Em Guaíra (PR), pequeno produtor permanece preso acusado de manter 7 paraguaios em condições análoga de escravo
Publicado em 27/07/2015 16:20
Em Guaíra (PR), pequeno produtor permanece preso acusado de manter 7 paraguaios em condições análoga de escravo. Família do agricultor já tinha sido presa, mas pagaram fiança de R$ 40 mil e foram liberados. No caso do produtor, juíza alega que o crime é inafiançável. No final de semana houve mobilização na localidade em solidariedade à família. Cenário gera insegurança para outros produtores da região.
Na cidade de Guaíra (PR), o pequeno produtor, Adenir Stefenon, permanece preso desde a última sexta - feira (24), acusado de manter 7 paraguaios como escravos. A família do agricultor já havia sido presa na terça – feira (21), mas pagaram fiança de R$ 40 mil e foram liberados, porém no caso do agricultor a juíza do município alegou que o crime é inafiançável e a população se mobiliza em gesto de solidariedade à família.
Segundo Silvanir Rosset, presidente do Sindicato Rural do município, a história é diferente do que os paraguaios contaram na delegacia.
“Como fazemos divisa com o Paraguai e lá as situações trabalhistas são muito precárias, diversos moradores procuram nossa cidade para prestar serviço na colheita da mandioca em troca de moradia e comida. Com isso, eles fazem uma encenação no objetivo de gerar piedade nos agricultores, que por sua vez acabam oferecendo essa ajuda. Após alguns dias eles denunciam o proprietário da fazenda, alegando que sofriam maus tratos. É tudo bem planejado por eles”, conta.
Ainda segundo o presidente, a esposa do proprietário e seu filho sofrem de deficiência auditiva bem como problemas psicológicos e, no momento da prisão nem sabiam o que estava acontecendo. “A mãe e o filho foram levados antes e colocados em celas com criminosos, pois o pai não estava na casa e não estavam entendendo o que se passava, uma vez que ela é portadora de deficiência auditiva e o filho sofre com problemas psicológicos”.
Diante disso, quando o marido foi à delegacia, a juíza decretou sua prisão alegando que poderia fugir para o Paraguai. “Ele também tem problemas auditivos e seria incapaz de fazer mal a alguém. Ele ofereceu uma ajuda para esses paraguaios e em troca recebeu uma prisão”, desabafa Rosset.
Enquanto isso, a população segue em protesto contra a decisão judicial. “O caso foi para segunda instância e infelizmente não podemos fazer mais nada. Fizemos o papel de cidadãos que se preocupam com o próximo e continuamos em passeata pelas ruas na tentativa de mudar este cenário”, revela.
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Por:
Fernanda Custódio//Nandra Bites
Fonte:
Notícias Agrícolas
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