Seca dificulta cada vez mais a vida dos agricultores sertanejos da Paraíba
Publicado em 04/05/2015 07:20
O Nordeste brasileiro está atravessando uma seca prolongada, mas ela acontece de forma desigual, varia de região para região. Em alguns lugares, não chove há quatro anos.
Na Paraíba, um dos estados mais atingidos, está ficando cada vez mais difícil a vida dos agricultores sertanejos.
Em plena temporada de chuva, os dias em boa parte do sertão começam com sol forte e calor.
A seca faz parte do clima do semiárido nordestino. Normalmente, chove durante quatro meses e passam oito sem chover. O problema é que nos últimos quatro anos, não têm chovido o suficiente, nem na chamada 'estação das águas'.
Doutor Alexandre Magno é chefe do Departamento de Meteorologia da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), e explica que as chuvas dos últimos anos não têm sido suficientes para encher os reservatórios, nem para recuperar as reservas de água no subsolo.
A irregularidade das chuvas fez com que alguns estados ficassem em pior situação. O número de municípios nordestinos em situação de emergência subiu de 659 para 862. De 2011 para cá, cerca de 7 milhões de animais morreram.
Na Paraíba, a área mais afetada pela estiagem é a região do Cariri, que fica no centro do estado. As consequências da seca estão por toda parte. Há lugares onde a vegetação da caatinga nem conseguiu rebrotar, os riachos permanecem secos e falta água e comida para alimentar os rebanhos.
O sítio de Zé Braz Negreiros tem 21 hectares e fica no município de Boqueirão. Nem o poço artesiano, com 50 metros de profundidade, resistiu aos anos consecutivos de estiagem.
Não choveu o suficiente nem para encher as duas cisternas da propriedade e Zé Braz está comprando água para abastecer a família. Já faz três anos que ele não consegue colher nada.
Zé vive da produção de leite que ele transforma em queijo, mas por causa da seca, ele foi obrigado a vender metade das 30 vacas que tinha e vem assistindo a renda da família despencar junto com a produção.
Se a chuva não vier, Zé terá que vender mais vacas porque com a renda atual, ele não tem como comprar ração para alimentar os animais.
A situação era mais fácil quando os criadores tinham palma em abundância para alimentar os rebanhos nos períodos de seca, só que nos últimos anos, uma praga praticamente dizimou os cultivos de palma: a cochonilha.
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Fonte:
Olhar Direto
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