Dólar: Mercado à espera do futuro das taxas de juros nos EUA e de olho cenário político e econômico no Brasil
Informações sobre o ajuste econômico, a instabilidade política do Brasil, e a incerteza sobre a elevação da taxa de juros dos Estados Unidos tem causando grande volatilidade na cotação do dólar. Segundo o economista Jason Vieira, o mercado trabalha com um suporte de R$ 3,00 e teto a R$ 3,10.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Vieira afirmou que no médio prazo será difícil o câmbio perder o suporte da faixa dos R$ 3,00 (entre R$ 2,95 a R$ 3,05). "Se algum indicador da economia americana não seguir a linha de crescimento forte, que demandaria os Estados Unidos a elevar os juros, poderíamos sim ver um rompimento dos R$ 3. O dólar tem três faixas de suporte a partir dos R$ 2,90, seria os R$ 2,96 R$ 2,94 depois migra até os R$ 2,90 como ele já testou nos meses anteriores", declara.
O presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, afirmou nesta quarta-feira (20), que a alta dos juros dos Estados Unidos provavelmente não é apropriada até o início de 2016. No entanto, Vieira afirma que o FED possui uma comunicação coordenada, dando sinais muitas vezes até contraditório, para evitar que o mercado precifique sem certeza.
No Brasil, mesmo com o ajuste fiscal aprovado a expectativa é que o dólar continue trabalhando em patamares elevados. O dólar futuro opera com variação positiva, o julho/15 trabalha a R$ 3.066, mostrando que o peso maior neste momento é realmente a elevação da taxa de juros norte-americana.
"A elevação da taxa de juros dos Estados Unidos será simbólica, mas mesmo com esse simbolismo de 0,25% é uma sinalização de que a economia está boa, que a situação está boa e que agora necessitamos de um pequeno controle de preços, isso vai gerar um impacto global no dólar", afirma Vieira.
Para ele, os produtores não devem ficar atentos apenas ao dólar, é preciso aproveitar também os picos nas cotações das commodities, para garantir a melhor rentabilidade.
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