Grécia: Referendo resulta em não aceitação das regras dos credores e mercados já reagem mal pelo mundo
Premier grego acerta com Alemanha que vai apresentar nova proposta a credores nesta terça-feira
BRUXELAS, ATENAS e BERLIM - O governo grego informou nesta segunda-feira que o premier Alexis Tsipras falou pelo telefone com a chanceler alemã Angela Merkel e acertou apresentar nesta terça-feira nova proposta de ajuda ao país. A oferta da Grécia será avaliada na reunião dos ministros das Finanças da zona do euro marcada para amanhã em Bruxelas.
Mais cedo, o porta-voz da chanceler havia afirmado, após a vitória do “não” às condições impostas pelos credores no referendo deste domingo, que ainda não há condições para um novo programa de socorro ao país.
— O governo federal mantém abertas as portas ao diálogo, mas, depois da decisão de ontem (domingo) dos cidadãos gregos, não há condições para um novo programa de ajuda — afirmou Steffen Seibert, em uma entrevista coletiva em Berlim.
A demissão do ministro de Finanças, Yanis Varoufakis, parece não ter comovido Merkel.
Leia a notícia na íntegra no site O Globo.
Gregos votam contra exigências de credores por empréstimo
Os gregos decidiram neste domingo (5), em referendo, não aceitar as condições dos credores do país em troca de ajuda financeira, dando o primeiro passo para o que pode culminar na saída do país da zona do euro. As medidas exigidas pelos parceiros europeus incluíam aumento de impostos e cortes nas aposentadorias. Com 100% dos votos apurados, o "não" ficou com 61,31% dos votos.
Segundo as agências de notícias, a votação ocorreu sem incidentes. A estimativa é que 65% dos eleitores tenha comparecido à votação.
"O referendo de hoje não teve ganhadores nem vencedores. É uma grande vitória em si mesma", disse o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, após a confirmação do resultado. "Mesmo nas circunstâncias mais difíceis, a democracia não pode sofrer chantagem", afirmou, falando indiretamente sobre as condições impostas pelos europeus.
Leia a notícia na íntegra no site do G1.
Ministro das Finanças da Grécia anuncia renúncia do cargo
Um dia após os gregos decidirem não ceder às condições impostas por credores, o Ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, anunciou sua renúncia. A decisão foi postada em seu blog. Um porta-voz do governo informou que o nome que substituirá Varoufakis será anunciado após encontro de líderes políticos nesta segunda.
O desligamento acontece apesar de vitória do 'não' em consulta popular sobre acordo com credores. Antes do referendo de domingo, Varoufakis havia ameaçado renunciar se o resultado do referendo de domingo (5) fosse favorável à proposta dos credores.
Segundo a agência de notícias Reuters, Varoufakis disse 'estar ciente' de que alguns membros da zona do euro não consideravam sua presença bem-vinda em encontros de ministros de finanças. Agência EFE ressaltou que objetivo é facilitar as negociações do governo grego com credores. 'O primeiro ministro considerou a ideia potencialmente útil', completou Varoufakis.
Leia a notícia na íntegra no site do G1.
Como os mercados acordaram segunda-feira após o "não" da Grécia?
Um resultado que jogou um banho de água fria para quem trabalhava com o cenário mais provável das últimas pesquisas - de que o ''sim'' ganharia. Para analistas, o resposta da população abre um período de incertezas sobre o futuro da Grécia na zona do euro e levanta questões sobre a solidez da união monetária.
No mercado, a reação inicial é negativa, com o euro caindo frente ao dólar, enquanto os principais índices acionários futuros dos Estados Unidos, que abrem normalmente às 19h (horário de Brasília) de domingo, recuam forte. No Brasil, a primeira reação será vista apenas às 9h, quando abre o índice futuro Ibovespa. O pregão regular inicia às 10h no Brasil e às 10h30 nos Estados Unidos.
