MT: sojicultores ainda precisam de R$ 12 bi para garantir a próxima safra, diz Famato
Faltam quatro meses para começar a safra de soja 2015/2016 e os produtores rurais de Mato Grosso ainda precisam desembolsar R$ 12,72 bilhões para compra de insumos. Se não fosse o cenário econômico negativo do Brasil e a não disponibilização do pré-custeio, o recurso que faltaria para fechar a safra poderia ser de R$ 3,8 bilhões, ou seja, 334,6% menor em comparação ao ocorrido na safra passada. Os dados fazem parte do estudo feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) sobre o impacto do atraso da liberação do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2015/2016 para a sojicultora de Mato Grosso.
O presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado, acompanhou o lançamento do PAP 2015/2016 nesta terça-feira (02.06), em Brasília. Os recursos disponibilizados para as operações de custeio, investimento e comercialização da agricultura empresarial no país serão de R$ 187,7 bilhões – volume 20% maior do que o que foi ofertado na safra passada (R$ 156,1 bilhões).
“O aumento do volume de recursos é importante, em função do momento econômico em que o país vive, mas levando em consideração o custo de produção e a inflação acaba não mudando muita coisa. A expectativa do produtor agora é pela implantação efetiva desse plano, pois a safra está próxima”, avalia Prado.
Conforme o estudo do Imea, o impacto financeiro já consolidado em Mato Grosso em função da demora da liberação do crédito oficial soma R$ 1 bilhão. “Esse atraso refletiu numa baixa comercialização dos insumos, uma situação considerada atípica para o período. Isso nos preocupa muito, pois faltam apenas quatro meses para começar o plantio da safra 2015/2016 e ainda precisamos de crédito oficial”, acrescenta Prado.
Os insumos necessários para a formação da lavoura, que englobam sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas, têm a maior participação do custo total da produção agrícola, representando 58% em média nas últimas três safras.
O estudo apontou que entre os principais insumos que compõem os custos de produção o maior impacto do atraso vem dos defensivos agrícolas com participação de 53,30%. Em seguida estão os fertilizantes (29,42%) e as sementes (17,29%).
“Além de segurar o dinheiro, o governo segurou as condições do mercado, principalmente a taxa de juros, já que alguns agentes financiadores e os próprios produtores aguardavam as mudanças do PAP para redefinir suas estratégias. Se não houvesse o atraso, até abril os produtores já teriam comprado 69,5% dos insumos e não apenas 22,28%, como ocorreu”, observa Prado.
Conjuntura – Outros fatores também têm contribuído para os produtores rurais de Mato Grosso terem mais cautela na definição da próxima safra. Entre eles está a alta cambial ocorrida nos últimos meses, motivada pelas políticas governamentais, e a insegurança por parte dos investidores que contribuiu para a elevação dos custos dos insumos, cujos preços são fixados em dólar.
“Um dos principais direcionadores para o atraso foi o cenário do mercado econômico que não está favorável aos produtores. A taxa de juros, a Selic subiu e isso impactou em algumas negociações do agronegócio. Os preços da soja já estão menores e mesmo que o dólar segure os preços a um patamar razoável, isso não deverá cobrir os custos. A junção da falta de crédito mais o cenário negativo fez com que a comercialização de insumos freasse no Estado”, avalia o gestor de Projetos do Imea, Daniel Latorraca.
0 comentário
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira