Eis o maior inimigo do PT: inflação chega ao maior nível em 12 anos!..

Publicado em 08/07/2015 20:31 e atualizado em 08/07/2015 22:42
por RODRIGO CONSTANTINO, de veja.com
 

Adoraria dizer que a questão ética é o grande calcanhar de Aquiles do governo petista, mas estaria mentindo, ou me iludindo. O fato é que as roubalheiras petistas já vieram à tona há anos, e boa parte do povo brasileiro simplesmente decidiu ignorá-las, fazer vista grossa, enquanto a grana estava fluindo em sua direção. Esses eleitores foram cúmplices do PT, na verdade. E agora que a crise econômica chegou com vontade é que muita gente demonstra revolta, indignação, e passa a enxergar melhor as falcatruas do governo.

“É a economia, estúpido!”, disse o assessor de Clinton. No longo prazo, não acredito muito nisso, acho que são os valores que contam mais, e a esquerda, ciente disso, sempre buscou a hegemonia no campo cultural. Mas no curto prazo, e num país como o Brasil, talvez a economia seja mesmo o item mais relevante. É por isso que essa notícia importa tanto, e retrata o verdadeiro inimigo do PT:

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o primeiro semestre deste ano com uma taxa de 6,17%, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Este é o maior porcentual verificado no período desde 2003, quando chegou a 6,64%. O resultado também é quase o dobro do registrado no primeiro semestre de 2014, quando atingiu 3,75%.

Segundo o instituto, a inflação já chega próxima da casa dos 9% no acumulado dos doze últimos meses, com taxa de 8,89%. Trata-se do maior nível verificado para esta base de comparação desde dezembro de 2003, quando chegou a 9,3%.

Para o mês de junho apenas, a taxa divulgada é a maior desde 1996! O PT conseguiu despertar o dragão inflacionário, domado pelo Plano Real dos tucanos (que o PT, vale lembrar, foi contra). Boa parte do eleitorado simplesmente não liga muito para escândalos de corrupção, ou porque acha que todos são corruptos mesmo e tanto faz, ou porque, no fundo, faria a mesma coisa se tivesse uma oportunidade.

Vivemos, afinal, imersos na cultura do jeitinho e da malandragem, e a honestidade tem pouco valor no Brasil. No mais, a campanha do próprio PT e o relativismo moral dos “intelectuais” acabaram por banalizar a corrupção, vista como parte natural da vida. Quem critica a podridão toda é um “moralista udenista” ou um “elitista burguês”. O povo ficou anestesiado para tanto esquema de corrupção.

Mas essa gente, quando entra num supermercado, sente no bolso a fisgada da inflação, e isso incomoda demais. Precisam conviver, ainda, com a constante ameaça do desemprego nesse ambiente de crise e incertezas. É por isso que a aprovação de Dilma caiu para míseros 9% e a rejeição subiu para 68%, não por conta do petrolão, que é apenas a cereja do bolo fecal. Como eu disse, adoraria afirmar algo diferente aqui, mas infelizmente, em nome da honestidade intelectual, não posso, com pesar.

E como a situação econômica não vai melhorar tão cedo, a rejeição ao governo Dilma continuará alta e crescente. Menos recursos públicos estarão disponíveis para comprar apoio, o que vai jogar mais lenha na fogueira. Dilma despertou o dragão inflacionário, e será devorada por ele.

Rodrigo Constantino

 

Dilma deu bronca em Adams por não conseguir explicar o inexplicável – e sobrou até para o garçom

Dilma Adams

De Ilimar Franco, no Globo:

“A presidente Dilma deu duas broncas na reunião de líderes de anteontem. Uma em Luís Adams (AGU), que não estaria explicando direito a defesa das ‘pedaladas’ (TCU). Outra no garçom, por estar demorando a servir o suco para os presentes.”

É compreensível a dificuldade de Adams para explicar o inexplicável.