Neste momento, os índices futuros S&P 500 e Dow Jones recuavam cerca de 1,4%, indo para 2.038 pontos e 17.409 pontos, respectivamente. Enquanto isso, o euro caía 1,6% frente ao dólar, a US$ 1,0963
Segundo Leandro Ruschel, diretor da Escola de Investimentos Leandro&Stormer, apesar da queda expressiva dos índices futuros norte-americanos, não devemos ver pânico generalizado nos mercados na segunda-feira. Isso porque os players acreditam que a Grécia chegará a um acordo para manutenção do país na zona do euro, mas, ainda assim, se isso não ocorrer e caso seja apenas a Grécia a sair do euro, haveria um impacto limitado, explica. "No final, pode ser um sinal muito claro de que a Alemanha, o verdadeiro motor da Europa, não aceita bancar a unidade da moeda a qualquer custo, fortalecendo o bloco".
De qualquer forma, ele acredita que amanhã haverá uma corrida de investidores para ativos mais seguros, como os bonds do Tesouro dos Estados Unidos e alemão. Países mais vulneráveis como o Brasil devem sentir um pouco mais o sentimento negativo, assim como Itália, Espanha e França. Mas, novamente, ''isso deverá ser um sinal negativo e correção relevante, mas não vejo pânico nos mercados por enquanto", frisa.
"No Brasil, podemos ver um aumento da aversão ao risco, com desvalorização do real, mas vejo como um impacto temporário, disse o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria. "Vai virar uma bola de neve, mas contida dentro da Grécia", pontuou o gestor Frederico Mesnik, da Humaitá Investimentos.
Após vitória do 'não' na Grécia, Conselho Europeu faz reunião de emergência para avaliar situação
BRUXELAS - Depois que a maioria dos gregos rejeitou as condições apresentadas pelos credores para fechar um novo acordo de ajuda financeira — optando pelo "não" no referendo —, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou a convocação, para a terça-feira uma reunião de cúpula de emergência da zona do euro, em Bruxelas. Marcado para as 18h locais (13h de Brasília), o encontro irá "discutir a situação após o referendo na Grécia", segundo um tuíte postado neste domingo."
Quando 62% dos votos já estavam apurados, uma clara maioria dos gregos — mais de 61,33% — havia optado pelo "não", refjeitando as reformas e cortes orçamentários exigidos pelos credores da Grécia em troca do pacote de ajuda.
A realização da reunião de cúpula havia sido solicitada pela chanceler alemã, Angela Merkel, e pelo presidente francês, François Hollande, que conversaram por telefone na noite deste domingo (horário local) e devem se encontrar na segunda-feira, em Paris, segundo a chancelaria e o Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa.
Leia a notícia na íntegra no site do jornal O Globo
Dívida grega com BCE não pode ser reestruturada, diz membro do conselho
"A dívida grega com o sistema do euro é uma dívida que não pode, por sua própria natureza, ser reestruturada, porque isso seria financiamento monetário a um Estado", disse Noyer, que também é presidente do banco central da França, a jornalistas.
Ele se negou a comentar mais sobre a situação grega, à medida que a decisão ainda não foi tomada.
No G1: Bolsas europeias e asiáticas caem após o 'Não' grego
A Bolsa de Paris operava em baixa de 2,06%, Madri perdia 2,41%, Frankfurt estava em queda de 2,11% e Milão de quase 3%.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 2,08%, Seul perdeu 2,40% e Hong Kong registrou forte queda de 3,18%.
Na Oceania, Sydney caiu 1,14% e Wellington 1,10%.
Leia a notícia na íntegra no site do G1
Cristina Kirchner comemora "não" da Grécia aos credores
BUENOS AIRES (Reuters) - Os mercados internacionais podem tremer pela decisão dos eleitores gregos de rejeitar as condições de um acordo de resgate proposto pelos credores, mas a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, cujo país enfrentou crise similar há mais de uma década, elogiou o resultado do referendo.
Cristina, reconhecida por defender de forma combativa suas políticas não ortodoxas, tuitou que a votação na Grécia marca "uma vitória ressonante para a democracia e a dignidade".
Há similaridades marcadas entre a crise financeira de 2002 da Argentina e os atuais problemas da Grécia: regimes monetários rígidos, credores contestando as políticas nacionais para corrigir o problema e sistemas bancários à beira da falência.
Na Grécia, 61 por cento dos eleitores rejeitaram o acordo que aumentaria a austeridade imposta sobre a economia já devastada do país.
"O povo grego disse 'NÃO'... às condições impossíveis e humilhantes que seriam impostas para reestruturar a sua dívida", tuitou Cristina. "Nós argentinos sabemos do que se trata. Esperamos que a Europa e seus líderes entendam a mensagem... que você não pode forçar ninguém a assinar sua própria certidão de óbito."
A Argentina deu calote em títulos de 100 bilhões de dólares na crise de 2012, que levou à pobreza milhões de argentinos de classe média. Mas no ano seguinte, ajudada por uma enorme safra de soja, a Argentina começou a crescer novamente.
Por Hugh Bronstein
G1: Alemanha descarta 3º resgate à Grécia, mas se oferece para negociar
O governo da Alemanha negou nesta segunda-feira (5) que existam condições para negociar um terceiro resgate para a Grécia após o referendo deste domingo, embora tenha indicado que "a porta continue aberta" para o diálogo entre Atenas e seus credores.
O porta-voz Steffen Seibert afirmou em Berlim que a chanceler Angela Merkel está "preparada para conversar", mas que na atualmente "não se dão as condições para um novo programa de resgate" para a Grécia.
Ele jogou a responsabilidade de avançar na resolução da crise grega no país: "a Grécia está na zona do euro e está nas mãos da Grécia e de seu governo que isto possa continuar sendo assim".
Leia a notícia na íntegra no site G1.
Grécia precisa mudar posição para continuar na zona do euro, diz ministro alemão
BERLIM (Reuters) - A Grécia tem que apresentar uma nova oferta que vá além de suas propostas anteriores se quiser permanecer na zona do euro, disse nesta segunda-feira o ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, acrescentando que Atenas pode logo enfrentar a insolvência.
"Se a Grécia quer ficar na zona do euro, o governo grego tem que fazer rapidamente uma oferta substancial que vá além de sua disposição até agora", disse Gabriel em coletiva de imprensa.
(Por Michael Nienaber e Paul Carrel)
Grécia ampliará feriado bancário ao menos por mais alguns dias, dizem executivos do setor
ATENAS (Reuters) - O governo da Grécia planeja prorrogar o fechamento de bancos para além de segunda-feira por ao menos alguns dias, disseram quatro fontes do setor bancário antes da reunião entre executivos do setor e o ministro das Finanças nesta segunda-feira.
A Grécia, na semana passada, emitiu um decreto impondo controles de capital e ordenando que bancos fechassem após o Banco Central Europeu (BCE) congelar uma ajuda financeira vital depois do fracasso das conversas sobre resgate entre a Grécia e seus credores estrangeiros.
O decreto expira nesta segunda-feira, e o governo deve emitir um novo decreto em substituição.
"O feriado bancário será ampliado, até sexta-feira ou segunda-feira que vem", disse um executivo sênior do setor à Reuters.
(Por George Georgiopoulos)
0 comentário
Argentina anuncia fim de impostos sobre produtos comprados no exterior
Argentina registra o décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro
Montadoras de veículos elétricos e fabricantes de baterias pedem que Trump não acabe com incentivos
Dados sólidos dos EUA continuam a remodelar visões do Fed sobre ritmo e extensão de cortes de juros
Trump escolhe Steven Cheung como diretor de Comunicações da Casa Branca
Rússia restringe exportações de urânio enriquecido para os EUA