Líderes da zona do euro chegam a acordo para manter ajuda à Grécia
O presidente do Conselho da União Europeia (UE), Donald Tusk, anunciou nesta segunda-feira (13) que os chefes de Estado da zona do euro alcançaram um acordo que permite negociar e ajudar financeiramente a Grécia. A cúpula emergencial começou no domingo (12), após o fracasso da reunião de ministros de Economia e Finanças do Eurogrupo, entrou pela madrugada e só terminou pela manhã, após quase 17 horas de discussões.
Os líderes decidiram, por unanimidade, iniciar negociações com a Grécia com o objetivo de manter o apoio financeiro ao país, permitindo - se forem feitas as reformas necessárias - que os gregos se mantenham na zona do euro. "A reunião alcançou por unanimidade um acordo. Está tudo pronto para um programa de ajuda para a Grécia", informou Tusk. O Parlamento grego ainda terá de aprovar as reformas exigidas para que as negociações sigam adiante.
"O 'Euro Summit' salienta a necessidade crucial de reconstruir a confiança com as autoridades gregas como um pré-requisito de um possível futuro acordo para o programa [de ajuda financeira] ESM [Mecanismo de Estabilização Europeia]. Nesse contexto, o comprometimento das autoridades gregas é peça-chave, e uma implementação bem sucedida deverá seguir uma política de compromissos", diz Conselho Europeu, por meio de nota.
Leia a notícia na íntegra no site do G1.
Na Folha: Zona do euro, de forma unânime, fecha acordo com a Grécia
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou nesta segundafeira que os líderes da zona do euro fecharam "um acordo unânime" para iniciar as negociações para o terceiro resgate em favor da Grécia.
Tusk, em mensagem na rede social Twitter, assinalou que "tudo está preparado para levar o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) para a Grécia, com sérias reformas e apoio financeiro".
"Acertamos em princípio que estamos preparados para começar as negociações para levar um programa ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), o que em outras palavras significa continuar o apoio à Grécia", disse Tusk em entrevista coletiva após reunião do organismo em Bruxelas.
Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo.
Na Reuters: Premiê grego diz que garantiu reestruturação da dívida para evitar saída da zona do euro
BRUXELAS (Reuters) - A Grécia garantiu a reestruturação da dívida e financiamento de médio prazo dentro de um pacote de crescimento avaliado em 35 bilhões de euros em um acordo com seus credores que permitirá ao país permanecer na zona do euro, afirmou nesta segunda-feira o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, em Bruxelas.
Ele disse que o acordo trará novos investimentos para ajudar o país a sair da recessão e evitar o colapso do sistema bancário.
"O acordo é difícil mas... evitamos o plano de um estrangulamento financeiro e do colapso do sistema bancário", disse Tsipras a repórteres após negociações que duraram a noite toda.
Merkel endurece, impõe privatização e corte de gastos à Grécia, vence o embate, humilha o esquerdista Tsipras e, na prática, o destitui do governo grego
Angela Merkel, a chanceler da Alemanha, venceu o embate e, na prática, destituiu do governo da Grécia Alexis Tsipras, o primeiro-ministro porra-louca da frente esquerdista Syriza, que achou que poderia dar um calote e propor um referendo para endossá-lo, o que foi saudado por idiotas, mundo afora, inclusive na imprensa e na política brasileiras, como a vitória da soberania contra o capitalismo. Merkel disse um “tudo bem se é assim, mas a Grécia deixa a Zona do Euro até se reestruturar”. Tsipras não tinha mais o que fazer. Capitulou e decidiu aceitar condições ainda mais duras do que aquelas que havia recusado.
Depois de 17 horas de negociação, foi anunciado nesta segunda o acordo de resgate da Grécia. Não se fala mais em “Grexit” — trocadilho em inglês para “Greek” (grego) e “exit” (saída) —, que se referia à saída da Grécia da Zona do Euro, mas a “aGreekment”, aí fundindo “Greek” com “agreement”, acordo. Sim, o acordo saiu, e o país receberá imediatamente um terceiro socorro, de 86 bilhões de euros. Mas o preço será altíssimo.
Em 48 horas, o país se compromete a votar leis que vão aplicar um severo corte de gastos, especialmente na área da previdência e do mercado de trabalho. Mais do que isso: vai ser criado no país um fundo de gestão para a privatização de empresas públicas que objetiva arrecadar 50 bilhões de euros. É com esse dinheiro que se pretende recuperar os bancos. Atenção! Embora este fundo vá ficar na Grécia, a sua gestão é internacional — isto é, não estará subordinado ao governo. Até o anúncio do acordo não estava claro se também os bancos ficariam sob gestão de um comitê europeu.
Para quem se elegeu com a plataforma de ultraesquerda, Tsipras passa por uma humilhação e tanto: não apenas terá de aplicar as medidas de austeridade como, na prática, perde a gestão sobre o centro do programa de reestruturação da economia. Era justamente esse fundo de privatização que estava atrasando a formalização do acordo. A França ainda tentou demover a Alemanha da exigência, mas Merkel foi irredutível. Ou por outra: Tsipras foi eleito prometendo mais estado na economia e terá de assistir ao processo de desestatização, no qual nem poderá interferir. Ou isso ou um caos ainda pior.
A Alemanha deixou claro que, na Zona do Euro, não há espaço para pistoleiros como Tsipras. A negociação evidencia também que é melhor não fazer chicana. Para primeiro-ministro grego, a emenda sai bem pior do que o soneto.
“O importante agora é pôr em prática rapidamente o acordo. É preciso recuperar a confiança e, para isso, a Grécia tem de assumir como seu esse acordo”, disse Merkel. A Alemanha exigiu que seja o FMI a supervisionar essa terceira fase, impondo a Tsipras uma derrota adicional, já que ele rejeitava esse papel ao Fundo.
“Eu disse que a situação ficaria mais difícil depois do referendo, e ficou demonstrando que sim. Mas saiu o acordo. Não há ganhadores nem perdedores. Não creio que os gregos se sintam humilhados nem que os outros sócios tenham perdido a fé. É um típico compromisso europeu”, afirmou Jean-Claude Junker, presidente da Comissão Europeia.
Mais ou menos. A Grécia, de fato, não foi humilhada porque sair da Zona do Euro teria sido muito pior. Tivesse Alexis Tsipras, no entanto, um mínimo de coerência, só lhe restaria o caminho da renúncia. A essa altura, suas promessas de campanha valem ligeiramente menos do que as de Dilma Rousseff no Brasil. Mas esquerdistas, como sabemos, não largam o osso de jeito nenhum.
Por Reinaldo Azevedo
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