Valor Bruto da Produção Agropecuária foi de R$ 70,6 bilhões em 2014
O Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária do Paraná, em 2014, alcançou R$ 70,6 bilhões, um aumento de 2% em relação ao ano anterior (R$ 69 bilhões). O VBP corresponde ao faturamento bruto e mostra o desempenho das lavouras e agropecuária.
Para 2015, as expectativas são boas. Apesar do recuo nos preços das principais commodities, a colheita de soja foi recorde, de quase 17 milhões de toneladas, e a avicultura segue com tendência de alta na produção.
Esta é a primeira versão do faturamento bruto da produção agropecuária paranaense contabilizada pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. Ela servirá de base para repasses do Governo do Estado ao Fundo de Participação dos Municípios.
Os produtos que mais contribuíram para o crescimento de 2014 foram a soja, com faturamento bruto de R$ 15 bilhões, e o de frango de corte, com R$ 10,2 bilhões. Em seguida, o milho, com faturamento de R$ 5,3 bilhões. No entanto, o faturamento da soja caiu 10% por causa da estiagem que ocorreu entre o final de dezembro de 2013 e início de 2014 e prejudicou a produção.
Em compensação, o faturamento com a produção de frango de corte cresceu 8%, com um acréscimo de R$ 788,2 milhões no VBP. Outros setores que tiveram crescimento foram a criação de bovinos, com acréscimo de R$ 709 milhões e de suínos, com acréscimo de R$ 560 milhões.
Para o chefe da divisão de Estatística do Departamento de Economia Rural (Deral), Carlos Hugo Godinho, o VBP de 2014 reflete o vigor da produção de grãos do Paraná, como soja e milho, com participação de 21% e 7%, respectivamente.
“Mas já é possível identificar novas tendências como o crescimento da pecuária, setor que agrega mais valor aos grãos. Ele é mais estável e compensa as possíveis quedas verificadas na produção de grãos por causa do clima”, observou Godinho.
RESULTADOS - A queda nos preços das commodities e a elevação nos preços da proteína animal também tiveram forte influência sobre esses resultados. O preço da soja caiu 3%, e do milho, 1%.
Em compensação, os preços do bovino de corte e dos suínos tiveram aumento de 20%; do frango de corte, 6%; e o de leite, de 7%. Todos acima da inflação.
Outros setores que despontam no VBP, embora com participação menor, foram o de silagens e dee alimentação animal, que cresceu 19%. A produção de alimentação e ração animal tem participação de 3% no faturamento bruto, mas avançou de R$ 1,75 bilhão em 2013 para R$ 2,1 bilhões em 2014.
O faturamento do trigo foi positivo, com acréscimo de 40%, passando de um faturamento de R$ 1,37 bilhão para R$ 1,93 bilhão. Segundo Godinho, a produção de trigo teve uma recuperação no ano passado, após o período de geadas severas que atravessou no ano anterior e que prejudicaram a produção.
A produção de cana-de-açúcar, com participação de 4% no faturamento bruto da produção agropecuária paranaense, manteve ligeira estabilidade, passando de uma renda de R$ 2,42 bilhões em 2013 para R$ 2,47 bilhões em 2014, uma elevação de 2%. O setor florestal, com participação de 3% no VBP registrou queda de 9% na renda bruta que caiu de R$ 2,38 bilhões para R$ 2,18 bilhões no período analisado.
REGIÕES - A região que mais contribuiu com o VBP em 2014 foi a Oeste, refletindo o crescimento da participação da pecuária. O faturamento bruto da agropecuária da região alcançou R$ 15,9 bilhões com crescimento de 7% sobre o ano anterior.
A segunda região que mais contribui foi o Norte Central, com faturamento de R$ 9,6 bilhões. Porém, a renda representa uma queda de 2% sobre o ano anterior em função da redução do faturamento da soja, cujo impacto da estiagem foi maior nessa região, explica o economista do Deral, Marcelo da Silva Gomes. Segundo o técnico só na região Norte a faturamento bruto com a comercialização de soja caiu 15%.
A região Sudoeste, por conta dos melhores preços obtidos com a proteína animal - aves, leite e bovinos - teve aumento na renda de 3%, passando de R$ 7,8 bilhões para R$ 8,1 bilhões. E a região Centro-Sul acusou o maior crescimento no faturamento bruto, de 10%, passando de R$ 4,9 bilhões para R$ 5,4 bilhões. Segundo Gomes, o Centro-Sul não foi afetado pela falta de chuvas e as lavouras se desenvolveram normalmente.
Outra região afetada pela estiagem e com queda na renda obtida com a comercialização da soja foi a dos Campos Gerais.
O Deral faz a estimativa de faturamento bruto da produção agropecuária de aproximadamente 400 itens em todo o Estado. O resultado é utilizado pela Secretaria da Fazenda para compor a cesta de índices que forma o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
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