Soja opera de lado em Chicago nesta 3ª à espera de novos números do USDA no final da semana
Nesta terça-feira (7), os futuros da soja operavam com leve queda na Bolsa de Chicago e os futuros da oleaginosa, por volta das 7h30 (horário de Brasília), perdiam pouco mais de 3 pontos. O contrato maio/15, referência para a safra brasileira, era cotado a US$ 9,75 por bushel.
O mercado internacional da soja tem mais uma semana de pouca movimentação nesses primeiros dias haja vistas que, no próximo dia 9 de abril, quinta-feira, será reportado o novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Assim, os investidores buscam um bom posicionamento frente à espera por esses dados.
No Brasil, as cotações têm sido direcionadas, principalmente pela variação do dólar e pelos prêmios. De um lado, a moeda norte-americana tem se desvalorizado frente ao real, pressionando os preços, e de outro, há os prêmios positivos e subindo nos portos, dando alguma sustentação aos valores, indicando uma demanda ainda aquecida pelo produto brasileiro.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja: Mercado tem demanda aquecida, vendedores retraídos e prêmios em alta nos portos
A semana no mercado da soja começa com destaques para os prêmios pagos pela oleaginosa tanto nos portos brasileiros, quanto no Golfo do México, principal canal de escoamento do produto norte-americano. No porto de Paranaguá, os prêmios para as principais posições registraram, nesta segunda-feira (6), altas de mais de 10% nos principais meses de entrega.
Para maio, ganho de 13,16%, passando de 38 para 43 cents de dólar sobre o valor praticado em Chicago e, para julho, a alta foi de 16,67% passando de 36 para 42 centavos. Em Rio Grande, todas as posições têm prêmios de mais de 65 centavos e, no Golfo do México os valores têm variado de 64 a 70 centavos de dólar sobre as cotações da CBOT.
"A opção por soja brasileira apresenta várias razões. Uma das maiores é a qualidade de nosso produto, superior ao americano. Fazem blend de soja americana com a brasileira para produzir farelo de alta proteína. Outra razão é o frete oceânico mais barato do Brasil para a China, mas não para outros destinos que continuarão sendo supridos pelos americanos", explica o consultor de mercado Liones Severo, do SIM Consult. "A demanda é responsavel pela sustentação dos prêmios em todo o mundo", completa.
E é esse quadro, com prêmios em ascenção, que tem compensado as baixas registradas pelo dólar frente ao real na formação dos preços no Brasil, uma vez que o mercado da soja na Bolsa de Chicago ainda se mostra estável, buscando uma direção melhor definida para as cotações e com os investidores aguardando por novos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga neste dia 9 de abril.
No entanto, baixas nos portos vêm sendo registradas nos últimos dias, porém, de forma não tão severa, segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, justamente por conta desses prêmios ainda fortes. Nesta segunda-feira, a cotação da soja para maio/15 caiu 1,38% em Rio Grande de R$ 72,40 para R$ 71,20 por saca e, em Paranaguá, queda de 2,32% para R$ 67,20, contra R$ 69,00 da última quinta-feira (2).
Assim, o resultado tem sido negócios mais pontuais neste início de semana no Brasil, ainda de acordo com Brandalizze. "Há muitos compradores, mas os vendedores estão fora do mercado. Com esse dólar mais baixo, a compensação está sendo esperada através dos prêmios, que já começaram a subir", diz.
Recuo do Dólar - Nesta segunda-feira, o dólar fechou com baixa de 0,22% a R$ 3,1223, batendo em R$ 3,0829 na mínima da sessão. Na última semana, a moeda norte-americana fechou com uma baixa acumulada de 3,43%.
Para Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, esse recuo reflete um comportamento natural do mercado depois das últimas altas registradas pela divisa.
"O câmbio está surpreendendo nos últimos dias, mas isso é reflexo das diversas crises pelas quais passa o Brasil: social, econômica e moral. Um acerto político entre o governo e o Congresso é rápido e pode resultar em aprovação de medidas de ajuste fiscal e isso tem implicação sobre o câmbio e temos visto agora algumas melhores conversas entre os dois e isso ajuda a melhorar o clima para o câmbio", explica.
Bolsa de Chicago - Na sessão desta segunda-feira (6), os futuros da soja fecharam o dia com baixas de pouco mais de 7 pontos nos principais vencimentos. Durante todo o pregão, a oleaginosa operou em campo negativo e assim, o contrato maio/15 encerrou o dia cotado a US$ 9,78 e o agosto/15 com US$ 9,83 por bushel.
Depois da chegada dos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre a nova temporada e a área de plantio para a soja no ano 2015/16, o mercado acumulou ganhos significativos e agora, segundo analistas e consultores, os investidores buscam um bom posicionamento antes do começo efetivo dos trabalhos de campo da nova safra e do impacto das condições climáticas sobre o andamento dos preços.
Além disso, ainda nessa semana o USDA traz seu novo boletim mensal de oferta e demanda e os traders também buscam se posicionar antes da divulgação dessas informações. O novo relatório será divulgado em 9 de abril e a expectativa é de que sejam revisados, principalmente, os números das exportações norte-americanas, atualmente projetados em 48,72 milhões de toneladas.
Ainda nesta segunda, o USDA atualizou seus números dos embarques semanais de grãos e os números da soja vieram dentro das expectativas, o que acaba motivando o mercado a manter essas oscilações um pouco mais limitadas.
Na semana que terminou em 2 de abril, os EUA embarcaram 564,823 mil toneladas de soja, contra 657,553 mil da semana anterior. Os traders apostavam em algo entre 490 mil e 630 mil toneladas. O acumulado ano chega, assim, a 44.886,823 milhões de toneladas, frente à projeção do USDA das vendas totais de 48,72 milhões de toneladas para todo o ano comercial, que termina somente em 31 de agosto. No mesmo período da safra 2013/14, os embarques já somavam 40.679,979 milhões de toneladas.
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