Mas que Dilma estenda sua ira às “pedaladas” do garçom, não tem preço.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

 

Presidente Dilma, vamos ser claros: se a senhora fica, é ruim; se sair depois de um longo desgaste, é ruim! Renuncie ou encaminhe para já a emenda parlamentarista. O Brasil merece a sua generosidade

Michel Temer, vice-presidente da República e coordenador político do governo na relação com o Congresso — e só nisso, note-se —, não deve deixar por agora essa função. Em algum momento, é certo que deixará. Mas por que o faria já? Seria largar o governo, vamos dizer, no mar da incerteza. Se, com ele na retaguarda, Dilma Rousseff já comanda a vanguarda da instabilidade, imaginem sem ele. A eventual saída da governanta tem de ser organizada. Não pode ser a explosão da manada da vaca louca. O transatlântico está emperrado. Não pode afundar. Então, parece-me, a natureza do jogo é Temer ficar mais algum tempo. A temperatura ainda não subiu o suficiente. Até porque, a depender do caminho que tome o eventual afastamento de Dilma, é ele o sucessor.

Por que digo isso? O governo está dando como certo que o TCU recomendará mesmo a rejeição das contas de 2014. Por si, esse voto não conduz a uma denúncia por crime de responsabilidade. Há, pela frente, caso o tribunal realmente faça a recomendação, a votação no Congresso. Se o relatório for endossado, aí, sim, é praticamente certo que as oposições denunciarão a presidente à Câmara com base nos Artigos 10 e 11 da Lei 1.079. A tarefa continuará árdua. Nada menos de dois terços — 342 deputados — terão de acatar o pedido de investigação para afastar Dilma.

Notem: essa não é uma disputa que se trava num cenário congelado. Se isso ocorrer, os demais agentes estarão atuando. As expectativas vão se deteriorando ainda mais, a confiança do empresariado cai, os especuladores (porque é do jogo) atuarão… Quem surge como a figura capaz de representar a voz do equilíbrio? É certo que seu nome é Michel Temer. Se ele sai já, põe o carro adiante dos bois.

Ocorre que, numa outra frente, ele também pode ser inviabilizado. O caso que está no TSE não tem solução simples, não. Que resposta dará o tribunal se Ricardo Pessoa confirmar naquela instância o que está em sua delação premiada, a saber: teria repassado ilegalmente ao PT, sob pressão, R$ 7,5 milhões? Seria dinheiro sujo das negociatas na Petrobras. Nota: a delação de Pessoa já foi homologada pelo STF. Aí, meus caros, a cassação da diplomação de Dilma atinge Temer. Se isso ocorrer antes do fim do segundo ano de mandato, é preciso marcar novas eleições para o período que restar até 2018.

O caminho da Justiça Eleitoral, no entanto, é longo. Alguém pode pedir vista — sem prazo para entregar o voto —, e cabem recursos. Enquanto isso, o país permaneceria numa espécie de “sursis”, à espera do nada. E por que digo que é à espera do nada?

Porque Dilma já não governa, vamos reconhecer. Aliás, nos bastidores, os petistas são os primeiros a concordar comigo. A sua única atuação na Presidência tem sido empurrar a realidade com barriga e lutar para não perder o cargo. Faltam três anos e meio para terminar o mandato, e a presidente não tem mais o que oferecer. Os petistas ainda tentam fingir que é a oposição que turbina a instabilidade. Mas todos sabem, inclusive os companheiros, que isso é mentira: hoje, o nome da crise política, que impede o devido equacionamento da economia, é Dilma.

A melhor coisa que a presidente poderia fazer ao país é mesmo renunciar ao mandato. Sei que há pouca literatura política a respeito, mas afirmo mesmo assim: há uma hora em que os países só podem contar com a renovação das esperanças. Vira o grau zero a partir do qual se dá o primeiro passo. E Dilma já não estimula mais ninguém. Poderia contar com a força mobilizadora do seu partido, mas o PT também se descolou da realidade de maneira irremediável — e assim será por uns bons anos, se é que consegue recuperar ao menos parte do seu prestígio.

Dou a Dilma um linimento: ela não fez sozinha essa esparrela. A crise de um modelo caiu no seu colo e está a exigir uma capacidade que ela está obrigada a reconhecer que não tem. Assim, em nome do bem coletivo, deveria cair fora ou encaminhar ela mesma — porque outras forças não o farão — uma emenda parlamentarista para este mandato. Dilma ficaria como chefe de Estado, responsável última pelas Forças Armadas — a gente não está em guerra mesmo — e pela representação do Brasil no exterior. A gente só cortaria do repertório dela a mandioca, a bola de folha de bananeira e o lirismo da tocha olímpica. Ou melhor: a gente a proíbe de ler livros de antropologia antes de pegar no sono…

Como diria Chico Buarque: presidente, ouça um bom conselho, eu lhe dou de graça. Inútil espernear que a crise não passa. Se a senhora resiste à deposição e fica, ruim para o Brasil. Se, depois de um longo desgaste, cai, ruim para o Brasil. Quando a senhora foi eleita, ganhou também o direito de renunciar. Exerça-o. Ou entregue ao Parlamento a tarefa de governar.

Por Reinaldo Azevedo

 

 

"Barata-voa”

Rui Falcão, mais perdido do que nunca

Rui Falcão, mais perdido do que nunca

A reunião que Rui Falcão teve com a bancada do PT no Senado, na segunda-feira à noite, após o encontro com Dilma no Palácio da Alvorada, teve pelo menos uma serventia.

Acabou a dúvida de quem não sabia se Falcão está ou não perdido diante da crise.

Diz um senador:

- A impressão que nos deu é que está um tremendo de um barata-voa na direção do PT.

Por Lauro Jardim

 

A peça-chave

Toffoli: para que lado ele vai?

Toffoli: para que lado ele vai?

José Dias Toffoli é a peça-chave para decifrar se a engrenagem do TSE vai girar a favor ou contra Dilma.

É uma esfinge.

Presidente do tribunal, Toffoli ditará o ritmo da ação de investigação judicial eleitoral proposta pelo PSDB contra a coligação de Dilma.

Eventuais manobras de ministros alinhados ao governo, a exemplo de um demorado pedido de vistas, podem ser castradas por Toffoli.

Os tucanos temem seu passado petista. A preocupação do PT está no presente.

Toffoli hoje é o ministro do STF mais próximo de Gilmar Mendes, historicamente alinhado com o PSDB. Os dois se tornaram amigos confidentes e votam de forma cada vez mais  parecida.

Por Lauro Jardim

 

Réquiem para o mandato de Dilma: “daqui não saio, daqui ninguém me tira”

Por Lucas Berlanza, para o Instituto Liberal

Anote em sua agenda: 14 de julho. Nesse dia, Ricardo Pessoa, da UTC, prestará seu depoimento bombástico acerca das verbas irregulares fornecidas a políticos, especialmente uma vultosa soma empregada na campanha eleitoral petista que reelegeu Dilma Rousseff. O TSE já investiga essas irregularidades denunciadas, que podem levar à cassação da chapa triunfante em 2014. 21 de julho. Terá acabado o prazo para a presidente apresentar sua defesa junto ao Tribunal de Contas da União, justificando o injustificável descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal – e um descumprimento BILIONÁRIO. A tendência parece ser desfavorável à petista, que ainda tem, como sintetiza a IstoÉ em excelente matéria, uma ação de investigação judicial contra ela em curso no mesmo TSE por abuso da máquina do governo em benefício próprio nas eleições e uma representação na Procuradoria Geral da República pelo crime de extorsão (também com base nas palavras de Ricardo Pessoa, dando conta de que pagou propina à campanha presidencial sob ameaça de ter obras canceladas).

É quase um self-service. Quem quer que o governo caia tem inúmeras opções à disposição – todas elas legais, plenamente respaldadas em bases constitucionais, sem precisar de nenhum “tanque nas ruas” ou bombardeio ao Palácio do Planalto. Basta escolher, trilhando o caminho que se demonstrar politicamente, tecnicamente e circunstancialmente mais viável. Esse amontoado de recursos se aglutina em um momento em que Dilma não consegue ter dois dígitos de aprovação no país, a crise econômica se acentua e, em suas aparições públicas, a “mandatária” vomita asneiras atrás de asneiras, chegando a despertar pena por, possivelmente, estar manifestando sintomas de demência. Isso tudo é apenas a mais cristalina realidade de um regime que apodrece às escâncaras. No entanto, a gestão moribunda ainda tenta, em demonstrações de franco desespero, se agarrar a delírios de força. José Serra, na convenção nacional do PSDB, comentou que, comparado ao governo atual, o de João Goulart, deposto em 1964, tinha uma “solidez granítica”. Segundo Dilma, no entanto, tudo está sob absoluto controle.

