com coragem para dizer na cara desses vagabundos, não sou como você, e sei que as coisas podem ser diferentes. Essa é a mudança fundamental que está em curso, e que apavora o establishment, que as pessoas entendam e lhes digam na cara, sei que você é um bosta que enriqueceu explorando a miséria, utilizando os recursos roubados pelo Estado em beneficio próprio. Somente isso já equivale a joga-los dentro de um latão de lixo.
Um dos mais ilustres da Escola de Frankfurt, Friedrich August Von Hayek, em sua obra "Constituição da Liberdade", ele cita: O papel do estado é assegurar a liberdade e o progresso humano pelo Império da Lei. Não é a vontade de quem governa, de quem está regendo a sociedade, mas as doutrinas metafisicas por trás das leis que regulam nossa vida diária. Não podemos fazer leis, podemos apenas descobrir as leis.... Há muito para aprendermos !!!
Sr. Rensi, fui ler Hayek a primeira vez quando tinha 40 anos, a dez anos atrás, e o livro se chama, "O Caminho da Servidão" e inicia assim:"Poucas descobertas são mais irritantes do que as que revelam a origem das ideias". ? Lord Acton
Se as pessoas soubessem a origem das idéias socialistas e seus resultados práticos em todos os lugares onde foram implantadas, não dariam um voto sequer a eles.
Coloquei ilustre da escola de Frankfurt, mas cometi um lapso, o correto é: "UM DOS MAIS ILUSTRES COMBATENTES DA ESCOLA DE FRANKFURT, pois a escola de Frankfurt pregava o "controle social" (socialismo, comunismo, fascismo, nazismo).