Aluno insulta e agride professora em Minas Gerais: o retrato da falência do ensino público brasileiro

Publicado em 28/05/2015 00:11
por RODRIGO CONSTANTINO, de VEJA.COM

O pato do ajuste fiscal. Ou: Qual ajuste? Ou ainda: Quer logo nosso pescoço?

Quer minha cabeça numa bandeja, Dilma?

Medidas ligadas ao ajuste fiscal foram aprovadas ontem, e o governo celebra. Mas antes de debater o tamanho do ajuste, seria o caso de perguntar: qual ajuste? O governo fala em corte de R$ 70 bilhões, de “contingenciamento” das despesas, e a imprensa simplesmente replica o discurso. Mas há mesmo corte dos gastos? Se o leitor estimar no seu orçamento para o ano seguinte um aumento de despesas, e depois cortar em cima das estimativas, mas ainda levando a um aumento de despesas em relação ao ano anterior, faria sentido falar em corte de gastos?

Em sua coluna de hoje na Folha, Alexandre Schwartsman mostra justamente os números do “ajuste fiscal”, concluindo que não é bem um corte de gastos que está sendo proposto. O tal “ajuste”, uma vez mais, recai sobre o “contribuinte”, mas não corta efetivamente os gastos públicos, o custeio da máquina, as regalias dos políticos. O anúncio do corte, feito dessa forma, não passa de um truque, de uma mágica orçamentária, que jamais seria aceita em se tratando de famílias e indivíduos. Mas o governo pode tudo…

Como o governo precisou rever para baixo sua estimativa de arrecadação, por conta da crise econômica, foi forçado a reduzir as estimativas de gastos também, para manter o resultado final do “superávit” (outro truque boboca é usar o primário, antes das despesas com juros que, pasmem!, existem). Mas mesmo após o “enorme esforço” de “corte” nos gastos (nas estimativas), o resultado que temos é um aumento de despesas em relação ao ano anterior:

Em outras palavras, mesmo que sejam cumpridas todas as promessas de “corte” de gastos anunciadas na sexta-feira, as despesas federais aumentariam em R$ 75 bilhões entre 2014 e 2015, ou, se preferirem, de 18,6% para 18,9% do PIB. Curioso corte que implica, de fato, elevação do gasto.

Já a receita federal subiria de R$ 1,221 trilhão (22,1% do PIB) no ano passado para R$ 1,372 trilhão (23,5% do PIB) neste ano. Em português, um alívio depois de tantos números, o ajuste fiscal se faz mais uma vez nas costas do contribuinte, chamado a cacifar R$ 151 bilhões (1,4% do PIB) a mais do que pagou no ano passado.

É mais um aumento de carga tributária, tornando o sistema ainda mais pesado e complexo, com consequências negativas óbvias para nossa capacidade de crescimento de longo prazo. E há ainda quem não entenda o motivo de nosso desempenho medíocre.

Quando o jogador de pôquer não consegue identificar o otário à mesa, o pato é ele. Ao observarmos por entre os jogos de luz e sombra do ajuste fiscal, descobrimos que os patos somos nós. 

E que patos! Sempre pagando mais impostos para não termos nada em troca. Ou melhor, para termos esses serviços públicos caóticos e assistirmos a um show de infindáveis escândalos de corrupção. Com patinhos tão otários, quem precisa efetivamente se esforçar para “cortar na carne”, para reduzir de fato os gastos públicos? Só um governo muito ético e liberal mesmo, algo que, convenhamos, passou mais longe do Brasil do que Plutão da Terra.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, ironizou o ajuste fiscal do governo e perguntou se o ministro Joaquim Levy quer logo a cabeça dos empresários. A fala foi resultado da insatisfação de Levy com o tamanho do ajuste. “Ele conseguiu R$ 70 bi de corte, queria mais? Quer nosso pescoço agora?”, questionou Robson Andrade.

No entanto, o dirigente não se alinha ao ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Na queda de braço interna do governo, Levy está pressionando por um ajuste focado em cortes de despesas, enquanto Barbosa — em sintonia com o PT e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — defende que também seja incluído um aumento de impostos, centrado nos mais ricos (fortunas, herança, propriedades etc), para poupar investimentos e garantir sobra para o social.

— Eu sou mais da turma do corte de gastos, mas não de investimentos. De despesas (correntes). Aumentar impostos, ninguém aguenta mais. A indústria e a sociedade não aguentam mais pagar impostos. Chega!

O presidente da CNI está certo quando reclama de mais impostos e diz que o foco deveria ser o corte das despesas, mas cai na falácia de acreditar que esse ajuste anunciado é tão grande assim. Como vimos acima, não é. É apenas um truque, pois os gastos públicos continuarão aumentando, junto com os impostos. É um modelo perverso, que pune o empreendedor, aquele que cria riquezas e empregos para o país.

Portanto, seria o caso de perguntar ao governo Dilma, não pelo “grande ajuste fiscal” de R$ 70 bilhões, mas sim pelo inexistente “ajuste fiscal” que significa, na prática, só mais impostos: quer logo nosso pescoço numa bandeja? Aproveita que a população brasileira é formada por patos domesticados, incapazes de compreender que o “corte” de gastos do governo significa, no fundo, um aumento de gastos a ser bancado com o suor de seu próprio trabalho. Até quando, patinhos?

Rodrigo Constantino

Aluno insulta e agride professora em Minas Gerais: o retrato da falência do ensino público brasileiro

Pergunte a dez “intelectuais” como resolver os problemas do Brasil e terá dez respostas iguais: educação. Se com isso querem dizer jogar ainda mais recursos públicos no modelo atual de ensino estatal – e é isso mesmo que querem dizer, então estão redondamente enganados. Nosso modelo está falido, transformou-se numa máquina de doutrinação ideológica, e de desrespeito ao professor, que muitas vezes vive em clima de total insegurança.

A quebra de hierarquia em sala de aula, o ambiente um tanto anárquico e caótico, os desafios à autoridade do professor, tudo isso começou lá atrás, na década de 1960, e foi um fenômeno mundial. Mas aqui no Brasil, especialmente nas periferias, a situação saiu totalmente do controle. Os alunos ameaçam com o uso de violência e dominam a escola, fazendo o professor temer o exercício de sua profissão.

Um caso estarrecedor foi filmado por um celular e ocorreu em Minas Gerais, dentro da biblioteca do Colégio Estadual Dom José de Haas, no município de Araçuaí:

Na sequência, um jovem de 14 anos, estudante do sexto ano, em meio a risadas de outros alunos, começa a importunar a professora com perguntas de baixo calão. Em determinado momento, o aluno toca nos seios e nas nádegas da educadora. Além disso, empurra os livros que estavam na mão da mulher no chão. Ela chega a questioná-lo: “Você não respeita ninguém, não?”. Mas não é suficiente para fazer a sequência de ofensas parar. No fim do vídeo, os dois chegam a trocar agressões.

De acordo com a vice-diretora do colégio, Silvana Cunha, o caso ocorreu na tarde do dia 10 de abril. Segundo ela, o garoto foi suspenso das aulas no dia 15 de abril, e, desde então, está impedido de assistir às aulas. No dia 23 de abril, foi realizada uma reunião na escola com os pais dos alunos para falar sobre o episódio. Segundo Silvana, a direção está tentando transferir o aluno de escola. Ainda de acordo com a vice-diretora, o pai do jovem não compareceu ao colégio após o episódio. O caso também está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar do município.

Que tipo de gente pode achar graça numa “brincadeira” dessas? Como os professores podem lecionar num ambiente desses? E Chico Buarque acha que basta jogar ainda mais recursos públicos em nossas escolas estatais para evitar crimes como o que matou o médico ciclista Jaime Gold?

Não, o buraco é bem mais embaixo! O Brasil se transformou numa fábrica de delinquentes, e são vários os motivos, entre eles: a impunidade, a subversão de valores morais, a falta de limites impostos pelos pais, a transferência da responsabilidade de educar para o estado, etc. Tudo isso permite esse tipo de abuso que vimos acima, sem maiores consequências para o rapaz. É tudo muito triste e desanimador. A educação é fundamental para um país, sem dúvida. Mas como apostar nessa “educação” que o estado oferece?

Rodrigo Constantino

 

Não foi a “sociedade” que não soube educar o monstrinho assassino!

Quem fez isso com um inocente não é vítima, é culpado!

A vitimização de marginais chegou ao limite do suportável neste país dominado pela impunidade e, por tabela, pelo crime. Ninguém aguenta mais ver “intelectuais” e artistas transformando em “vítimas da sociedade” indivíduos que, mesmo sob a influência negativa de suas infâncias difíceis, fizeram escolhas erradas ao longo da vida, tornando-se monstrinhos assassinos. Onde fica a volição, o livre-arbítrio? Onde fica o respeito a todos aqueles que, nas mesmas condições complicadas, souberam optar pelo trabalho honesto?

Em artigo publicado hoje no GLOBO, o poeta Luis Turiba agiu como porta-voz desses “intelectuais” que são incapazes de cobrar responsabilidade individual dos outros. Já começa escorregando feio ao endossar a visão romântica de Rousseau sobre o ser humano:

Lembro que Paulinho da Viola nos apresentou nos anos 70 um belíssimo samba de Wilson Batista chamado “Chico Brito”, cujo refrão joga luz sobre as centenas de meninos que perambulam nas quebradas do Rio de Janeiro armados de botes e facas: “Se o homem nasceu bom/ E bom não se conservou/ A culpa é da sociedade/ Que o transformou.”

Recomendo ao poeta o clássico O Senhor das Moscas, de William Golding. Comento assim sobre o livro em meu Esquerda Caviar:

O mal existe. O ser humano, ao contrário do que quer acreditar a esquerda caviar, não nasce bonzinho, mas com inclinação para a prática da violência. Nelson Rodrigues resumiu com perfeição: “Se é verdade que um menino está isento do bem e do mal, então é um pequenino canalha”.

Em O senhor das moscas, William Golding retrata com realismo essa natureza humana, presente na mais tenra idade. Qualquer pai sabe que seu filho, desde muito cedo, gosta de apelar ao uso da força para obter aquilo que deseja. Civilizar é impor limites a esse impulso natural, que sempre, no entanto, estará lá, latente, como uma besta à espreita, aguardando uma oportunidade para emergir com total energia.

Quem não quer se dar ao trabalho de ler, ao menos veja o filme O anjo malvado, com Macaulay Culkin, de 1993. É ficção, claro, mas retrata algo factível: uma criança pode ser, no fundo e desde cedo, um pequeno monstrinho, capaz das maiores atrocidades. Mas a esquerda caviar politicamente correta não aceita isso, não quer encarar a maldade existente nos seres humanos. Com essa agenda em mente, até a tradicional música “Atirei o pau no gato” mudou completamente, e hoje temos uma versão patética assim:

Não atire o pau no gato

Porque isso não se faz

O gatinho é nosso amigo

Não devemos maltratar os animais

Jamais!

Os pais que preferem crer que seus filhos são anjinhos inocentes acabam prejudicando os próprios. Estes nunca vão saber que é normal desejar algumas maldades, querer, por ciúme, que o irmãozinho, centro de todas as atenções, se dê mal de vez em quando. A versão antiga da música, assim como vários outros exemplos deturpados pelo politicamente correto, serviam ao menos para apaziguar a criança com tais desejos de crueldade e violência, que ainda sentem, apesar da negação dos pais covardes.

