Café: Bolsa de Nova York recua cerca de 400 pts nesta 5ª feira com ajustes e dólar
Após registrar valorização por duas sessões seguidas e recuar leve ontem, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) estenderam as perdas nesta quinta-feira (11), mas agora apresentando forte volatilidade. A desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar durante o dia impulsionou as vendas no mercado.
O vencimento julho/15 fechou o pregão com 132,00 cents/lb e 445 pontos de baixa, o setembro/15 registrou 134,45 cents/lb e 410 pontos de recuo, o dezembro/15 anotou 138,05 cents/lb com 390 pontos de desvalorização. O contrato março/16, mais distante, encerrou o dia com 141,50 cents/lb e queda de 365 pontos.
O dólar por volta das 16h era vendido a R$ 3,1070, em alta de 0,25%. Na máxima do dia, chegou a subir 1,66%, mas acabou fechando em queda por entrada de recursos. Com a valorização da moeda norte-americana ante o real, os exportadores tendem a vender mais a commodity para embolsarem mais ganhos.
Para o analista João Santaella, o mercado caiu forte hoje seguindo a sessão de ontem após um rompimento frustrado. "O vencimento setembro/15, em Nova York, falhou ontem em romper uma resistência no preço de 143,00 cents/lb e agora tem forte suporte na região de 132,00 cents/lb. Perdendo esse patamar as cotações poderão ir para o forte suporte de 125,00", explica o analista.
Ainda de acordo com Santaella, o atual cenário na bolsa não deve ser mantido no longo prazo uma vez que o inverno se aproxima e geralmente nesta época do ano as compras no mercado se intensificam.
Agências internacionais também informam que essa queda nas últimas sessões representa um ajuste natural ante as recentes valorizações. Entre 26 de maio e 09 de junho, os futuros do arábica valorizaram-se mais de 10%. Segundo analistas, o mercado estava sobrecomprado, especialmente considerando as expectativas de crescimento na produção do Brasil e da Colômbia.
Mercado interno
Como informado anteriormente, a colheita avança pelas regiões produtoras do Brasil. Entretanto, o café não aparece na mesma intensidade nas praças de comercialização. Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, "os volumes, os preços e a qualidade da safra estão muito aquém das expectativas e necessidades do setor".
Segundo estimativa divulgada hoje pela Safras & Mercado, a colheita de café da safra brasileira 2015/16 é de 28% até 09 de junho e está atrasada em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2014/15, nessa época do ano, 32% da safra estava colhida. Mas ela está avançada contra a média dos últimos 5 anos, que para este período marca 26%.
» Café: Safras & Mercado estima colheita 2015/16 no Brasil em 28% até 09/06
Já a comercialização da safra 2015/16 (julho/junho) chegou a 21% até o dia 05 de junho, já foram comercializadas 10,35 milhões de sacas de 60 kg. O dado também faz parte de levantamento de Safras & Mercado.
» Café: Safras & Mercado estima comercialização 2015/16 do Brasil em 21%
O tipo cereja descascado continua com maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 502,00 e queda de 1,95%. Foi a variação mais expressiva dentre as praças de comercialização.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 502,00 a saca e queda de 1,95%. A oscilação mais expressiva no dia foi na cidade de Franca-SP com alta de 2,04% e saca cotada a R$ 500,00.
O tipo 6 duro teve maior valor na cidade de Franca-SP com R$ 480,00 - estável. A maior oscilação no dia foi registrada na cidade de Guaxupé-MG onde a saca recuou 2,18%, para R$ 448,00.
Na quarta-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 0,06% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 435,12.
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