Milho: Mercado ainda busca recuperação e opera em campo positivo pelo 2º dia consecutivo na CBOT

Publicado em 30/04/2015 08:09

Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho operam com leves ganhos na manhã desta quinta-feira (30), pelo segundo dia consecutivo. As principais posições da commodity exibiam ligeiras altas entre 0,50 e 1,25 pontos. O contrato maio/15 era cotado a US$ 3,65 por bushel, após ter encerrado o dia anterior a US$ 3,63 por bushel.

O mercado ainda busca uma recuperação técnica frente às perdas recentes. No pregão passado, os preços encontraram suporte na queda do dólar frente uma cesta de moedas e no anúncio da venda de 130 mil toneladas do grão para Taiwan, segundo dados reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Contudo, os investidores permanecem observando a evolução do plantio do milho nos EUA. Diante do clima favorável, a perspectiva é que os trabalhos nos campos avancem significativamente ao longo dessa semana, podendo chegar a 50% da área até o dia 8 de maio. Ainda hoje, o USDA divulga novo boletim de vendas para exportação.

Na semana anterior, as vendas da safra velha ficaram em 867,9 mil toneladas de milho. Já da safra 2015/16, os números ficaram em 6,2 mil toneladas.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Frente à alta do câmbio e em Chicago, preço sobe em Paranaguá e chega a R$ 27,00

 

No Porto de Paranaguá, a saca do milho, para entrega em outubro/15, terminou o dia a R$ 27,00, com ganho de 1,89%. O movimento positivo é reflexo da valorização do dólar, que encerrou a quarta-feira a R$ 2,9574 na venda e alta de 0,52%. Do mesmo modo, os ganhos observados no mercado internacional também ajudaram a impulsionar as cotações.

Em São Gabriel do Oeste (MS), a alta foi mais expressiva, ao redor de 11,11%, com a saca a R$ 20,00. Em contrapartida, o dia foi de queda em Londrina e Ubiratã (PR), com a saca a R$ 19,00 e perda de 1,04%. Em Tangará da Serra (MT), a queda foi de 5,00%, com a saca cotada a R$ 19,00.

Na região de Campo Novo do Parecis (MT), os preços recuaram 2,78% e encerraram a quarta-feira a R$ 17,50 e, em Jataí (GO), o recuo foi de 4,23%, com a saca a R$ 17,00. Nas demais praças, o dia foi de estabilidade, conforme dados apurados pelo Notícias Agrícolas.

Ainda na visão do consultor, os negócios no mercado nacional estão mais lentos nesse momento. "Estamos vendo as lavouras caminhando bem com o clima favorável e alto potencial produtivo. Essa situação acaba dando tranquilidade aos compradores. As indústrias estão fora do mercado nesse momento, pois já compraram o milho da safra de verão e agora aguardam para se posicionar ou colocam valores mais baixos", afirma.

E a recente queda registrada no dólar pressionou os preços praticados nos portos brasileiros. "Tivemos uma queda de R$ 32,00 a saca para R$ 26,50 a R$ 27,00, uma redução de R$ 5,00. Nesse momento, temos os compradores retraídos, o dólar mais baixo e Chicago parado. Os produtores devem ficar de fora e aguardar melhores oportunidades de comercialização", orienta Brandalizze.

Bolsa de Chicago

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a sessão desta quarta-feira (29) em campo positivo. Os futuros do cereal conseguiram sustentar os ganhos e encerraram o dia com altas entre 2,75 e 3,25 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,63 por bushel, depois de fechar o pregão anterior a US$ 3,61 por bushel.

Segundo informações reportadas pelo site internacional Farm Futures, o mercado interrompeu uma queda de 7 sessões consecutivas, com o suporte na queda do dólar frente a uma cesta de moedas e o reporte da venda de 130 mil toneladas de milho norte-americano para Taiwan, conforme divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

"O dólar registrou a maior queda percentual em cerca de um mês depois da notícia de crescimento mais lento do que o esperado na economia norte-americana. Esse fator contribuiu para os ganhos observados nos três mercados em Chicago, soja, milho e trigo", disse Bob Burgdorfer.

E, apesar de desvalorização recente, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, já tinha destacado que o mercado estava próximo do limite e sem espaço para novas perdas expressivas. Até porque, com o vencimento maio/15 abaixo do patamar de suporte, de US$ 3,70 por bushel, os compradores acabam retornando ao mercado, conforme destaca o consultor.

"E o contrato dezembro/15, referência para a safra dos EUA, no nível de US$ 3,80 por bushel, compromete a margem de lucratividade dos produtores norte-americanos. As cotações têm pouco fôlego para recuar mais, pois nesses níveis devem sumir as ofertas no mercado físico norte-americano. E para modificar essa situação seria necessário o aumento nos prêmios no país, ou puxar os valores a US$ 4,00 por bushel, para sentir a presença dos vendedores americanos", acredita Brandalizze.

Contudo, os investidores ainda permanecem acompanhando as informações de evolução no plantio da safra dos EUA. As previsões climáticas favoráveis previstas para essa semana deverão contribuir para um avanço significativo nos campos do país, de acordo com informações das agências internacionais.

"É esperado um grande progresso com o cultivo do milho essa semana, frente a um perfil de clima mais seco e temperaturas mais quentes em regiões produtoras no país, que antes sofriam com o excesso de chuvas", disse Benson Quinn Commodities, em entrevista ao site Agrimoney.

A perspectiva é que em torno de 31% da safra seja plantada ao longo dessa semana. Com isso, até o dia 8 de maio o plantio do milho poderia ter chegado a 50%. Até o último domingo, a semeadura do grão estava em 19%, conforme dados do USDA. O órgão atualiza as informações no próximo relatório de acompanhamento de safras, que será reportado na segunda-feira (4).

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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