Soja fecha em baixa na CBOT e nos portos brasileiros; vendas estão mais lentas no BR

Publicado em 07/04/2015 17:04

Na sessão desta terça-feira (7), o mercado internacional da soja fechou em baixa na Bolsa de Chicago, com as posições mais negociadas perdendo entre 6 e 7,50 pontos. O contrato maio/15, referência para a safra brasileira, terminou o dia com US$ 9,71 por bushel, e o agosto/15 encerrou os negócios valendo US$ 9,75. 

Com baixas em Chicago e mais um dia de pouca movimentação do do dólar frente ao real, as cotações da soja nos portos brasileiros também recuaram. Em Paranaguá, o preço foi para R$ 68,00 com entrega abril/15, registrando uma baixa de 1,45%. Em Rio Grande, queda de 0,56% para o produto para maio/15 e R$ 71,40 por saca, e baixa de 0,29% para R$ 69,00 na soja disponível. 

Dólar - Nesta terça-feira (7), o dólar fechou o dia com leve alta sobre real, de 0,38% a R$ 3,1341 e interrompeu uma série de cinco sessões consecutivas de baixas. Nesse período, a queda acumulada passou de 3,5%. "Teve diminuição das pressões lá fora e aqui, mas o cenário ainda é volátil", disse o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria à agência Reuters. 

Bolsa de Chicago e Prêmios

Segundo explicaram analistas, o mercado em Chicago seguiu com seu movimento de realização de lucros, principalmente com os investidores à espera do novo boletim mensal de oferta e demda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga no próximo dia 9 de abril. 

"Na Bolsa de Chicago, os últimos dias têm sido de estabilidade, considerando apenas que haverá uma redução de estoques nos EUA", explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora. Segundo expectativas, o USDA deve trazer estoques próximos a 10,1 milhões de toneladas nesse reporte, contra as 10,48 milhões de toneladas estimadas no boletim de março. Para os estoques finais mundiais de soja o volume esperado se mantém na casa das 89,5 milhões de toneladas. 

"Além disso, houve um aumento na procura pelo produto brasileiro. Portanto, tivemos uma alta recente para os prêmios para a soja brasileira em Paranaguá em torno de 7 a 9 centavos, então, a demanda por tudo brasileiro é evidente e característica a cada dia", constata Mariano, mostrando que esse foi mais um fator de pressão sobre as cotações na CBOT. 

Com o produto brasileiro mais barato - principalmente em função de uma recente valorização do dólar frente ao real e com a chegada da oferta de soja a medida em que a colheita avançava por todo o país - os compradores se voltaram não só para o Brasil, mas para a América do Sul de uma forma geral. 

Os bons patamares de preços que foram registrados pela soja nas últimas semanas - com as cotações superando os R$ 74,00 no terminal de Rio Grande, por exemplo - incentivaram um significativo avanço da comercialização no Brasil, a qual já passa se aproxima de 55%, segundo sinalizam analistas. Entretanto, o quadro, nesse momento, já apresenta algumas alterações. 

Demanda

A demanda pela soja brasileira segue muito aquecida, há muitos compradores no mercado e uma enorme quantidade de navios ao largo dos portos brasileiros para embarcarem soja não só para a China, mas também para outros destinos. Por outro lado, os produtores agora se retiram da ponta vendedora do mercado, aguardando melhores oportunidades de comercialização. A expectativa para esta safra é de que o Brasil exporte cerca de 48 milhões de toneladas de soja. 

Reflexo disso são os prêmios nos portos brasileiros que se mantêm positivos, dando alguma sustentação às cotações e iniciando a semana em alta em relação aos valores praticados na semana passada. No porto de Paranaguá, os prêmios variam de 42 e 44 centavos de dólar sobre os valores praticados em Chicago para principais vencimentos de entrega; no terminal de Rio Grande, esses valores passavam de 60 cents para as principais posições. 

E ainda sobre uma demanda aquecida mundialmente, inclusive pela soja norte-americana para o produto que ainda há disponível, há prêmios no Golfo do México, principal canal de escoamento da oleaginosa exportada dos EUA, que variam de 65 a 70 cents de dólar sobre os preços registrados em Chicago. 

Em um levantamento divulgado no site SIM Consult, do consultor de mercado Liones Severo, é póssível constatar um aumento de 185% nas importações chinesas de soja nos últimos 10 anos. Caso o ritmo das compras da nação asiática continuem nessa curva crescente, os volumes adquiridos na safra 2024/25 poderiam bater na casa das 137 milhões de toneladas. 

Entretanto, como afirma a consultoria, os fatores são concorrentes e limitantes, e assim, muito provavelmente esse mesmo desempenho pode não se confirmar, porém,  traz, pelo menos, a compreensão dos últimos três anos de escassez no suprimento de soja nos paises produtivos.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário