Qual é, Lula? Agora o PT quer ter o monopólio dos bandidos? (por REINALDO AZEVEDO)

Publicado em 13/05/2015 15:02
em veja.com

Qual é, Lula? Agora o PT quer ter o monopólio dos bandidos? Vamos democratizar a bagaça, companheiro!

Não há nome que provoque tamanho pânico no PT como o de Ricardo Pessoa, o dono da UTC, apontado pelo Ministério Público Federal como o coordenador do chamado “Clube das Empreiteiras”. É, entre todos os empresários enroscados na Lava Jato, o mais próximo de Luiz Inácio Lula da Silva, com quem estabeleceu uma relação de amizade. E se julga abandonado pelo amigo.

Entre os presos, foi quem mais se deixou abater na cadeia, demonstrando maior inconformismo com a situação. Um acordo de delação premiada chegou a ser anunciado em fevereiro, mas houve depois um recuo. Não está claro por quê. Nos bastidores, o que se comenta é que ele se nega — ou se negava? — a admitir a tese do cartel.

Três meses depois, tudo indica que o acordo finalmente saiu. E, como se nota, a colaboração foi acordada depois de um habeas corpus do Supremo ter posto fim à prisão preventiva. Advogados que conhecem o caso — e já escrevi isto aqui — haviam me dito que Pessoa recusava qualquer forma de colaboração enquanto estivesse na cadeia. No seu caso, a prisão preventiva atrapalhava, em vez de ajudar, a investigação.

Pelo que se sabe até agora, Pessoa é quem põe a boma mais perto do PT, de Dilma e de Lula. Nesta terça, o ex-presidente resolveu ter um chilique e saiu acusando a imprensa de dar crédito a denúncias de bandidos.

Pois é. Parece que o Babalorixá de Banânia e o PT querem ter o monopólio da bandidagem, não é mesmo? Enquanto Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa (que o chefão petista chamava “Paulinho”) operavam para os companheiros, estes os tratavam como pessoas de bem. Agora que a casa caiu, Lula gostaria que o jornalismo os ignorasse.

Digamos, Lula, que sejam todos bandidos.., Cabe a pergunta: para quem eles operavam até anteontem? Leiam o que informa a VEJA.com.

*
O presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, viajou para Brasília nesta quarta-feira para firmar um acordo de delação premiada com a Justiça. Apontado como ”chefe do clube do bilhão”o empresário, que está em prisão domiciliar, foi levado à Procuradoria Geral da República para formalizar seu compromisso de colaborar com as investigações em troca de uma redução de pena.

A decisão deve ter consequências importantes para a Operação Lava Jato, já que Pessoa atuou como porta-voz do do chamado “clube do bilhão”, que reunia as principais empreiteiras do país, e foi amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As colaboração dele deixa o escândalo do petrolão ainda mais perto do Palácio do Planalto.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Pessoa admitiu ter destinado recursos de propina para as três últimas campanhas eleitorais do PT à Presidência. Em 2006, por meio de caixa dois. Em 2010 e 2014, em doações registradas na Justiça Eleitoral. Ele também pagou 3,1 milhões de reais a José Dirceu para obter favores do PT, além de ter financiado com caixa dois a campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo em 2012.

Reportagem de VEJA também mostrou que Pessoa está disposto a contar como ajudou a financiar as campanhas de Jaques Wagner e Rui Costa para o governo da Bahia – o primeiro, em 2006 e 2010. O segundo, em 2014.

VEJA revelou ainda uma anotação de Pessoa, apreendida pela Polícia Federal, segundo a qual ele menciona o tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva. “Todas as empreiteiras acusadas no esquema criminoso da Operação Lava Jato doaram para a campanha de Dilma. Será que falarão sobre vinculação campanha x obras da Petrobras?”, diz o texto apreendido.

Por Reinaldo Azevedo

 

Casório: Secretário teve dois celulares roubados na mesa de Lula e Dilma

Piada pronta. Mais uma.

A coluna Painel, da Folha, informa:

“O secretário de Saúde de São Paulo, David Uip, teve os dois celulares furtados durante a festa de casamento do cardiologista Roberto Kalil. Uip deixou a mesa em que estava para cumprimentar amigos e, quando voltou, não encontrou mais os aparelhos.

Uip dividiu a mesa dos padrinhos com Dilma e o ex-presidente Lula. Também estava na festa o secretário de Segurança, Alexandre Moraes. O furto VIP virou piada entre membros do governo paulista.”

Este blog nem imagina por quê.

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Alô? Alô?

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FHC protege Dilma Rousseff (de novo)

FHCFHC afirmou em Nova York que o eventual processo de impeachment contra Dilma Rousseff não pode ser uma confusão “abstrata” e que não se deve personalizar na figura da petista o escândalo de corrupção na Petrobras. Segundo a Folha, ele disse:

“Esses malfeitos vêm de outro governo, isso deve ficar bem claro. Vêm do governo Lula. Começou aí. Não é uma questão de personalizar, é um questão de procedimento”.

Em 2005, quando Lula estava nas cordas após o mensalão, FHC se recusou a pedir o impeachment.

Dez anos depois, quando Dilma está nas cordas após o petrolão, FHC responsabiliza Lula.

FHC é uma figura anacrônica. Está sempre dez anos atrasado.

Ele ainda acrescentou:

“Mais que de ajuste, o Brasil precisa de esperança. Para onde vamos? Está faltando isso”.

Em outras palavras: há esperança de que em 2025, com sorte, FHC responsabilize Dilma Rousseff.

É uma questão de procedimento.

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Áudios comprovam o que sabemos: Governo esperou passar eleição de Dilma Rousseff para aumentar gasolina

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Guido Mantega e Dilma Rousseff: o maior programa do PT é o Transparência Zero

Os áudios de reuniões recentes do Conselho de Administração da Petrobras começaram a aparecer, para desespero dos conselheiros que já querem destruir os que ainda não vieram a público, assim como fizeram com o da compra de Pasadena.

Eles alegam que o risco de vazamentos constrange os integrantes a não falar abertamente sobre problemas da empresa e compromete dados estratégicos da Petrobras, o que interessaria a concorrentes.

Na verdade, constrangedora é a Transparência Zero das estatais aparelhadas pelo PT, que compromete o dinheiro dos contribuintes brasileiros.

Um áudio já revelou que Guido Mantega tentou esconder o rombo de R$ 88,6 bilhões da Petrobras.

Outro, que Graça Foster disse não haver razão para acelerar as obras de Abreu e Lima, em Pernambuco, “a não ser terminar a refinaria no ano de 2010”, o da campanha de Dilma Rousseff, sugerindo a aceleração da corrupção para elegê-la.

Agora, atas e áudios das reuniões obtidos pelo Globo revelam:

Em pelo menos quatro reuniões que antecederam a disputa eleitoral, Mantega não atendeu aos apelos da então presidente da Petrobras, Graça Foster, pelo fim do represamento dos preços da gasolina.

Ela chegou a falar em “sacrifício” e em “constrangimento” à estatal por conta da iniciativa do governo.

O ex-ministro da Fazenda só recomendou o aumento de 3% para a gasolina e 5% para o diesel imediatamente após a reeleição de Dilma, em reunião de 4 de novembro, que era uma continuação do encontro de 31 de outubro. Dilma havia sido reeleita cinco dias antes, no dia 26.

Mantega então recomendou o aumento à diretoria executiva “quando considerar conveniente”.

Àquela altura, já era conveniente para o PT.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

 

 

Então é isso que a presidente Dilma defende na prática enquanto discursa a favor da liberdade?

A Venezuela aperta o cerco contra o que restou da imprensa no país. O ditador, digo, o “presidente” Maduro proibiu jornalistas de deixarem o país após repercutirem a denúncia de que o governo tem ligações com o tráfico de drogas:

O governo de Nicolás Maduro proibiu nesta terça-feira 22 diretores de jornais e sites noticiosos de deixar a Venezuela por terem noticiado a suspeita de envolvimento do presidente da Assembleia Nacional com o tráfico de drogas. A proibição e o mais novo ataque à imprensa livre venezuelana foram noticiados pelos jornais El Nacional e Tal Cual que tiveram seus executivos proibidos de deixar o país. Segundo a Folha de S. Paulo, um dos diretores do Tal Cual, Manuel Puyana, já foi notificado da proibição de deixar a Venezuela e da obrigação de se apresentar toda semana ao tribunal. Outro diretor do jornal está nos Estados Unidos; diante da decisão, não retornará.

