Bovespa fecha em queda por setor financeiro e perda de força da Petrobras
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou a segunda-feira com o seu principal índice em queda pelo terceiro pregão consecutivo, em meio a movimentos de realização de lucros após o Ibovespa ter se aproximado dos 55 mil pontos na semana passada.
Em sessão marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações, papéis do setor financeiro responderam pela principal pressão negativa no índice, bem como pesou o enfraquecimento das ações da Petrobras.
O Ibovespa recuou 0,36 por cento, a 53.761 pontos, revertendo o viés da primeira etapa do dia, quando chegou a subir 0,8 por cento na máxima do dia.
O volume financeiro somou 8,58 bilhões de reais, incluindo o giro do exercício das opções.
As preferenciais da Petrobras, que subiram 2,84 por cento na máxima do dia, terminaram com acréscimo de 0,61 por cento, enquanto as ordinárias recuaram 0,23 por cento, após avançarem 2,79 por cento.
O enfraquecimento das ações aconteceu após o vencimento de opções na Bovespa, que teve os papéis preferenciais da estatal entre as séries mais líquidas, com as opções de compra a 11,16 reais respondendo pelo maior volume do exercício (121,80 milhões de reais).
Os acertos da Petrobras com a Caixa Econômica Federal, Bradesco, Banco do Brasil e Standard Chartered, que cobririam as necessidades de financiamento da estatal em 2015, também ajudaram os papéis na parte da manhã.
Mas, de acordo com profissionais do mercado, o feriado no Brasil na terça-feira, quando a Bovespa não funciona, reduziu o ímpeto diante da divulgação na quarta-feira do balanço auditado de 2014 da petroleira estatal.
O UBS disse em nota a clientes esperar prejuízo da Petrobras em 2014, mas de qualquer forma acredita que a empresa irá declarar dividendos aos detentores de papéis preferenciais, mesmo com pagamento atrasado, considerando as reservas de lucros da companhia.
A piora das ações da Petrobras somou-se a perdas no setor financeiro, com investidores realizando ganhos e reavaliando o nível de preço de determinados papéis diante do cenário econômico, conforme se aproxima nova safra local de balanços.
Itaú Unibanco e Bradesco, que detêm quase 20 por cento do Ibovespa, caíram 1,67 e 0,68 por cento, enquanto Cielo perdeu 1,08 por cento.
Kroton esteve entre os destaques positivos, com alta de 3 por cento, em meio a uma notícia publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, segundo a qual, a empresa de ensino deve firmar até o fim do ano uma joint venture com uma instituição financeira para oferecer linha de crédito de longo prazo para seus alunos.
O enfraquecimento na segunda etapa do dia fez as operações locais descolarem de Wall Street, onde balanços e o corte na taxa de depósito compulsório dos bancos pela China sustentaram forte alta dos principiais índices. O S&P 500 fechou em alta de 0,92 por cento.
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