O vice-presidente, o peemedebista Michel Temer, já havia afirmado, na mesma semana, que “não temos crise política”. Indicado há algum tempo como articulador da presidência, ele, entretanto, seria beneficiado com o cargo de Dilma em caso de impeachment. Isso, pelo visto, não é suficiente para que deixe de dizer besteiras. Da própria Dilma, naturalmente, nós esperaríamos uma tentativa de “pôr panos quentes” no buraco que se abre sob seus pés. Não apenas ela fracassa, como usa recursos simplesmente tão patéticos quanto seu próprio governo para tentar proteger sua posição. Em entrevista à Folha de São Paulo, ela declarou, com convicção, que não cairá. “Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou.” A repetição é bastante sugestiva: Dilma está tentando convencer, primeiramente, a si mesma, da veracidade das palavras que externa. “Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E VENHA TENTAR, VENHA TENTAR (destaque meu). Se tem uma coisa que eu não tenho medo, é disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam.”

Após o desafio a que tentem derrubá-la, como se um grande golpe macabro estivesse sendo tramado nas sombras por inimigos invisíveis para injustiçá-la, Dilma deprecia o recurso da delação premiada mais uma vez – aquele mesmo cuja formatação atual ela mesma sancionou em seu governo anterior -, fazendo nova referência ao seu período como guerrilheira detida pelo regime militar. Como não cansaremos de sustentar, o que a “companheira Estela” fez naquele período não é e nunca foi um motivo de orgulho.  Fazer parte da militância armada do marxismo-leninismo é “apenas” uma das maiores manchas em sua trajetória de infelicidades sem fim. A quem Dilma quer desafiar? Diz ela que tudo isso vem de uma “oposição um tanto quanto golpista” (sic). Isso está rigorosamente longe da verdade. Acaso ela quer desafiar a maioria absoluta do país que despreza seu governo carcomido? Quer desafiar os poderes da República? Quer desafiar as investigações do TSE, da Lava Jato, do juiz Sergio Moro? Caminhando trêmula e abobalhada, carregando nas costas um verdadeiro cadáver vivo, Dilma parece brincar de Carnaval, e faz de seu réquiem uma marchinha – mais especificamente, aquela que diz: “daqui não saio, daqui ninguém me tira”. Os compositores Paquito e Romeu Gentil, porém, imaginavam que sua divertida obra animaria a folia do povo carioca, e não seria usada, no artigo deste pobre diabo, como representativa de teimosia tão fúnebre.

Bravatas. Socialistas e populistas acuados, aspirantes a tiranetes e incompetentes crônicos, tentam ostentar bravura e se exibir, cheios de si, quando sentem que os golpes – golpes, sim, bem dados, e democráticos – lhes são desferidos pela gente civilizada. Dilma sabe que a areia da ampulheta está caindo e, se isso não for o fim dos problemas que os brasileiros ainda terão que enfrentar pela frente, será, inegavelmente, virar a página de um ciclo vergonhoso. Apenas aguardamos.

Aguardamos também outro bravateiro, o criador de Rousseff, o “Brahma”, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprir suas ameaças. Em publicação no Twitter do Instituto Lula, ele, que já se demonstrou “chegado” a um belicismo quando ameaçou colocar o “exército de Stédile nas ruas”, ostentou novos devaneios de grandeza: “não vou me matar, não vou sair do país, eu vou para a rua.  Se quiserem me derrubar, vão ter que me derrubar na rua”. Pode vir, Lula. Venha para a rua! O Brasil decente não tem medo de você.  Em 16 de agosto, depois das datas que apontamos ao começo, os movimentos populares marcaram nova manifestação por todo o país. Esse Brasil decente está convocado. Se Lula for às ruas com sua patrulha dos trinta e cinco reais, ou algumas dezenas de baderneiros do MST, é fato: vamos engolí-lo novamente.