A denúncia contra Disdado Cabello partiu do jornal espanhol ABC, que reportou as ligações do presidente chavista da Assembleia Nacional com o tráfico internacional de cocaína. A notícia teve grande repercussão na imprensa venezuelana e em veículos de outros países.

A fonte da reportagem era o militar desertor Leamsy Salazar, ex-chefe de segurança de Cabello. Segundo Salazar, que hoje está exilado nos Estados Unidos, o chavista é o chefe de uma organização criminal que opera dentro das Forças Armadas da Venezuela.

Na semana passada, reportagem de VEJA revelou que o partido espanhol de esquerda Podemos foi financiado pela Venezuela e pela Bolívia para facilitar a entrada de cocaína na Europa através da Espanha. De acordo com um relatório secreto de 34 páginas assinado pelo coronel boliviano Germán Cardona Álvarez, cocaína peruana e boliviana partem da Bolívia para a Venezuela em aviões militares, “os quais, por serem oficiais de um Estado, não podem ser interceptados no espaço aéreo internacional”.

As aeronaves Hércules C-130 deixam a Venezuela com armamento militar e retornam carregadas de cocaína e veículos que chegam à Bolívia depois de ser roubados no Brasil. Em Caracas, a droga é lá levada a outros destinos. Dentro desse esquema, diz o relatório, há seis anos, Hugo Chávez, o atual presidente Maduro e o boliviano Evo Morales usaram uma organização chamada Centro de Estudos Políticos e Sociais (Ceps) para financiar o Podemos, da Espanha.

Meus pais sempre me ensinaram a confiar mais nos atos do que nas palavras. Afinal, palavras custam pouco, são baratinhas. Qualquer um pode dizer o que quiser, sem compromisso algum com a verdade. Quando Dilma diz defender a liberdade de protesto, portanto, e não recebe as esposas dos opositores de Maduro, presos apenas por protestarem contra o governo do camarada, confio mais em suas ações do que suas palavras. O mesmo quando ela se diz comprometida com a liberdade de imprensa.

A conivência do governo brasileiro com esse regime opressor venezuelano é indecente e ultrajante, e mostra bem a verdadeira face do PT: uma face vermelha, bolivariana. Lamento pelos venezuelanos desamparados, vítimas dessa tirania que avança a cada dia para se tornar uma total ditadura, como Cuba. Nem mesmo com o apoio do Brasil eles podem contar, uma vez que temos um governo cúmplice do chavismo.

Aqui em Weston há muitos venezuelanos, a ponto de o local ser conhecido como Westonzuela. Se algum deles for meu leitor, manifeste-se, conte sua história, divulgue a real situação em seu país. O governo brasileiro pode ser cúmplice do regime opressor de Maduro, mas a VEJA é fiel aos fatos, e tem independência para ir contra governos (especialmente os que abusam do poder), premissa fundamental de qualquer veículo de jornalismo.

Os dissidentes venezuelanos têm aqui no blog uma voz de apoio, uma pequena arma contra o autoritarismo de Maduro. Podem contar com minha singela colaboração na luta pela democracia e liberdade em seu país. Afinal, nossa luta é a mesma!

Rodrigo Constantino

 

Fachin 1 x 0 Brasil. Ou: A oposição que não se opõe

A longa sabatina desta terça-feira acabou com a aprovação preliminar do indicado por Dilma para a vaga no STF, o mesmo advogado que a apoiou abertamente na campanha e defende os invasores do MST. Um país que tem uma presidente incapaz de aparecer na televisão sem gerar um panelaço como reação, que possui uma das mais baixas taxas de aprovação da história democrática, deve conseguir colocar seu indicado sem maiores dificuldades na instituição mais importante da República, pois a guardiã da própria Constituição. O que se passa?

