Milho: Após testar reação, mercado inicia sessão desta 4ª feira em campo negativo na CBOT
Os futuros do milho operam com leves quedas no início do pregão desta quarta-feira (29) na Bolsa de Chicago (CBOT). Por volta das 8h01 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam perdas entre 4,50 e 4,75 pontos. O contrato setembro/15 era cotado a US$ 3,70 por bushel, depois de encerrar a sessão anterior a US$ 3,75 por bushel.
As cotações do cereal voltaram a trabalhar do lado negativo da tabela, após fechar o pregão desta terça-feira (28), com leve alta, próximo da estabilidade. Nesse momento, os analistas explicam que, as informações vindas do mercado financeiro acabam tendo um peso maior e pressionam os preços do cereal. Além disso, a previsão climática nos EUA não indica nenhuma ameaça nesse momento, o que mantém a pressão sobre os futuros da commodity.
O Meio-Oeste ainda deve receber chuvas nos próximos dias, conforme os últimos mapas reportados pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país. Contudo, o cenário é bem diferente do observado, especialmente entre os meses de maio e junho, quando as precipitações trouxeram preocupações e especulações a respeito da safra norte-americana de milho. Porém, o sentimento nesse instante é de que, apesar do excesso de umidade e até mesmo inundações em alguns estados, a produção dos EUA ainda será uma grande safra.
Paralelamente, os estoques finais mundiais elevados também são observados pelos participantes do mercado, o que contribui para pressionar o mercado. Em contrapartida, a leitura de alguns analistas é de que as informações sobre o andamento da safra de milho em outros países, que sofrem com o clima adverso, poderia servir de suporte aos preços do milho.
Confira como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Milho: Em Chicago, mercado esboça reação após perdas expressivas e fecha sessão com ligeiros ganhos
Em uma sessão marcada pela volatilidade, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam esta terça-feira (28) com ligeiros ganhos, próximas da estabilidade. As principais posições do cereal terminaram o pregão com altas entre 2,00 e 2,25 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,75 por bushel, já o maio/16 retomou o patamar dos US$ 4,00 por bushel, negociado a US$ 4,02 por bushel.
Durante os negócios, as cotações tentaram se manter do lado azul da tabela após acumular quedas expressivas, especialmente nos dois últimos pregões. Somente na segunda-feira, os preços perderam entre 18,00 e 19,50 pontos em Chicago, pressionadas por informações não tão positivas do mercado financeiro e também com a previsão de clima mais seco no Meio-Oeste dos EUA para os próximos dias, depois das chuvas registradas ao longo dos meses de maio e junho.
Entre os dias 28 de julho a 4 de agosto, alguns estados como Missouri poderão registrar chuvas entre 0,25 mm e 31,75 mm, o percentual é o mesmo previsto para Illinois. Em Indiana, as precipitações deverão somar entre 0,25 mm e 12,70 mm, já em Ohio, o índice deverá ficar entre 0,25 mm e 6,35 mm. Em Iowa, o volume previsto é um pouco maior, entre 12,70 mm a 50,80 mm, de acordo com informações divulgadas hoje no NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.
Previsão de chuvas nos EUA entre os dias 28 de julho a 4 de agosto - Fonte: NOAA
Até o último domingo (26), cerca de 70% das lavouras do cereal estavam em boas ou excelentes condições, segundo relatório de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O percentual está acima do indicado na semana anterior, de 69%, já no mesmo período do ano anterior, o número era de 75%. Ainda de acordo com o órgão, em torno de 21% das plantações estão em situação regular e 9% em condições ruins ou muito ruins.
Além disso, 77% das lavouras estão em fase de espigamento, contra os 55% projetados na semana anterior. Paralelamente, 14% das plantações já estão em fase de enchimento de grãos, frente à média dos últimos anos de 17%.
Porém, alguns analistas ainda ressaltam que os preços do cereal podem encontrar suporte nas informações sobre a produção de milho mundial. Em outras partes do mundo, as adversidades climáticas têm castigado as lavouras do cereal. Na Europa, as plantações sentem os impactos de uma seca severa e ondas de calor.
Conforme as informações da divisão de meteorologia agrícola da Comissão Europeia de Monitoramento de Recursos Agrícolas (MARS), a cultura do milho é a mais afetada neste momento. Como consequência, a projeção para o rendimento das lavouras do cereal caiu para 6,71 t/ha, bem abaixo da média dos últimos cinco anos. Na França, a produtividade foi reduzida em 0,76 toneladas por hectare, passando para 8,63 t/ha, como reflexo das altas temperaturas que se aproximaram dos recordes de 1975 e da seca intensa.
Na Alemanha, o segundo maior produtor de milho na União Europeia, o rendimento do milho também foi revisado para abaixo da média dos últimos anos. Agora, a produtividade do cereal é estimada em 9,62 toneladas por hectare. "O El Niño tem causado estragos na Europa, Ásia, África e algumas localidades do Hemisfério Norte, a perspectiva é que uma parte desses impactos já seja divulgada no boletim de oferta e demanda do USDA de agosto. Teremos menos grãos e o consumo será mantido, consequentemente, deveremos ter uma queda nos estoques globais. Já no curto prazo, o mercado ainda segue pressionado pelo mercado financeiro", explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
Mercado interno
A saca do milho negociada no Porto de Paranaguá, para entrega em setembro/15, encerrou o dia a R$ 28,00. No terminal de Santos, o preço da saca permaneceu estável em R$ 31,00 a saca. Apesar da forte alta registrada no câmbio, movimento pouco expressivo em Chicago acaba não dando sustentação aos preços do cereal.
Já o câmbio fechou a sessão negociado a R$ 3,37, com alta de 0,45%. Durante o dia, a moeda norte-americana chegou a tocar o patamar dos R$ 3,4353, com alta de 2% e o maior nível intradia desde o dia 21 de março de 2003, segundo dados da Reuters. Ainda conforme informações da agência, o dólar fechou em alta depois que a Standard & Poors sinalizar que o Brasil pode perder o grau de investimento. Entretanto, a valorização foi limitada, uma vez que os investidores ponderam que a deterioração da nota do país já estava parcialmente embutida nos preços.
Enquanto isso, no mercado interno a situação é um pouco mais tranquila, uma vez que, boa parte da safrinha de milho já foi negociada antecipadamente. Inclusive, Brandalizze ressalta que, o mercado de milho tem fluído sozinho e que já há negócios sendo fechados para a safrinha de 2016. "Pela primeira vez, temos o mercado de milho fluindo e, até o momento, cerca de 10% da próxima safrinha já foi negociada, o que seria equivalente a cerca de 5 a 8 milhões de toneladas do cereal", afirma.
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