Ou seja, não nascemos “puros” ou “bons”, tampouco a culpa de nossa violência é da “sociedade”, que é formada, pasmem!, pelos próprios seres humanos que supostamente nasceram bons. Colocar a culpa da violência numa abstração como a sociedade é retirá-la de indivíduos de carne e osso, responsáveis por suas atitudes. Bárbaros são aqueles que não foram civilizados, educados, ou que nascem com algum distúrbio.

Não dá para negar que o ambiente hostil de miséria e violência em que tanta gente é criada em nada ajuda. Ninguém diz o contrário, ninguém vai afirmar que o “menino de Manguinhos” teve as mesmas oportunidades na vida que os filhos de Chico Buarque ou Verissimo, da elite abastada. Seria absurdo. Mas isso tampouco quer dizer que há um determinismo aqui, que a pobreza levará inexoravelmente o garoto à criminalidade. Não! Muitas vezes o filho de classe média ou alta cai no crime, como Chico Buarque bem sabe, pois roubou carro quando era jovem.

Quem pariu o assassino do médico ciclista Jaime Gold não foi a “sociedade”, como quer crer o poeta, mas seus pais. E sua mãe, que não foi capaz de educá-lo, já apelou para a mesma desculpa esfarrapada usada pela esquerda caviar, com os mesmos “argumentos” repetidos pelo poeta no GLOBO: a culpa é da “sociedade”. Ela não tem nada com isso. Se casou mal, se não soube tirar o filho do caminho errado, se não soube evitar o vício, isso não é de sua alçada, pois basta por tudo na conta da tal “sociedade”.

“O menino de Manguinhos não veio ao mundo com uma faca entre os dentes. Nem cresceu roubando bicicletas, tampouco deixou de ir à escola porque quis. Alguém, entre tantas declarações odiosas que ouvimos nos últimos dias, fez um translúcido comentário: ele é também uma vítima e nós somos as vítimas das vítimas”, escreve Turiba. Ora, ele não nasceu com a faca entre os dentes, mas ele lá a colocou! E isso foi fruto de suas escolhas erradas, assim como as de seus pais, dois indivíduos com nome e sobrenome, ao contrário da tal sociedade. 

Chamá-lo de vítima é desrespeitar a verdadeira vítima aqui, o médico que salvava vidas e teve a sua terminada por um marginal cruel, que lhe abriu a barriga como um Jack estripador. O poeta agride todas as pessoas de bem ao tratar um monstro desses como vítima, quando estamos diante de um rapaz insensível, incapaz de empatia, agindo como um psicopata com a convicção de sua impunidade. O poeta intensifica o desrespeito ao culpar a polícia pelo bandido:

O menino de Manguinhos já é um adulto terceirizado aos 16 anos sem nunca ter sabido o que é ser criança. Tampouco teve uma bola para as vadias peladas de favela e não aprendeu as pedaladas de Robinho, mas especializou-se em bicicletas — de preferência as mais caras. Tinha um olho no mercado do crime, pois sabia que sua cabeça — assim como as de outros meninos da escola do abandono — estava na mira do cão de um fuzil de algum tresloucado PM. 

Muitos marginais tiveram oportunidade de estudar, mas não quiseram. Tiveram acesso às bolas de futebol, às pedaladas do Robinho, e mesmo assim escolheram roubar outras bicicletas. Jogar essas escolhas nas costas da polícia, que precisa subir favela e enfrentar bandidos armados com fuzis em troca de baixos salários, isso é mais do que injusto; é indecente! Um poeta gosta de brincar com palavras, mas deveria ter mais sensibilidade e respeito com seu uso, pois elas podem ferir. Para concluir, o poeta “progressista” mostra sua cara sensacionalista, para encantar a plateia que deseja preservar o romantismo inspirado em Rousseau, o pai do totalitarismo moderno:

O menino de Manguinhos está enjaulado antes de a maioria penal engolir outros meninos, conforme deseja um Congresso retrógrado e conservador. Educação e escola nada. O menino de Manguinhos já estava condenado antes mesmo do crime da Lagoa. O Brasil precisa reagir com urgência para estancar essa desabotinada produção em série de milhares de outros meninos de Manguinhos.