O Brasil carece de uma oposição verdadeira, que faça justiça a tal nome. Com raras exceções, nossa “oposição” não sabe se opor. Não estou aqui defendendo uma oposição nos moldes do PT no passado, com postura sempre destrutiva, só pensando no poder e nunca no país. Não! Queremos e precisamos de uma oposição responsável, que saiba separar seus próprios interesses políticos daqueles do país como um todo. Mas pergunto: colocar Fachin no STF atende aos interesses da nação?

Seu passado o condena, e não estamos falando de um passado longínquo, típico da juventude utópica, e sim do passado recente. O problema de Fachin nunca foi a falta do “notório saber jurídico”, como no caso de Toffoli. O problema é a ideologia, como também no caso de Toffoli, que consegue unir o inútil ao desagradável no caso. Como a oposição pode aceitar um ministro no STF com credenciais tão “progressistas”, ou seja, com viés ideológico claramente de esquerda e contra o próprio conceito do STF como guardião da Constituição?

É verdade que o discurso do indicado foi bem diferente na sabatina. Fachin teve que rejeitar seu passado para ser aprovado pela CCJ. Mas, como Merval Pereira bem colocou, foi preciso rasgar tudo que fora escrito antes. Ou seja, ou estamos diante de um ator cínico, ou de alguém que não tem posições convictas. Em ambos os casos não parece alguém adequado para ocupar o cargo no STF. Diz Merval:

De duas, uma. Ou a presidente Dilma está arrependida de ter indicado o jurista Luiz Edson Fachin para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal, ou está dando gargalhadas diante das respostas dele na sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Por que o Fachin que esteve ontem a responder aos senadores não é o mesmo que escreveu textos que colocavam em dúvida o direito à propriedade ou questionavam a família tradicionalmente formada. 

Fachin ontem nem precisou explicitar o pedido para esquecerem o que escreveu. Ele mesmo tratou de fazer uma releitura de anos e anos de militância jurídica, explicando que todas as ideias polêmicas que defendeu ao longo de sua vida eram apenas questões que estavam sendo “problematizadas” em discussões acadêmicas, e não representam o pensamento que vai guiá-lo se for aprovado pelo Senado para o STF.

Na verdade, o que se viu ontem no Senado foi um jurista quase conservador, defensor da tradição, família e propriedade. Ao jurista que escreveu um prefácio de um livro a favor da bigamia, afirmando que as ideias pertenciam a “mentes generosas e corajosas, preocupadas incessantemente com o que nos define como humanos”, o jurista sabatinado respondeu ontem: “Sempre acreditei que os valores da família, de pátria e de nação são fundamentais para progredir”.

Como acreditar na sinceridade de Fachin? Só alguém muito ingênuo mesmo. E como defender, então, a postura de nossa “oposição”, especialmente a tucana? Enquanto a sabatina acontecia, os principais nomes tucanos estavam em Nova York, curtindo uma festa em homenagem a Fernando Henrique Cardoso. Álvaro Dias, que vinha se destacando pela firmeza contra o PT, parece ter colocado o regionalismo acima de tudo, e se transformou num advogado de defesa de Fachin. Como ter esperanças assim? Só mesmo nas tais raras exceções, que citei antes, como no caso de Ronaldo Caiado:

Se dependermos do PSDB, teremos um STF bolivariano! Como escreveu Ricardo Vélez-Rodriguez, não dá para confiar numa “oposição” dessas, que some no momento crítico de ocupar a vaga do STF com um camarada militante:

Na data marcada para o debate, senadores importantes do PSDB não estarão presentes na Comissão que sabatinará o candidato. Estarão em Nova Iorque, participando de uma comemoração internacional que exalta o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Isso é dar muito mole para a petralhada. O PSDB, aliás, já deu mole quando Fernando Henrique, na época do Mensalão, desistiu de incentivar o processo de impeachment contra Lula, preferindo “deixá-lo sangrar”. Aconteceu o que era de se esperar. O sapo barbudo deu a volta por cima, se reelegeu e elegeu (e reelegeu) o seu poste, com toda a série de desgraças que se abateram sobre o Brasil, deixando-nos prostrados do jeito que todo mundo conhece. [...] A oposição brasileira não propõe porque não se opõe. E não se opõe porque foi cooptada pelo Estado Patrimonial. 

