Grãos: Para a soja, negócios focados no dólar e prêmios; no milho, firmeza no mercado interno
No mercado da soja, o anúncio do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), mostrando uma redução dos estoques norte americanos e o dólar continuando desvalorizado frente ao real mostra melhores possibilidades para o Brasil em escoar sua produção.
Segundo Mario Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora considerando o grande volume de produto, especialmente da safra da América do Sul, a tendência é de estabilidade no mercado ou pressão para baixo dependendo das condições climáticas.
"A América do Sul deverá produzir 6,9% a mais de soja do que no ano passado, totalizando 675,8 milhões de toneladas, o destaque é para a produção do Brasil com 9,5%. Esse fato em si faz com que o mercado internacional sofra um impacto maior, porque a oferta é mais abundante", explica Mariano.
Com esse movimento os prêmios tem subido nos últimos dias "a nível de US$ 0,47 a US$ 0,50 acima da bolsa de Chicago", contra R$0,40 centavos da semana passada.
Contudo, Mariano afirma que em relação ao mesmo período do ano passado, os preços tiveram uma redução de 40% nas principais praças do Mato Grosso, e essa queda só não foi sentida com maior impacto por conta da variação câmbio que acontece desde o inicio deste ano.
Porém, a desvalorização do dólar frente ao real gera também um cenário negativo, onde o poder de compra dolarizado do produtor fica menor.
"Para a próxima safra 2015/16 o produtor já tem em dólares um aumento 20% a 22% de seus insumos, por isso as vendas antecipadas estão em torno de 50% a 55% a nível de Brasil, o que mostra que as vendas estão mais lentas que os anos anteriores, porque o poder de negociação do produtor dolarizado está menor", explica Mariano.
Nesse cenário, as comercializações devem acontecer de forma lenta de acordo com a necessidade de cada produtor na compra de seus insumos.
Milho
Mesmo que a área estimada para o cultivo de milho nos Estados Unidos - divulgado pelo USDA - se concretize, os preços devem continuar favoráveis em torno dos U$ 3,80/bushel, haja vista a maior demanda local destinada a produção de etanol.
No mercado interno, os preços também seguem firmes por conta da oferta restrita, já que o atraso no plantio do milho pode significar um risco maior de complicações climáticas causando perda de produtividades.
Sendo assim. "os produtores não farão vendas antecipadas, porque temem que seu rendimento não seja o mesmo de anos anteriores, portanto essa restrição de ofertas poderá fazer com que o mercado de milho se mantenha em alta", declara Mariano.
Para ele, a condição cambial será favorável a vencimentos mais longos, especialmente de setembro em diante, na formação de preços para exportação.
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