Agora é “retrógrado e conservador” lutar por punição para crimes hediondos, monstruosos, que ficam impunes hoje apenas porque o monstro não completou 18 anos. Eis a mentalidade do poeta, que vende como panaceia a palavra mágica “educação”, ignorando que, sem a verdadeira educação dentro de casa, sem os limites impostos pelos pais, sem a civilização que não depende necessariamente da conta bancária, nada se resolverá.

Jogar mais dinheiro público nesse modelo fracassado de ensino estatal não é receita para nada. Agora, buscar resgatar valores civilizacionais, talvez até mesmo por meio dos ensinamentos morais das religiões que poetas “progressistas” normalmente abominam, isso talvez ajude. Assim como voltar a implicar o sujeito em seus atos, cobrar responsabilidade individual daqueles que fazem escolhas erradas ao longo da vida. Com certeza temos aqui uma proposta bem mais razoável do que essa dos “intelectuais”, que sempre culpam uma abstrata “sociedade” pelos crimes praticados por indivíduos.

PS: Reparem que o autor sequer chama o assassino pelo nome, preferindo em seu lugar a expressão “o menino de Manguinhos”. Retira, assim, o pessoal e cai no abstrato. Poetas adoram abstrações. Mas a faca que rasgou Jaime Gold era bem concreta, bastante real, assim como o sangue que se esvaía levando junto sua vida.

Rodrigo Constantino

 

Mãe de bandido da Lagoa repetiu discurso de esquerda para justificar os crimes do filho. Eduardo Paes, não

Dias atrás, o jornal Extra matou o jornalismo a facadas ao transformar em vítima das supostas faltas de família e de escola o bandido de 16 anos suspeito de ter assassinado o médico Jaime Gold na Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro.

A mãe do bandido, no entanto, não só existe, como disse que nunca abandonou o filho.

A catadora Jane Maria da Silva, de 55 anos, contou à Agência Brasil ter estado presente, também, todas as vezes em que ele foi internado no sistema socioeducativo e ter entrado no carro da polícia na semana passada para garantir a integridade dele até a delegacia.

Mas seu discurso de ativista – imagine – fundadora da ONG Fórum Social de Manguinhos é condizente com a capa do Extra em pelo menos um ponto: a legitimação moral do crime, disseminada há décadas no ambiente cultural brasileiro pela militância esquerdista infiltrada em redações, escolas, universidades, show business, mercado editorial e, claro, na política.

size_810_16_9_jane-silvaPara Jane, “o jovem de bolso vazio vai roubar. Então, com uma ajuda de custo para o lanche, pelo menos, o jovem fica entretido; não vai roubar”.

Na cabeça de Jane, alguém – você, eu, o Estado – tem de oferecer “uma ajuda de custo” para “entreter” os jovens, caso contrário eles nos atacarão com facas para levar o nosso dinheiro à força (ou a facadas mesmo).

Na cartilha “Manguinhos Tem Fome de Direitos”, da sua ONG, deve constar o direito inalienável ao entretenimento, naturalmente pago pelo contribuinte brasileiro.

Jane ignora os exemplos que citei aqui de pobres que venceram na vida sem roubar.

Jane também ignora Jessé Soares, que se formou em medicina no Pará na mesma semana do crime na Lagoa. Nascido em Limoeiro do Ajuru, ele vendia bombons no ônibus para se sustentar e até pensou em desistir diante das dificuldades, mas sempre teve um sentimento de que “quando terminasse os estudos as coisas seriam melhores”.

jesse

Hoje, Jessé está empregado em um hospital salvando vidas e recebendo um salário com o qual pode pagar por bens e serviços que estiverem ao seu alcance, ainda que corra o risco de ser esfaqueado por algum bandido como o filho de Jane ao sair de bicicleta.

alx_eduardo_paes_original“O Brasil acostumou-se com o discurso de que tudo se justifica pelo problema social”, disse o prefeito Eduardo Paes, sempre muito certo neste ponto, como já mostrei noutra ocasião.

