Nordeste: Irrigação de culturas é prejudicada pela seca

Por: Ana Clara Guerra

A irrigação de algumas culturas tem sido prejudicas pelo tempo seco no interior nordestino. O que explica este problema é que, com a falta de chuvas, os rios da região não têm conseguido abastecer os açudes. Com isso, os produtores dependem de poços para realização dos trabalhos.

Segundo os dados do Dnocs (Departamento de Obras contra as Secas), de 37 áreas produtoras distribuídas em seis Estados, 80% estão prejudicados pela falta de água para os trabalhos de irrigação. 

A produção de coco é uma das mais afetadas pela seca. Na região metropolitana de Fortaleza, por exemplo, já foi registrada uma queda de 40%. Além disso, a qualidade dos sistemas de irrigação é outro fator prejudicial, já que são antigos e gastam muita água. 

De acordo com a Somar Meteorologia, o interior dos Estados nordestinos permanecerá seco, enquanto que o leste da região terá chuva ocasionada pelas Ondas de Leste, que são ventos úmidos que sopram do oceano em direção ao continente. “Para que as precipitações voltem ao interior, as frentes frias tem que chegar à região para que haja uma conexão deste sistema meteorológico e a umidade da Amazônia. Ainda é cedo para isso acontecer, ainda mais por se tratar de um ano de El Niño”, comenta a meteorologista Desirée Brandt.

Seca também diminui nível dos reservatórios

O impacto da seca pode ser visto na bacia do rio São Francisco, que atingiu o nível mais crítico da história. Com a falta de chuvas, houve diminuição do nível dos seus reservatórios e uma redução temporária da vazão de saída, o que traz preocupação para os agricultores e também para o setor de energia. 

Diante do cenário de estiagem e de mananciais com capacidade reduzida, a prioridade no momento é o abastecimento da população, e depois, as culturas. 

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