Identificado suspeito de agressões racistas contra apresentadora de TV… e é um adolescente!

Ainda não tinha me metido no assunto que tomou conta das redes sociais essa semana, pois confesso que fiquei com uma leve suspeita de ser uma cortina de fumaça para desviar de outros assuntos políticos. Falo, claro, das agressões racistas inaceitáveis contra a apresentadora do clima no Jornal Nacional, a Maju.

Primeiro, surgiram boatos de que seu marido estaria ligado à Operação Lava-Jato. Depois, lembraram que o jornalista Heraldo Pereira, também da TV Globo e também negro, nunca fora alvo de ataques desse tipo. Quer dizer, até foi, e ganhou na Justiça: foi atacado por Paulo Henrique Amorim, o garoto de recados do PT.

Aliás, a esquerda sempre apela para o duplo padrão: quando era para atacar Joaquim Barbosa, que incomodava os mensaleiros, o “horror” contra o racismo foi deixado de lado e teve até um desses blogs chapa-branca que postou uma foto de um macaco em alusão ao então ministro, e outro que usou um escravo levando chibatadas. Sim, há muitos racistas na esquerda…

Mas agora leio a notícia de que a polícia de SP identificou o suspeito dos ataques racistas feitos contra Maju. Os “progressistas” vão ter “referência circular” em suas cabeças ocas: trata-se de um adolescente! Isso mesmo:

A Polícia Civil de São Paulo informou nesta terça-feira que identificou um adolescente de 15 anos como um dos autores das agressões racistas na internet contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, do Jornal Nacional, da TV Globo. O menor mora em Carapicuíba, na Grande São Paulo, foi ouvido na segunda-feira e liberado em seguida.

O adolescente vai responder por ato infracional e pode ter de cumprir alguma medida socioeducativa na Fundação Casa, antiga Febem. A polícia agora tenta identificar os demais autores dos ataques contra Maju.

Espero que peguem todos. Esse tipo de agressão racista é realmente inadmissível em um país que se pretende civilizado. Mas pergunto: o que a esquerda vai dizer agora? Que o adolescente é uma “pobre vítima da sociedade”? Que não deveria ser punido, pois não podemos “abandonar nossas crianças”? Que a elite “fascista” quer exterminar uma raça com a redução da maioridade penal?

O cérebro pouco utilizado dos colegas de esquerda vai travar de vez. Sempre que tem duas “minorias” em choque eles ficam paralisados. Defender as mulheres ou os islâmicos que escravizam mulheres? Defender os afrodescendentes ou os africanos que prendem gays? Os “progressistas” não sabem lidar com esses dilemas, e encontram refúgio na dialética marxista, ou na velha canalhice mesmo.

Veremos por quem os sentimentos dos esquerdistas vai pender: para a apresentadora, mulher e negra, agredida de forma absurda; ou pelo adolescente racista, que seria, pela ótica da própria esquerda, somente uma “vítima da sociedade”. Adianto aqui meu palpite: muitos, muitos esquerdistas vão julgar que o crime do racismo, praticado por um adolescente de classe média, é infinitamente mais grave do que os crimes hediondos, como estupro e assassinato, cometidos por adolescentes negros e pobres.

Essa gente é tão necessitada da narrativa de luta de classes entre oprimidos e opressores que já andou até espalhando por aí que defender a redução da maioridade penal para crimes hediondos é defender o extermínio de uma raça, sem perceber o quão racista é essa afirmação esdrúxula! Até uma cantora que recentemente saiu do armário e assumiu ser lésbica, desejando talvez holofotes pois sua música mais famosa já tem quase a minha idade, embarcou nessa e postou em seu Twitter esse raciocínio idiota que ofende os negros ao chamá-los todos de bandidos assassinos.

Mas a esquerda é assim mesmo: jamais cobre coerência dela. Jamais cobre lealdade de um esquerdista aos princípios e valores. O preconceito e o racismo que ela não tolera é apenas o dos outros. Aprendeu com seu guru: o inferno é sempre os outros!

Rodrigo Constantino

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veja.com

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