“A mãe dele tinha um apartamento do Minha Casa, Minha Vida. O moleque estudou a vida inteira em escola municipal, mas a mãe, que recebia o Bolsa Família, perdeu [o benefício] porque o menino deixou de frequentar a escola. Então, eu não acho que o Estado brasileiro estava totalmente ausente. Ele pode não ter sido efetivo, mas quando ele não é tão efetivo precisa de polícia para que o criminoso tenha certeza de que vai sofrer algum tipo de sanção.”

O prefeito só lamentou a falha estatal na região onde o médico foi assassinado:

“A Lagoa Rodrigo de Freitas é bem iluminada, mas não tem policiamento. O que o sujeito tem é a certeza da impunidade”, disse Paes, sem precisar lembrar dessa vez que policiamento é responsabilidade do governador Luiz Fernando Pezão e do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame.

“Ele estava esfaqueando os outros. Como se trata um sujeito desses? Falta presença do Estado, de policiamento para esse moleque, que é um bandido, que estava roubando, estava esfaqueando os outros com um grau de violência assustador”, completou.

Um grau equivalente ao do cinismo de militantes que culpam os problemas sociais pelo crime individual, fornecendo as justificativas para a delinquência ao mesmo tempo em que projetam na sociedade e no Estado as próprias culpas no fomento à criminalidade.

O Brasil precisa de mais Jessés e menos caçulas de Jane.

Mas, se depender da esquerda bocó: não vai ter bombom.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Morreu em Miami ex-segurança de Fidel Castro que o retratou como um “nababo do Caribe”

Sánchez. Fonte: GLOBO

Juan Reinaldo Sánchez, ex-segurança do líder cubano Fidel Castro, morreu nesta terça-feira em Miami, informaram sites cubanos e americanos. De acordo com site Telemundo 51, Sánchez, autor do livro “A vida oculta de Fidel Castro”, morreu de câncer no pulmão, aos 66 anos. Fontes familiares disseram que ele estava hospitalizado há semanas.

O ex-segurança trabalhou 17 anos com o líder cubano e caiu em desgraça em 1994 após pedir a aposentadoria. Foi preso, mas conseguiu escapar em 2008 e viajar para os Estados Unidos. Segundo afirma, foi torturado e colocado na cadeia “como um cão”.

Sánchez tinha 10 anos quando a revolução de 1959 triunfou. Amante de esportes e especialista em artes marciais, ele dedicou grande parte de sua vida à proteção do homem que guiou o destino de Cuba durante décadas. Com Castro, o ex-segurança percorreu todos os cantos da ilha e o acompanhou em suas viagens ao redor do mundo.

Segue, em sua homenagem, a resenha que fiz de seu ótimo livro para o GLOBO:

O nababo do Caribe

Mais jovem, ele gostava de curtir seu enorme e luxuoso iate de 90 pés, decorado com madeiras nobres importadas de Angola, cercado de forte aparato de segurança. Frequentava sua linda ilha particular, ao lado de tartarugas e golfinhos.

Adorava pescarias e caçadas submarinas. Se o trabalho o chamasse, havia um helicóptero à sua disposição. Degustava iguarias caras como os presuntos pata negra e seu uísque Chivas Regal. Ainda possui dezenas de casas espalhadas pelo país, com quadra de basquete e cinema particular.

De qual magnata capitalista ou herdeiro playboy estamos falando? Nada disso. Esses eram os hábitos do “espartano” Fidel Castro, revelados por seu ex-segurança que foi sua sombra por 17 anos. Juan Reinaldo Sánchez, em “A vida secreta de Fidel”, conta inúmeros detalhes sobre o mais longevo ditador latino-americano. São coisas que ninguém lhe contou; ele mesmo viu!

