Milho: Após perdas recentes, mercado testa reação na manhã desta 3ª feira em Chicago
Nesta terça-feira (4), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com leves altas. As principais posições do cereal exibiam ganhos entre 3,75 e 4,25 pontos, por volta das 7h31 (horário de Brasília). O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,70 por bushel, depois de encerrar o dia anterior a US$ 3,66 por bushel.
As cotações da commodity testam uma reação após acumular perdas expressivas recentemente. Nos últimos dias, o mercado tem sido pressionado pelas informações vindas do mercado financeiro, especialmente pela forte valorização do dólar no cenário internacional e as especulações em relação à economia da China.
Em contrapartida, as previsões climáticas para o Meio-Oeste dos EUA, não mostra nenhuma ameaça até o momento, o que, segundo os analistas, ajudam a manter a pressão sobre os preços. "A variável clima vai perdendo força à medida que as plantas vão evoluindo e os riscos diminuem", explica o analista de mercado da TRINI Consultoria, Mársio Antônio Ribeiro.
Ainda nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) manteve o índice de lavouras de milho em boas ou excelentes condições, em 70%. Cerca de 21% das plantações estão em situação regular e 9% em condições ruins ou muito ruins.
O órgão ainda informou que em torno de 90% das lavouras do cereal estão na fase de espigamento, frente aos 76% indicados na semana anterior. E 29% das plantações estão no estágio de enchimento de grãos, contra 33% registrado em igual período do ano passado e a média dos últimos cinco anos de 31%.
Confira como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Milho: Mercado financeiro pesa e preços fecham sessão desta 2ª feira em queda na CBOT
Os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta segunda-feira (3) em campo negativo. No final do pregão, as cotações ampliaram as perdas e fecharam o dia com quedas entre 4,50 e 4,75 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,66 por bushel, depois de iniciar a semana a US$ 3,65 por bushel.
Para o analista de mercado da TRINI Consultoria, Mársio Antônio Ribeiro, mais uma vez, as cotações foram pressionadas pelas informações vindas do mercado financeiro. "Temos o câmbio se valorizando em praticamente todo o mundo e as moedas estão perdendo o valor frente ao dólar. Além disso, temos as incertezas sobre a economia chinesa, que ainda pesam sobre a cabeça dos investidores", explica o analista.
De acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da Caixin, a atividade industrial no país recuou mais que o estimado inicialmente no mês de julho, a maior contração em dois anos, com queda em novas encomendas, conforme dados da agência Reuters. "Acreditamos que o pânico no mercado acionário no começo de julho esfriou a atividade econômica, que é o que os PMIs da indústria indicaram", disse o economista da ING Tim Condon em nota a clientes antes da divulgação do PMI da Caixin.
Paralelamente, o analista ainda ressalta que o relatório do IGC (Conselho Internacional de Grãos, na sigla em inglês), que projetou um aumento de 3 milhões de toneladas do grão na safra mundial também pesa sobre os preços. Na semana anterior, o conselho estimou a safra global do cereal da temporada 2015/16 em 966 milhões de toneladas, contra as 963 milhões de toneladas projetadas no mês de junho.
Em contrapartida, o comportamento climático no Meio-Oeste dos EUA permanece sendo observado, porém, está perdendo força nesse momento, segundo ressalta o analista de mercado. "A variável clima vai perdendo força à medida que as plantas vão evoluindo e os riscos diminuem", ratifica Ribeiro. Depois de um final de semana um pouco mais quente no país, os últimos mapas climáticos já apontam para chuvas acima do normal no oeste do Corn Belt ao Vale do Rio Ohio. Já as temperaturas deverão ficar mais amenas, segundo o indicado nas figuras abaixo.
Projeção das Chuvas para 8 a 12 de agosto nos EUA - Fonte: NOAA
Projeção das Temperaturas para 8 a 12 de agosto nos EUA - Fonte: NOAA
Com isso, a perspectiva é que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mantenha ou até mesmo revise para cima o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. Na última semana, o departamento informou que, cerca de 70% das lavouras do cereal estavam em boas ou excelentes condições. "A perspectiva para esse relatório é de manutenção ou até mesmo de revisão no índice de lavouras em boas condições. E isso trará mais um ingrediente negativo aos preços. Outro fator de pressão aos preços é o bom avanço da colheita da 2ª safra no Brasil", diz o analista.
Do mesmo modo, os investidores já começam a se preparar para o próximo boletim de oferta e demanda do USDA. O relatório será reportado na próxima semana, no dia 12 de agosto, e deverá apresentar os novos números sobre a produção e produtividade das lavouras da safra 2015/16 no país.
Embarques semanais
Já os embarques semanais somaram 920,708 mil toneladas do grão até a semana encerrada no dia 30 de julho, de acordo dados do USDA. As apostas dos participantes do mercado estavam entre 800 mil a 1,175 milhão de toneladas. Na semana anterior, o número ficou em 1.108,281 milhão de toneladas de milho.
No total acumulado da temporada, os embarques de milho americanos já somam 41.114,836 milhões de toneladas, contra as 45.969,590 milhões de toneladas no mesmo intervalo da safra 2013/14.
Mercado interno
Mesmo com a alta registrada no câmbio, o preço da saca do milho, para entrega em outubro/15, ficou estável em R$ 29,50 no Porto de Paranaguá. Já no terminal de Rio Grande, a saca do milho foi negociada a R$ 30,50 nesta segunda-feira. Apesar do dólar mais forte, a queda registrada em Chicago acabou limitando os ganhos nos preços.
Em contrapartida, no mercado interno, a alta do câmbio tem contribuído para a competitividade do produto brasileiro no cenário internacional, de acordo com dados do Cepea. O quadro, por sua vez, tem sustentado os preços do cereal, no pico da colheita de uma safrinha recorde.
Exportações brasileiras
Até a 5ª semana de julho, 23 dias úteis, as exportações brasileiras de milho totalizaram 1.208,3 milhão de toneladas, com média diária de 55,7 mil toneladas. O índice é o 2º maior da história ficando apenas atrás de julho de 2012, quando as exportações ficaram em 1,7 milhão de toneladas. O volume embarcado diariamente representa uma alta de 754,6% em relação ao mesmo período do mês anterior. Em junho, as exportações do cereal ficaram em 136,8 mil toneladas do grão, com média de 6,5 mil toneladas.
O volume indicado também é 116,4% maior do que registrado em igual período de 2014, quando os embarques de milho totalizaram 591,7 mil toneladas, com média diária de 25,7 mil toneladas. Em relação à receita, as exportações renderam ao Brasil US$ 218,00 milhões, com média de US$ 9,5 mil. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta segunda-feira.
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