Exportação de carne para China abrirá a porteira para o mercado com os EUA, afirmam criadores de MS
A liberação de oito frigoríficos brasileiros para exportar carne bovina para os chineses vai estimular outras alianças mercadológicas com países tão criteriosos quanto os orientais, incluindo os Estados Unidos. É o que apostam os criadores de Mato Grosso do Sul, da região de Camapuã, conhecida como Capital do Bezerro de Qualidade. Com as altas vendas de proteína vermelha dos Estados Unidos nos últimos anos, que causou queda do rebanho americano, os criadores de MS se preparam para atender países com altas demandas em volume e qualidade. Os pecuaristas debateram o futuro da pecuária e interesses mercadológicos nesta quarta-feira (20), durante o Circuito ILPF, na Associação dos Criadores do município.
O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em breve outros 17 frigoríficos brasileiros serão habilitados para exportar carne à China, somando 26 plantas frigoríficas, que representará movimentação de US$ 520 milhões anuais na comercialização de proteína animal.
Segundo o diretor do Sindicato Rural de Camapuã, Antônio Silvério de Souza, a notícia que beneficiará os produtores e valorizará ainda mais as cotações está próxima de ganhar repercussão. “As informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apontam para uma liberação imediata para os Estados Unidos, e com a habilitação chinesa, sem dúvida o processo ganhará ainda mais velocidade”, enfatizou o presidente. Ainda de acordo com Souza, os criadores da região se preparam no desenvolvimento de animais precoces, que acarreta em maior qualidade em curto espaço de tempo.
Nesse mesmo sentido o criador de Figueirão, 90 quilômetros de Camapuã, Rubens Catenacci, ministrou palestra indicando que a resposta imediata para este mercado está na suplementação animal. “A raça nelore precisa ser apresentada com todo o seu potencial para os americanos. Por meio da suplementação conseguiremos oferecer carne de qualidade e em grande escala, garantindo rentabilidade, estabilidade do setor e satisfações dos clientes exteriores”, destacou o proprietário da Fazenda 3R, que alimenta seus bezerros com pastagem e ração específica, alimentação capaz de aumentar em 1,2 quilos por dia o peso do animal.
Entre os desafios do pecuarista segundo o administrador da Fazenda 3R, Rogério Rosalin, será o de apresentar aos americanos as qualidades e potencialidade da raça nelore. “Esta não é uma raça habituada e tradicional nos Estados Unidos, mas no Brasil atingimos produtividade e uma qualidade atualmente desejada por muitos outros mercados, e apresentar isso de forma correta a modo de subir no conceito americano, será um desafio, mas todo pecuarista brasileiro sempre que desafiado mostra que entende do que faz”, reforça Rosalin.
Para o zootecnisa Marcelo Fedrizzi Pinto Mato Grosso do Sul está apto para atender diversos mercados, mas no Brasil ainda falta a linearidade da produção americana. “Em toda propriedade visitada nos Estados Unidos há uma semelhança bastante considerada na qualidade de estrutura dos animais, bem como cobertura de gordura, rendimento de carcaça e outras características que no Brasil oscila muito de uma fazenda para outra. Temos de focar em questões técnicas como essa para entrarmos no mercado fortemente em novos mercados, sem data marcada para sair”, finalizou o zootecnista durante o Circuito ILPF em Camapuã.
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