Soja: Em Chicago, mercado opera próximo da estabilidade nesta 6ª após semana volátil

Publicado em 17/07/2015 08:21

Os futuros da soja, no início desta sexta-feira (17), operam próximos da estabilidade na Bolsa de Chicago e, por volta das 8h10 (horário de Brasília), as cotações subiam pouco mais de 1 ponto entre os principais vencimentos, os quais se mantinham todos acima dos US$ 10,10 por bushel. 

A semana tem sido de intensa volatilidade para o mercado futuro norte-americano não só para a soja, mas para os grãos em geral, uma vez que o foco principal dos negócios é o clima e as informações, nesse momento, têm sido desencontradas. 

As últimas previsões, no entanto, indicam que as chuvas devem continuar intensas no Meio-Oeste americano pelo menos até o final de julho e, para este final de semana, já se espera uma nova rodada de tempestades, a chegada de uma onda de calor em alguns estados e precipitações em determinas regiões que podem passar dos 100 mm. 

"Há uma assimetria da informação", disse. "Estamos no meio de um mercado de clima, informações de consultorias privadas com uma avaliação mais específica ou a volta das chuvas fortes são fatores que podem influenciar. Então, os preços ainda vão ficar neste sobe e desce, mas acredito que o mercado pode voltar para a casa dos US$ 10,30 rapidamente", acredita o consultor Fernando Pimentel, da Agrosecurity. 

Leia mais sobre as últimas previsões para o clima nos EUA nos próximos dias:

>> Clima: EUA terá nova rodada de tempestades e forte calor neste final de semana

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira (16):

Soja fecha em queda na CBOT, mas se recupera no BR e tem R$ 74,50 para disponível nos portos

Nesta quinta-feira (16), depois de forte volatilidade, o mercado da soja fechou novamente em baixa na Bolsa de Chicago. As perdas entre os principais vencimentos ficaram entre 3,50 e 6 pontos, sendo mais acentuadas nos vencimentos mais próximos. Ao longo do dia, porém, as posições mais negociadas chegaram a subir mais de 10 pontos e nas máximas da sessão em US$ 10,29 para o novembro/15 e março/16. 

No Brasil, o dia para os negócios foi semelhante. Apesar da recuperação no final do dia, o dólar chegou a operar em queda em boa parte da sessão e, ao lado das perdas em Chicago, a moeda americana chegou a tirar um pouco da força dos preços no mercado interno. No entanto, no fechamento, as cotações apresentaram uma recuperação, principalmente para a soja disponível. 

O produto a ser entregue ainda neste mês de julho encerrou o dia com 2,05% de alta no porto de Paranaguá com R$ 74,50 por saca; em Rio Grande, o avanço foi de 0,40% para ficar em R$ 74,50 também. Já a soja da safra nova conseguiu manter seus valores em ambos os terminais e ficou, respectivamente, em R$ 75,00 e R$ 76,00/saca. 

Nesta semana, com uma semana menos intensa para os preços em Chicago e o dólar testando patamares mais próximos dos R$ 3,10 nos últimos pregões, os negócios no Brasil diminuíram um pouco o ritmo, mais ainda seguem ativos, segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

Ainda segundo o consultor, os produtores que já têm uma parte maior da safra 2015/16 comercializada aguardam por melhores preços para voltar ao mercado e negociar mais alguns volumes. Já os que dispõem de alguma soja da safra 2014/15, "estão bem capitalizados e não irão vender tão fácil". 

A demanda interna se mantém bem aquecida, principalmente nas regiões onde há indústrias processando para a produção de farelo e óleo, bem como por parte das indústrias de biodiesel, com o maior composição do  produto com óleo de soja. E esse quadro traz um suporte para os preços também em algumas regiões em praças de comercialização no interior do país.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, segundo explicou o analista de mercado Fernando Pimentel, da Agrosecurity Consultoria, as informações desencontradas sobre o clima nos Estados Unidos e as eventuais perdas ainda sendo esperadas deixaram o mercado sem direção. 

"Há uma assimetria da informação", disse. "Estamos no meio de um mercado de clima, informações de consultorias privadas com uma avaliação mais específica ou a volta das chuvas fortes são fatores que podem influenciar. Então, os preços ainda vão ficar neste sobe e desce, mas acredito que o mercado pode voltar para a casa dos US$ 10,30 rapidamente", diz Pimentel. 

Segundo indicam as últimas previsões climáticas, os EUA devem contar com uma nova rodada de tempestades além de uma onda de calor nesse final de semana e que poderia se estender até o final de julho, mostrou o instituto americano de meteorologia AccuWeather. 

Previsão para o final de semana nos EUA - Fonte: Accuweather

Previsão para o final de semana nos EUA - Fonte: Accuweather


De acordo com mapas divulgados pelo NOAA - departamento oficial de clima do governo americano nesta quinta-feira (16), as chuvas para os próximos dias voltaram a se acentuar e em alguns estados como Iowa, Illinois e Missouri os acumulados poderiam ficar, em algumas regiões, entre 25,4 mm a 101,6 mm; veja no mapa abaixo. 