Fachin no STF será mais um duro golpe contra o Brasil, contra nossa democracia republicana, contra aqueles que defendem o Estado de Direito em vez do arbítrio. Pensar que o PT bolivariano avança mesmo nessa crise política e econômica, em meio a mais alta taxa de rejeição da presidente, é um espanto. Um espanto que só é possível pela pusilanimidade e conivência dos tucanos.

Rodrigo Constantino

 

A fortuna de Márcio Thomaz Bastos 

Por João Luiz Mauad, publicado no Instituto Liberal

O ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos deixou 393 milhões de reais de herança. Ao longo de sua carreira, o advogado, que morreu em novembro do ano passado, acumulou 18 imóveis, diversas obras de arte e um sem-número de aplicações financeiras cujo valor declarado soma exatos R$ 393.286.496,30. A herança será dividida entre a viúva e a filha de Thomaz Bastos.

Uma análise detalhada do inventário mostra que esse número pode ser ainda maior. A lista de bens traz, por exemplo, uma coleção de 12 obras de arte de artistas renomados subavaliadas. Um quadro de Tomie Ohtake de 1986, por exemplo, com valor declarado de 6 500 reais, pode valer 50 vezes mais. Um Portinari pode passar de 51 000 para mais de um milhão de reais, na avaliação de especialistas. Outro Portinari, declarado com valor simbólico de 1 real, pode valer mais de 200 000.

Além das obras de arte, provavelmente os imóveis também estão subavaliados, já que os valores lançados nas declarações de bens são normalmente valores históricos, referentes ao momento da aquisição, sem qualquer correção.  Tudo somado, é de se esperar que a fortuna acumulada pelo Dr. Bastos seja muito maior que a divulgada.

De todo modo, Márcio Thomaz Bastos está, sem qualquer sombra de dúvida, entre os homens mais ricos do Brasil. E mais: para terror de seus correligionários petistas, e talvez dele próprio, sua imensa fortuna fez com que Pindorama se tornasse um pouco mais desigual.

O Doutor Márcio era considerado, com inteira justiça, um dos melhores causídicos tupiniquins.  Se o preço dos serviços que prestava era alto, é porque os contratantes confiavam na sua eficiência e no seu enorme saber jurídico.  Assim como os grandes nomes do esporte ou das artes, ele cobrava caro por suas habilidades especiais porque era um craque, um gênio em sua área. O resto é choro de gente invejosa.

Por outro lado, insinuar que a riqueza de Thomaz Bastos seria a causa da pobreza de muitos outros, como diriam alguns de seus “amigos” petistas obcecados pela tese da desigualdade de renda e riqueza, é não somente uma falácia, como um sofisma insidioso.

É fato absolutamente demonstrável que, no capitalismo de mercado, um indivíduo somente pode enriquecer satisfazendo os desejos e necessidades dos demais.  Portanto, se o Dr. Bastos era um homem riquíssimo, foi porque soube fornecer um bom serviço a quem dele precisava.  Em outras palavras, qualquer um que deseje enriquecer numa economia de mercado deverá, antes de qualquer outra coisa, laborar para servir ao próximo, mesmo que a sua efetiva intenção seja exclusivamente o benefício próprio – sempre haverá quem o acuse de traficar influência, mas não há nada que comprove tal coisa. Até onde a vista alcança, Bastos ganhou sua fortuna honestamente.

Ademais, ao amealhar grande riqueza, ele acabou beneficiando, direta ou indiretamente, uma gama imensa de pessoas. Além dos seus clientes, já mencionados, há os empregados que para ele trabalham, bem como todos aqueles que, de alguma maneira, estavam atrelados àquela cadeia produtiva específica.

O mais importante, porém, é que os indivíduos muito ricos são grandes poupadores e, por conseguinte, grandes investidores – na verdade, a poupança não é outra coisa senão uma forma diferente de gastar os recursos, no sentido de que não será o seu dono quem os gastará diretamente, mas outra pessoa (tomador/investidor).

O portfólio de Thomaz Bastos, como se vê na matéria da Revista Exame, era composto de “um sem número de aplicações financeiras”, que nada mais são do que o repasse oneroso de recursos para investimentos a serem realizados por terceiros.  Tais investimentos, além de incrementar a economia do país, ajudam a dar emprego a milhares de pessoas.  Além disso, ele possuía muitos imóveis e inúmeras obras de arte, o que o transforma também num incentivador da construção civil e das artes em geral.  Resumindo, não há como deixar de aplaudir um indivíduo que consegue, com trabalho árduo, amealhar tamanha fortuna.

No caso específico de Márcio Thomaz bastos, entretanto, há um senão que não posso deixar de externar.  Embora tenha demonstrado saber ganhar dinheiro como poucos, o Dr. Márcio era um homem provavelmente corroído pela culpa.  Como diagnosticou o Rodrigo Constantino em seuEsquerda Caviar, não são poucos aqueles que, acometidos de um enorme complexo de culpa pela própria riqueza acumulada, passam a apoiar causas anticapitalistas, como se isso fosse, de alguma maneira, beneficiar os pobres, de quem ele se acha, inexplicavelmente, devedor.

Não vejo outra explicação plausível para a insistência dele em patrocinar e proteger o PT, um partido que sempre esteve ideologicamente voltado para a sabotagem do capitalismo, esse mesmo capitalismo que possibilitou que construísse a sua fortuna.

Portanto, se há algo que eu teria dito ao Dr. Márcio, caso o tivesse conhecido, é que o maior crime das elites capitalistas não está nas famigeradas desigualdades, no egoísmo ou na acumulação de capital, como ele provavelmente pensava e se amargurava, mas sim na recusa sistemática de apoiar, divulgar e defender as instituições e o modelo econômico que, além de possibilitar-lhe a fortuna, deram à humanidade a única esperança que ela já conheceu de sair de seu estado natural de miséria.

Nota do blog: entendo e concordo com o ponto principal de Mauad, mas tenho ressalvas. Não creio que todo “valor” gerado no livre mercado seja necessariamente positivo do ponto de vista social. Claro, do ponto de vista individual, de seus clientes, sim: ele ficou rico por oferecer valor em troca. Mas quem eram esses clientes? Normalmente criminosos ou acusados de crimes. A habilidade do advogado ao livrar os mensaleiros da cadeia não deve ser vista como um exemplo de valor social da “mão invisível”, assim como uma troca “voluntária” entre um traficante e um consumidor de crack tampouco o seria, caso a droga fosse legalizada. Além disso, boa parte desse “valor” gerado por Thomaz Bastos se deve ao fato de que nosso sistema é um tanto podre, e permite brechas que ele sabia muito bem explorar. Ótimo para seus clientes, uma vez mais, mas será que devemos aplaudir do ponto de vista da sociedade? Ao equiparar o brilhante criminalista aos empreendedores que efetivamente ficam multimilionários ofertando bens e serviços que melhoram a qualidade de vida material de milhões de pessoas, creio que estamos sendo injustos com os empreendedores. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Por fim, como tem petista milionário nesse mundo!

PS: Após a grande repercussão do texto, o autor escreveu uma réplica no blog do Instituto Liberal.

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1 comentário

  • Dagmar Barták São Paulo - SP

    Qual a surpresa?!

    O bandidão Lula apenas quer o monopólio dos da sua igualha.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Dagmar, comecei a ler as reportagens e fiquei pensando, o Noticias Agricolas mudou sua linha editorial novamente? Foi quando conferi a data e vi que são reportagens do ano passado, mas devo reconhecer, você acertou em cheio, elas são mais que atuais e verdadeiras. Ali fala do narcotraficante venezuelano Diosdado Cabello, que é recebido por Dilma sem agendamento, o sujeito vem a hora que quer ao Brasil e é recebido pela presidente na hora. Muito bom reler esses artigos e recordar a história.

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