Bureau divulga edição de abril do Relatório Internacional de Tendências do Café
Informação em tempo real e análise de tendências, oportunidades e ameaças são elementos essenciais para o desenvolvimento e a competitividade de qualquer atividade econômica e, óbvio, também, para o negócio café. Com esse propósito, o Bureau de Inteligência Competitiva do Café divulga mais uma edição do Relatório Internacional de Tendências do Café (vol 4. nº1), do mês de abril de 2015, com o objetivo de auxiliar os agentes da cadeia agroindustrial do café no planejamento e tomada decisões.
O documento – disponível no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, e no Centro de Inteligência de Mercados – CIM, da Universidade Federal de Lavras – Ufla, apresenta, em nível mundial, os principais destaques do agronegócio café e as tendências do setor, com foco na produção, indústria, cafeterias e insights (análise de conjecturas). Trata-se de uma iniciativa do CIM, do Departamento de Administração e Economia da Ufla, uma das dez instituições fundadoras do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.
Produção – Segundo o Relatório, com base em dados da Organização Internacional do Café – OIC, atualmente o consumo mundial supera a produção. Contudo, esse cenário poderá mudar a partir da próxima safra, com a eventual recuperação da produção brasileira, bem como a de outros países da América do Sul, depois do surto de ferrugem que prejudicou lavouras de café de certas regiões produtoras, como as do Peru e da Colômbia. De acordo com o documento, seria precipitado tentar prever os preços a partir do momento da recuperação da produção. No entanto, as tradicionais recomendações para o setor produtivo continuam válidas: gerenciamento de custos, vendas no mercado futuro para garantia de preço, investimentos em qualidade, entre outros. Para os pequenos produtores, o associativismo e cooperativismo devem ser considerados seriamente para a viabilidade econômica da atividade em muitas regiões, aponta o Relatório nos insights.
Quanto ao cenário internacional da produção e consumo de café, de acordo como Bureau de Inteligência Competitiva do Café, as mudanças podem ocorrer em ritmo mais lento do que em outras atividades da economia, mas nota-se que há transformações significativas em andamento. Como exemplo, países asiáticos ganham, cada vez mais, importância na produção e no consumo do grão. O cultivo de robusta conquista espaço diante do arábica com mais uso por parte da indústria e as cápsulas podem reduzir o consumo per capita nos países mais desenvolvidos. Encontrar soluções para esses desafios é tarefa complexa, mas a cooperação entre os diferentes elos da cadeia poderá proporcionar resultados positivos.
Indústria – O relatório destaca que o segmento de doses únicas é singular e apresenta constante crescimento, pois oferece gama de possibilidades para preparar diferentes tipos de bebidas em cafeterias e em casa. Sintonizada com essas novas tendências e diferentes segmentos de mercado, a indústria procura atender consumidores que buscam praticidade e inovação. Nesse contexto, a despeito de as cápsulas estarem em processo de crescimento do consumo em nível mundial, há dificuldades enfrentadas pelas empresas de pequeno e médio porte devido ao poder das grandes empresas na preferência dos varejistas. Assim, as indústrias de todos os portes buscam oferecer produtos diferenciados, adoção de novas tecnologias, práticas sustentáveis e preços competitivos.
No Brasil, empresas já estão participando desse mercado e têm observado o quanto esse segmento pode ser rentável e atrativo, por compreender que os consumidores estão explorando maneiras práticas e inovadoras de tomar o café. Por isso, investem também no segmento de doses únicas diretamente e por meio de parcerias.
Cafeterias no Oriente – Ainda de acordo com o documento, grandes cafeterias estão expandindo suas franquias para o Oriente, mais especificamente para países asiáticos, onde encontram grande potencial de mercado consumidor e uma cultura de tomar café em contínua expansão. Nota-se também que há crescimento e fortalecimento de franquias locais, cuja expansão e aumento do número de vendas é creditada à fidelização dos clientes devido à identificação com a marca e o suporte dos clientes ao comércio local.
Edição de abril do Relatório - O documento, de forma ampla, também aborda produção, consumo e demais questões relacionadas ao café em países da América do Sul (Colômbia, Peru, Brasil), assim como a atuação de empresas multinacionais do setor na África (Etiópia), Ásia (Vietnã e Indonésia). Trata ainda de grandes empresas que atuam na fabricação de máquinas e equipamentos ligados ao setor face às novas tendências de consumo, entre outros assuntos relevantes.
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