Bovespa fecha em queda de 2,76% com incerteza política e exterior negativo
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO(Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em queda de quase 3 por cento nesta sexta-feira, contaminado por incertezas no campo político, com Petrobras entre as maiores pressões negativas após balanço trimestral e na esteira do declínio do petróleo.
O quadro negativo nas bolsas no exterior endossou o viés de baixa na bolsa paulista, após dados sobre emprego nos Estados Unidos favoreceram apostas de alta do juro norte-americano neste ano, com chance de isso acontecer em setembro.
O Ibovespa caiu 2,87 por cento, maior queda diária percentual desde 2 de janeiro, para fechar a 48.577 pontos, menor patamar de fechamento desde março.
O giro financeiro totalizou 5,9 bilhões de reais.
Em Wall Sreet, o S&P 500 caiu 0,29 por cento.
Na primeira semana do mês, o índice de referência do mercado acionário brasileiro caiu 4,5 por cento.
"O quadro macroeconômico e o cenário político/institucional deterioraram-se drasticamente nas últimas semanas e há uma preocupação crescente de que podem piora significativamente antes de melhorarem", disse o Goldman Sachs, em relatório.
No início da tarde, notícia do Valor Pro de que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) teria dito à presidente Dilma Rousseff que chegou o momento de ele deixar a articulação política do governo adicionou nervosismo à bolsa.
Nem o desmentido feito por Temer foi suficiente para acalmar o ânimos, com o Ibovespa voltando a renovar a mínima da sessão.
DESTAQUES
=PETROBRAS fechou com as preferenciais em queda de 6,1 por cento e com as ordinárias em baixa de 7,4 por cento, em meio à queda do preço do petróleo e após a empresa divulgar, na véspera, queda de 89 por cento no lucro líquido do segundo trimestre. O recuo das ações ocorreu apesar da avaliação positiva no mercado sobre o resultado operacional da petroleira. Após a teleconferência com analistas, o Credit Suisse divulgou nota a clientes afirmando que dados menores de importação e de custo de extração à frente foram positivos. Mas a pouca clareza acerca dos desinvestimentos e disputas fiscais significa, segundo o banco, que os investidores podem seguir céticos sobre a execução do plano de negócios e preocupados com potenciais pagamentos judiciais elevados no futuro.
=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO cederam quase de 3 por cento, pesando no Ibovespa dada a relevante fatia que ambos detêm na composição do índice.
=ULTRAPAR teve mais uma sessão de perda, com recuo de 4,4 por cento. Em teleconferência nesta sexta-feira, após divulgar o balanço na noite de quarta, a companhia disse que espera que a divisão Ipiranga, de postos de combustíveis, apresente volumes de vendas e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no terceiro trimestre com evolução semelhante ao registrado pela empresa nos três meses anteriores.
=CETIP caiu 1,66 cento, mesmo após anunciar na véspera lucro de 118,7 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 18,3 por cento ante igual período de 2014. Os números ficaram basicamente em linha com as expectativas no mercado.
=VALE encerrou com as preferenciais em baixa de 4,85 por cento e as ordinárias em queda de 5,92 por cento, devolvendo ganhos da véspera.
=ESTÁCIO fechou em queda de 0,62 por cento, sucumbindo ao viés negativo do pregão, após subir mais de 9 por cento na máxima do dia, conforme agentes financeiros repercutiram divulgação de alta anual de mais de 50 por cento no lucro consolidado no segundo trimestre e o anúncio de recompra de até 9,5 milhões de ações. O Credit Suisse elevou a recomendação para o papel para "neutra".
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