Mais um mito cai por terra. Cuba é uma redoma de mentiras, inventadas pelo regime opressor e aceitas sem muita crítica pelos cúmplices e os idiotas úteis. Saúde de boa qualidade, educação de primeira, e um líder revolucionário que conseguiu manter um estilo de vida simples: tudo propaganda enganosa.

Fidel sempre disse que levava uma vida modesta, que tinha apenas uma “cabana de pescador”, e que sequer tirava férias, coisa de burguês. O que vem à tona é o esperado por qualquer um com bom senso: ele é o verdadeiro nababo do Caribe. “Comparada ao modo de vida dos cubanos”, diz Sánchez, “essa dolce vita representa um privilégio absurdo”.

Mas essa vida abastada é o de menos, apesar de demonstrar toda a hipocrisia do “igualitário” (como ocorre com nossa esquerda caviar, que adora o socialismo do conforto de Paris, ou com os milionários Lula e José Dirceu, representantes do “povo”). O que emerge dos relatos é um traço psicológico assustador, típico de um psicopata. Fidel “utilizava as pessoas enquanto elas lhes fossem úteis”, e depois “as jogava no lixo sem o menor escrúpulo”.

O destino do próprio autor é prova disso. Totalmente fiel por quase duas décadas ao “líder máximo”, que considerava um deus, quando resolveu se aposentar simplesmente foi jogado na prisão por dois anos, em uma cela infestada de baratas, foi torturado e sofreu até tentativa de assassinato. Após 12 anos e várias tentativas, conseguiu finalmente fugir para Miami, de onde contou sua história para abrir os olhos daqueles que ainda são cegos diante da realidade.

Egocêntrico, que precisa ser o centro das atenções e jamais pode ser contrariado, extremamente manipulador e disposto a sacrificar o mais próximo dos aliados se isso lhe parecer necessário para preservar o poder: assim é Fidel Castro, visto pelos inocentes úteis como um ser abnegado que dedicou sua vida aos outros. O fanatismo de seus seguidores impede qualquer análise crítica.

Até mesmo sua família foi alvo de sua insensibilidade, e seus filhos nunca receberam carinho paterno. Na linha de boa parte da esquerda, Fidel sempre amou a Humanidade como abstração; era o próximo de carne e osso que ele não suportava.

Outra confissão explosiva feita pelo autor, ainda que já conhecida por muitos, é a ligação de Fidel com o tráfico de drogas. Que Cuba sob seu comando virou uma escola de terroristas, isso é notório, e basta pensar no “Chacal”. Cuba treinou milhares de guerrilheiros também, exportando a “revolução” mundo afora.

Para financiar fim tão “nobre”, o tráfico de drogas era visto como um meio aceitável. Sánchez escutou Fidel coordenando diretamente a exportação de cocaína. Os narcotraficantes das Farc sempre receberam apoio de El comandante também. E pensar que nosso BNDES financiou a reforma do Porto de Mariel, ao custo de um bilhão de dólares!

Cuba se tornou um antro de prostituição infantil, tráfico de drogas e de armas, tudo sob o estrito controle do ditador, já que nada ocorre por lá sem seu conhecimento ou autorização. O aparato de vigilância é similar ao de todos os regimes totalitários. Cuba é uma “coisa” de Fidel, como diz Sánchez. “Ele é seu dono, à maneira de um proprietário de terras do século XIX.”

O autor conclui o livro questionando por que as revoluções sempre acabam mal e seus heróis se transformam em tiranos piores que os ditadores que combateram. Parte da resposta é que o poder corrompe. Outra parte é que, muitas vezes, psicopatas buscam nas revoluções um pretexto para colocar sua sede patológica pelo poder em prática. Fidel parece pertencer ao segundo tipo. E pensar que Dilma gosta de fazer afagos em um tirano desses…

Rodrigo Constantino

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário