Governo já projeta inflação mais alta - 8,47% - e juros mais elevados
Apesar da alta surpreendente da inflação, o Banco Central diz que aumentou a probabilidade de reverter a alta de preços e fazer com que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcance a meta de 4,5% no fim do ano que vem. No entanto, admitiu que os “sinais de avanços” ainda não são suficientes e indicou que mais altas de juros podem vir por aí. A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, divulgada na manhã desta quinta-feira, mostra que os perigos para inflação neste ano são vários como a alta esperada de nada menos que 41% da conta de luz e de 9,1% da gasolina. E admite que o aumento do desemprego, causado pelo freio na economia, já começou.
Diminuir o ritmo da atividade é o remédio usado pelo BC para controlar os preços. Na semana passada, o Copom aumentou a dose. No encontro, os diretores resolveram aumentar os juros básicos em 0,5 ponto percentual.
A taxa Selic chegou a 13,75% ao ano, a maior desde janeiro de 2009. E agora dizem que isso contribui para alcançar a meta de inflação no ano que vem.
“A propósito, o Copom avalia que o cenário de convergência da inflação para 4,5% no final de 2016 tem se fortalecido. Para o comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à inflação — a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo — ainda não se mostram suficientes. Nesse contexto, o Copom reafirma que a política monetária deve manter-se vigilante”, diz a ata.
Leia a notícia na íntegra no site do jornal O Globo.
BC diz que é preciso "determinação e perseverança" no combate à inflação, mostra ata do Copom
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central informou que há a necessidade de "determinação e perseverança" no combate à inflação para impedir sua transmissão em prazos mais longos, e reafirmou que os ajustes de preços relativos na economia fazem com a inflação se eleve no curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015, segundo a ata da última reunião do Comi de Política Monetária (Copom), em que elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,75 por cento ao ano.
No documento, divulgado nesta quinta-feira, o BC ainda ajustou para cima a projeção de alta de preços administrados neste ano para 12,7 por cento, sobre 11,8 por cento anteriormente, elevando a projeção para a inflação neste ano no cenário de referência.
(Por Marcela Ayres)
No G1: Dilma diz que inflação 'preocupa bastante' e tem de ser derrubada logo
Presidenta diz que "marola de 2008 virou uma onda"
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (11), em Bruxelas, que a inflação "preocupa bastante" e tem de ser derrubada "logo". Segundo a petista, o Brasil "não pode e não vai" conviver com uma alta taxa de inflação.
A inflação oficial do país, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,74% em maio, informou nesta quarta (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa para o mês desde 2008, quando ficou em 0,79%. O índice foi puxado principalmente pela conta de luz e pelos alimentos.
Nos últimos 12 meses, o índice atingiu 8,47% – maior taxa para 12 meses desde dezembro de 2003, quando foi de 9,3%, e mais do que nos 12 meses imediatamente anteriores, quando foi de 8,17%. Em abril, a variação foi de 0,71% – a menor taxa entre os meses de 2015.
Em maio de 2014, o IPCA havia registrado taxa de 0,46%.
Na Veja: Marolinha virou onda, diz Dilma sobre o suposto reflexo da crise internacional no Brasil
Em Bruxelas, na Bélgica, presidente ainda afirmou que o país não pode conviver com inflação alta e que ela tem que ser "derrubada logo"
A presidente Dilma Rousseff reforçou nesta quinta-feira, em Bruxelas, na Bélgica, o discurso de combate a inflação, dizendo que o Brasil não pode conviver com ela em patamares elevados e que seu governo está empenhado em empurrá-la para baixo. Nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informou que o IPCA acelerou 0,74% em maio, alcançando a marca de 8,47% no acumulado dos últimos doze meses - o maior resultado desde 2003. "Esses dados", disse a presidente, "preocupam bastante". "A inflação é um objetivo que nós temos de derrubar, e derrubar logo. O Brasil não pode conviver com uma taxa alta de inflação."
Assim como repetiu durante a campanha eleitoral, a presidente voltou a atribuir os resultados negativos da economia brasileira à crise internacional, citando o desaquecimento da economia da China. "A economia internacional, que estava em crise desde 2008, até hoje não se recuperou. Ela está andando de lado. Veja que, com 7% de crescimento da China, o menor em 25 anos, o crescimento do mundo ainda é 2,8%". Perguntada se a crise não era apenas uma "marolinha" para o Brasil, como havia dito o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2008, ela afirmou que era, mas que virou uma "onda". "Naquele momento, foi sim, senhor. Mas depois a marola se acumula e vira uma onda", justificou, mencionando ainda a crise do banco Lehman Brothers, em 2008, nos Estados Unidos, e a crise das dívidas na Europa, iniciada em 2010. "Sabe por que ela vira onda? Porque o mar não serenou", considerou.
As declarações foram feitas nesta manhã em Bruxelas, onde a comitiva brasileira participou da reunião de cúpula entre a União Europeia e Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Leia a notícia na íntegra no site da Veja.
Preocupada, Dilma diz que Brasil não pode viver com taxa alta de inflação
(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que a inflação de 2015 "preocupa bastante" e o governo está tomando todas as medidas para estabilizar a situação, uma vez que o país não pode conviver com uma taxa alta de inflação.
"A inflação é um objetivo que nós temos de derrubar e derrubar logo. O Brasil não pode conviver com uma taxa alta de inflação, não pode e não vai", disse Dilma a repórteres após retiro dos chefes de Estado e de governo da 2ª Cúpula UE-Celac em Bruxelas.
"A inflação neste ano é uma inflação atípica. O Brasil está tomando todas as medidas para se fortalecer macroeconomicamente para construir uma situação estável", acrescentou a presidente, um dia depois de ter sido divulgada taxa de inflação mais alta em 11 anos no acumulado em 12 meses.
A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou a 0,74 por cento em maio na comparação mensal e subiu a 8,47 por cento em 12 meses, o nível mais alto em mais de 11 anos.
Os resultados vieram mesmo após a sequência de altas dos juros feita recentemente pelo Banco Central para domar a escalada dos preços e colocam mais pressão sobre a autoridade monetária.
Para Dilma, a causa da inflação atual é conjuntural, e não estrutural. "De um lado a seca, do outro lado, é o fato de que nós, além disso, sofremos as consequências do ajuste cambial. Esse ajuste cambial não somos nós que provocamos, nós sofremos o efeito dele", disse.
Dilma defendeu ainda que a população deve continuar consumindo, apesar da inflação.
(Texto de Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
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