Previsão de Chuvas nos EUA nos próximos 7 dias - Fonte: NOAA

Previsão de Chuvas nos EUA nos próximos 7 dias - Fonte: NOAA

USDA - Exportações Semanais

O mercado recebeu, também nesta quinta, os números das vendas semanais para exportação dos EUA, reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, porém, eles parecem ter sido insuficientes para promover - ou sustentar novas altas - apesar de terem ficado acima das expectativas. 

Na semana que terminou no último dia 9, os EUA venderam 552,5 mil toneladas de soja, contra 242,5 mil da semana anterior. O número superou as projeções, que variavam entre 150 mil e 550 mil toneladas, e tem 45,5 mil toneladas da safra velha - com o Japão como o principal comprador e mais 507 mil da safra nova, a maioria vendida para destinos desconhecidos.

No acumulado do atual ano comercial, as vendas amricanas somam 50.591,5 milhões de toneladas, enquanto a projeção do USDA para as exportações totais da temporada 2014/15 é de 49,7 milhões de toneladas, segundo o último número. E as vendas para exportação da oleaginosa estão 11% mais adiantadas do que no ano anterior, e as exportações estimadas são 10,8% maiores do que as da safra 2013/14. 

Derivados - As vendas semanais de farelo de soja somaram 72,2 mil toneladas na semana que terminou em 9 de julho, com 33 mil da safra velha e mais 39,2 mil da safra nova. As expectativas, no entanto, variavam entre 125 mil e 300 mil toneladas, uma vez que, na semana anterior, as vendas totalizaram 212,2 mil toneladas. Do produto da temporada 2014/15, o principal comprador foi a Líbia e da 2015/16, o México. 

Da temporada atual, as vendas dos EUA já somam 11,156 milhões de toneladas do derivado, o que significa que estão 12% mais adiantadas do que o total registrado no ano comercial anterior. A projeção do USDA é que as exportações de farelo 2014/15 superem em 7,4% as de 2013/14. 

Os EUA venderam ainda 3,6 mil toneladas de óleo da soja da safra 2014/15 contra expectativas que variavam de 0 a 15 mil toneladas e de um volume da semana anterior de 1,3 mil. A Jamaica foi o principal destino do produto americano. 

Na sessão de hoje em Chicago, os futuros de ambas as commodities operam com ligeiras baixas depois de uma puxada intensa nos preços do farelo no pregão anterior. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Clima : na região sul do Brasil, com lençol freático a 40 m de profundidade, chove há 2 semanas e os campos estão destruídos. Nos campos americanos, com lençol freático de 3 m, pouco ou nada aconteceu. Mas como somos apenas uma caixinha de eco do que nos dizem, nós acreditamos !!!

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    • Luiz Alfredo Viganó Marmeleiro - PR

      O meio oeste americano é praticamente todo drenado, pois a água do degelo no inverno fica toda no subsolo, isso sem falar que quase não há declividade nas pradarias. Então imagine o banhadão que virou...

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Estamos superdimensionando as chuvas nos USA e no sul do Brasil..claro que tivemos problemas de vento e chuvas localizadas...mas isto é normal(as chuvas no sul)..sei também que para o trigo em fase final as chuvas estragam a qualidade..(caso do Paraná) mas no RS e SC a trigo está em fase inicial entre o plantio e o perfilhamento e nesta fase a pouco problema de doenças....

      Em 83 morava ao lado do Rio Uruguai no oeste de SC...e as casas a beira deste rio foram todas levadas pela enchente..via-se parte de casas..animais sendo levados...o volume atual de chuvas em geral foi bem menor...no Vale do Itajai onde a situação tem sido ao longo dos anos caótica os rios estão com volume controlado..logo estamos superdimensionando o problema...no caso dos USA a situação está quase normalizada e lembro que prejuizos grandes em agricultura são causados pela falta e não pela sobras de água....

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  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Soja: a noticia (?) de que os Estados Unidos estariam importando farelo de soja da Argentina (para chegada setembro e outubro), varreu os preços do farelo e do grão na sessão de ontem da CBOT. Dificilmente esta informação será verdadeira, até porque em setembro/outubro já haverá safra nova de soja, mas jogam o assunto para o futuro para dificultar a aferição do fato...

    O capital desmaterializado ou especulativo que se movimenta com grande velocidade tem provocado grandes estragos em todas as bolsas internacionais. São com um bando de gafanhotos que destroem um lavoura em minutos. As mentiras estão tomando conta do mundo, colocando em grande risco a economia real.

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    • João Biermann Tapera - RS

      O dinheiro eletrônico vem causando estragos mesmo, sem lastro em algo físico, logo teremos um colapso, a herança keynesiana.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Igual a um comentario feito por uma jornalista deste site a quase um ano...que o farelo de soja nos USA estava fazendo com que os preços da soja subissem por falta de logística...faltava vagão...os fundos e grandes compradores fazem de tudo para ENGRUPIR os produtores rurais...e tem muito jornalista que divulga estas inverdades por incompetência ou aPTetência...

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