Boletim Focus: Pela 5ª semana seguida, mercado eleva estimativa de inflação de 2015

Publicado em 18/05/2015 08:46
Reuters + G1 + Veja.com

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SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras reduziram pela segunda semana seguida a projeção para a inflação em 2016, a 5,50 por cento, ante 5,51 por cento anteriormente, ao mesmo tempo em que voltaram a elevar a perspectiva para a Selic no próximo ano.

A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que a projeção para a taxa básica de juros no fim de 2016 agora é de 11,75 por cento, ante 11,63 por cento na mediana das expectativas na semana anterior.

Para o fim de 2015 foi mantida a projeção de Selic a 13,50 por cento, enquanto em relação à alta do IPCA os especialistas consultados elevaram a perspectiva em 0,02 ponto percentual, a 8,31 por cento.

(Por Camila Moreira)

economia-compras-mercado-consumo Aumento nas contas de água e luz tem pressionado os preços para cima neste ano (Ricardo Matsukawa/VEJA.com)

No G1: Pela 5ª semana seguida, mercado eleva estimativa de inflação de 2015
 
Os economistas do mercado financeiro subiram, pela quinta semana consecutiva, sua estimativa de inflação para este ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - que passou de 8,29% para 8,31%.

O levantamento foi feito pelo Banco Central na semana passada com mais de 100 instituições financeiras, e divulgado nesta segunda-feira (18) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus.
 
Para 2016, porém, a previsão dos economistas para o IPCA recuou de 5,51% para 5,50% na última semana. Foi a segunda queda seguida deste indicador.
 
Se confirmada, a previsão do mercado para a inflação de 2015 (de 8,31%) atingirá o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%.
 
Leia a notícia na íntegra no site do G1
 
 
 

Em VEJA: A poupança secou

 

 

O aumento dos juros e do desemprego leva a retiradas recordes das cadernetas

 

O setor imobiliário é um dos termômetros mais sensíveis para avaliar a confiança em uma economia. No caso dos empreendimentos residenciais, as famílias apenas se animam a contratar um financiamento quando conseguem poupar pelo menos parte dos recursos necessários e acreditam que terão condições de pagar, por muitos meses, as prestações da dívida - que será quitada em até trinta anos, muitas vezes. O mercado de imóveis viveu dias promissores entre 2008 e 2012, impulsionado pelo aumento do emprego e dos salários, além da expansão da oferta de crédito. O volume de empréstimos chegou a crescer 42% em 2011. Desde então, entretanto, o ritmo arrefeceu. Em São Paulo, o número de imóveis vendidos, considerando-se os novos e os usados, caiu 35% em 2014. O lançamento de novas unidades recuou 7%.

Trata-se de uma notícia negativa, em um país onde o déficit habitacional ainda é imenso. Com o aumento do desemprego e a elevação dos juros, o setor deverá se manter em ritmo lento nos próximos meses. Para completar, outra dificuldade já começa a afetar a liberação de crédito para a compra da casa própria: a falta de recursos. A grande fonte de dinheiro para os financiamentos são os depósitos nas cadernetas de poupança. De todo o volume de recursos guardado nessas aplicações, 65% deve ser usado, obrigatoriamente, no crédito imobiliário. Mas a caderneta deixou de ser uma aplicação vantajosa por causa do aumento da inflação e dos juros, fazendo com que muitos poupadores transfiram seus recursos para outros investimentos, como os fundos DI. Além disso, várias pessoas precisaram sacar seus depósitos para pagar dívidas. Como resultado, desde o início do ano os saques superam os depósitos. No atual ritmo de retirada, os especialistas do setor calculam que, até meados do próximo ano, não haverá mais recursos da poupança para bancar o financiamento imobiliário. Restariam apenas as linhas subsidiadas, para a baixa renda, ou financiamentos com recursos próprios dos bancos, com juros ainda mais altos.

Gráfico - Saque da poupança
(VEJA.com/VEJA)

Entre janeiro e abril deste ano, o Banco Central registrou retirada de 23,7 bilhões de reais da poupança, o pior saldo da série histórica desse indicador. Estima-se que 70% desse valor tenha sido reaplicado em investimentos mais rentáveis. Os outros 30% tiveram como destino o pagamento de contas. "Se esse ritmo de retirada continuar, deveremos fechar o ano com uma saída líquida de recursos da poupança de 74 bilhões de reais", diz Octavio de Lazari Jr., presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

A Caixa Econômica Federal, o banco responsável por 70% dos financiamentos, já restringiu drasticamente a concessão de novos empréstimos. Além de aumentar duas vezes os juros em menos de seis meses, anunciou que financiará no máximo 50% do valor de imóveis usados, e não mais 80%. A Caixa, presidida pela ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior, tem dito que as mudanças fazem parte de uma estratégia de privilegiar a habitação para famílias mais pobres, financiada pelos recursos do FGTS, e os imóveis do Minha Casa, Minha Vida. O crédito com os recursos do Fundo de Garantia pode ser obtido por pessoas com renda de até 5 400 reais, para imóveis de até 190 000 reais. Os bancos tentam negociar o aumento desse teto, para até 300 000 reais.

Atualmente, 8 a cada 10 reais de empréstimos imobiliários concedidos pelos bancos privados valem-se dos recursos da poupança. Por isso, o emagrecimento no saldo das cadernetas preocupa os empresários do setor, que já lidam com a dificuldade da retração na economia. Uma proposta apresentada pelas construtoras é a liberação de parte dos depósitos compulsórios, que não podem ser emprestados - 30% do saldo fica retido pelo Banco Central. Dessa forma haveria mais recursos disponíveis. Entretanto, o BC é contrário a essa ideia, porque aumentaria a circulação de dinheiro na economia em um momento de aperto na liquidez monetária como maneira de combater a inflação. O setor só voltará a ter dias mais favoráveis, portanto, quando a inflação ceder e os juros diminuírem. Assim o crédito começará a fluir novamente, e as famílias voltarão a ter confiança no futuro da economia.

(veja.com)

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Fonte:
Reuters + G1

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