Milho: Em Chicago, mercado dá continuidade ao movimento negativo e opera em queda pelo 4º pregão seguido
Na manhã desta sexta-feira (12), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com leves quedas. As principais posições do cereal exibiam perdas de mais de 2 pontos, por volta das 7h57 (horário de Brasília). O contrato julho/15 era cotado a US$ 3,54 por bushel, depois de encerrar o dia anterior a US$ 3,56 por bushel.
Os preços dão continuidade ao movimento negativo e consolidam o quarto pregão consecutivo de desvalorizações. No dia anterior, as cotações recuaram influenciadas, principalmente pelas perdas mais fortes registradas nos contratos vizinhos, de soja e trigo. Outro fator que também tem direcionado o andamento dos negócios é o comportamento do dólar no cenário internacional.
E a perspectiva é que os investidores permaneçam atentos às condições climáticas nos Estados Unidos. Até o momento, as previsões indicam chuvas mais pesadas para o Meio-Oeste norte-americano, o que levanta especulações no mercado sobre possíveis áreas de replantio. "As previsões continuam a indicar tempestades severas em partes do Meio-Oeste dos EUA, mas até agora não representa uma ameaça à cultura. O dólar mais forte e a maior safra do Brasil reforçam a ideia de que o produto norte-americano terá concorrência na exportação", disse Bob Burgdorfer, da Farm Futures.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Na CBOT, milho acompanha queda nos contratos vizinhos e recua pelo 3º dia consecutivo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as principais posições do milho fecharam a sessão desta quarta-feira (11) em campo negativo. Os contratos da commodity fecharam o dia com quedas entre 0,75 e 1,25 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,56 por bushel, após iniciar o pregão a US$ 3,57 por bushel.
O mercado recuou pelo terceiro dia consecutivo e, de acordo com informações do site Farm Futures, os futuros do cereal foram pressionados pelas quedas mais acentuadas observadas nos contratos vizinhos, da soja e do trigo. Além disso, a alta do dólar no cenário internacional frente a outras moedas também contribuiu para o tom negativo nos negócios em Chicago.
Paralelamente, as exportações semanais, reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) vieram dentro das expectativas dos participantes do mercado. Até a semana encerrada no dia 4 de junho, as vendas da safra 2014/15 ficaram em 495,6 mil toneladas do grão. O número representa uma alta de 7% em comparação com a semana anterior, porém, uma queda de 14% em relação à média das últimas quatro semanas.
No período, o principal comprador do produto norte-americano foi a Coreia do Sul, com 157,5 mil toneladas do cereal adquiridas. Já as vendas da safra nova foram estimadas em 170,5 mil toneladas do grão. Na semana anterior, o número ficou negativo em 54,8 mil toneladas de milho. No total acumulado na temporada, as vendas totalizam 43.956,2 milhões de toneladas, contra as 46.360,0 milhões de toneladas estimadas pelo departamento norte-americano.
Nesse momento, os analistas destacam que depois do relatório de oferta e demanda do USDA, a atenção dos investidores deve retornar ao clima. "As previsões continuam a indicar tempestades severas em partes do Meio-Oeste dos EUA, mas até agora não representa uma ameaça à cultura. O dólar mais forte e a maior safra do Brasil reforçam a ideia de que o produto norte-americano terá concorrência na exportação", afirma Bob Burgdorfer.
Ainda na visão do consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, o aumento na produção brasileira, que passou de 79 milhões para 81 milhões de toneladas, definiu uma tendência baixista para o mercado global de milho. "Contudo, temos um crescimento na demanda para o milho em nível recorde. A demanda deverá ser superior a produção e independente da revisão dos estoques finais, em 2016 eles serão menores do que a temporada que se encerra agora. Com isso, no longo prazo, a tendência é de estabilidade com viés altista para os contratos mais longos do cereal", explica.
Mercado interno
Apesar da tentativa de reação nos preços praticados no Porto de Paranaguá ao longo desta quinta-feira, a saca terminou o dia estável em R$ 27,50, para entrega em outubro/15. Além da queda observada nos contratos do cereal na CBOT, a perda do dólar no Brasil também acabou pesando sobre os valores.
No mercado interno, a saca do milho subiu na região de Luís Eduardo Magalhães (BA), em torno de 4,76%, para R$ 22,00 a saca. Na contramão desse cenário, os preços recuaram cerca de 1,73% em São Gabriel do Oeste (MS), para R$ 17,00 a saca. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
O mercado ainda é pressionado pelas perspectivas bastante favoráveis em relação à segunda safra de milho no país e os estoques elevados. Nesta quinta-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projetou a safra brasileira total em 80.208,4 milhões de toneladas na temporada 2014/15. Já os estoques deverão totalizar 15,8 milhões de toneladas de milho.
Nesta quarta, o USDA indicou os estoques no Brasil em 20,27 milhões de toneladas na safra 2014/15, no boletim anterior, o número era de 17,27 milhões de toneladas. Entretanto, os analistas sinalizam que as exportações do grão podem aliviar a pressão nas cotações no mercado interno.
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Telmo Heinen Formosa - GO
Caro João Batista, no programa de hoje o Miguel Daoud reclamou muito acerca da não utilização da verba de R$ 5,0 bilhões de comercialização para socorrer os produtores de milho. Fico chateado que meia duzia de dias após o lançamento do Plano Safra 2015/16 vocês dois já tenham se esquecido que ele entrará em vigor dia primeiro de julho vindouro... e estes 5 bi destinam-se à colheita do ano que vem....
Enquanto isto, da minha parte indico a quem colheu milho demais, que o enterre até o ano que vem por conta própria. Tem que aprender a regular a oferta de produto no mercado. Caso os produtores não se COMBINEM para reduzir a oferta, mais tarde a reduzirão "na força", com certeza!