Lula convoca o PT a aderir a manifestações que terão o próprio governo Dilma como alvo (por REINALDO AZEVEDO)
Lula convoca o PT a aderir a manifestações que terão o próprio governo Dilma como alvo; é a sua luta para se manter vivo até 2018
Atenção, meus caros, para o que vai aqui. É assunto importante, creio. Luiz Inácio Lula da Silva deu a ordem: o PT tem de aderir a manifestações marcadas para esta terça pela CUT, MST e ditos “movimentos sociais”. Eles pretendem ir às ruas, num dia útil (claro!), para protestar contra o PL 4.330, que regulamenta as terceirizações. E, como sempre, também vociferarão “em defesa da democracia e da Petrobras”.
Lula, o “cadáver adiado que procria”, está, como se sabe, bravinho com Dilma Rousseff. Acha que o governo dela vai inviabilizar a candidatura dele à Presidência da República em 2018. Oficialmente, o Babalorixá de Banânia quer a diminuição das tensões. De fato, ele pouco se importa se o país caminha para o caos — o que, por força só das circunstâncias, não vai acontecer, a menos que os companheiros do companheiro se encarreguem disso.
Você quer Dilma fora da Presidência? Entendo seus motivos. São os meus. Como se sabe, não peguei carona nessa história. Fui o primeiro na Internet ou na grande imprensa a apontar que existem motivos para tanto. Há um vídeo a respeito, gravado em outubro do ano passado, antes do segundo turno da eleição presidencial (aqui). Há artigos na Folha. Há dezenas de posts neste blog. Ainda sou a fonte mais segura do que penso…
Muito bem. O impeachment, no entanto, pode não acontecer por um conjunto de motivos. Aliás, o mais provável, e sempre escrevi isto aqui, é que não ocorra. Da Procuradoria-Geral da República, podem esquecer, a iniciativa não vai partir.Rodrigo Janot já deixou claro que não aceita nem mesmo a jurisprudência do Supremo, segundo a qual a presidente pode, sim, ser investigada por atos ditos “anteriores a seu mandato” — não pode é ser processada.QUESTÃO ÓBVIA: SE INVESTIGADA, PODER-SE-IA SABER SE HÁ OU NÃO ALGO QUE DIGA, ENTÃO, RESPEITO AO MANDATO EM CURSO. Mas Janot não quer. E Teori Zavascki concorda com ele. Há a possibilidade de a questão ser examinada pelo pleno do Supremo. Caso o tribunal decida, como seria o óbvio, que a presidente pode, sim, ser alvo de investigação num inquérito, ainda seria preciso que Janot reconhecesse a existência dos motivos — ele ou quem vier a substituí-lo caso não seja reconduzido.
O segundo caminho é oferecer uma denúncia por crime de responsabilidade à Câmara, com base na Lei 1.079, o que não depende da Procuradoria-Geral da República. Qualquer um de nós pode tomar essa iniciativa. Hoje, a denúncia seria liquidada logo na primeira etapa, por um ato da mesa. Alegação: falta de provas. Caso a questão chegasse ao plenário, não haveria os três quintos necessários para admiti-la. HÁ UM TERCEIRO CAMINHO, SOBRE O QUAL A IMPRENSA E OS JURISTAS AINDA NÃO SE DEBRUÇARAM. VOLTAREI AO ASSUNTO AQUI. ESTOU NA FASE DA LEITURA DOS TERMOS. Adiante.
Há alguns sinais, atenção!, NÃO DE RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA (continuará a encolher), MAS DE CONTENÇÃO DA SANGRIA. O dólar recua; o mercado tende a uma estabilização com o fortalecimento de Joaquim Levy, e a Petrobras deve iniciar uma lenta recuperação tão logo consiga divulgar o seu balanço. O governo Dilma não sairá das cordas, mas é possível que pare de dobrar os joelhos. Os que eventualmente torcem para que ela saia logo de cena podem não gostar disso, é certo. Mas acreditem: Lula gosta menos ainda. Ele não quer que a temperatura política baixe de jeito nenhum! E é fácil entender os motivos quando se insere na equação política a varável econômica.
Um ciclo se esgotou na economia brasileira. É coisa do passado. Não volta mais. Os Renatos Janines da vida acham que havia gente descontente porque pobre estava consumindo. Não! Havia gente advertindo que, num prazo não muito longo, eles parariam de consumir naquela velocidade porque não havia resposta para as fragilidades da economia e porque o governo sacava a descoberto. A retomada do crescimento em padrões que possam ser percebidos pelos beneficiários temporários da farra petista está distante. E isso está corroendo, e vai continuar a corroer, a reputação do PT.
É por isso que Lula resolveu botar na rua o que lhe resta de tropa. É por isso que ele e seus sequazes voltaram a falar em nome de uma tal solidariedade das esquerdas. É por isso que decide, na prática, liderar uma manifestação que, em parte, é contra a gestão de sua aliada — uma vez que o PL 4.330 interessa ao próprio governo numa fase de declínio do emprego.
Lula tem hoje dois interesses: manter mobilizada a sua tropa e restabelecer o mesmo padrão de trocas no Congresso que vigorou nos seus dois mandatos. Por ele, Dilma entrega metade do governo ao PMDB de porteira fechada. Quer é manter a aliança a todo custo. O chefão petista só se esquece de que a fonte secou, de que não há mais benesses a sair da cornucópia; de que o país vive apenas a primeira fase do ajuste — tudo aquilo que mina a reputação do seu partido e inviabiliza a sua própria candidatura em 2018.
Este senhor, em suma, hoje se movimenta para que o seu PT continue a vampirizar o Brasil, nem que seja sob o manto de uma tal Frente Ampla. Por isso ele convocou o PT, a CUT, os ditos movimentos sociais e seus satélites de esquerda a ir às ruas nesta terça. É claro que Dilma está furiosa com ele. Sabe que, na prática, querendo ou não, o homem está mesmo é colaborando para lotar as ruas no dia 12 de abril.
Por Reinaldo Azevedo
Marco Aurélio “Top Top” Garcia, assessor especial de Dilma, diz não entender como o escândalo da Petrobras pode ser jogado no colo do PT. Ah, sim: ele defende que o PT vá para a clandestinidade!
O petista Marco Aurélio “Top Top” Garcia, assessor especial da presidente Dilma, só não é o mesmo porque faz a trajetória contrária à dos bons vinhos, não é? O tempo passa, e ele azeda. Este senhor deveria ter se retirado da vida pública em 2007. Para sempre. Para nunca mais. Digo adiante por quê — caso alguém tenha esquecido. O homem concede uma entrevista à Folha desta segunda. O jornal deu destaque a uma opinião sua: segundo ele, João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, deveria deixar o cargo. Isso é lá com eles. Eu, por exemplo, acho que Vaccari está no lugar certo, se é que é vocês me entendem…
O meu destaque é outro. Para espanto da lógica e do bom senso, o figurão petista lasca esta pérola na cara dos brasileiros: “Não consigo entender como deixamos que se jogue em cima de nós o episódio da Petrobras. Outros episódios tão graves [quanto este] não têm a mesma incidência ou não recaem sobre aquelas pessoas que têm a autoria. O que é toda a questão do Metrô de São Paulo?”.
Marco Aurélio não é um gênio, é sabido — não escreveu até hoje um único texto de referência sobre qualquer assunto —, mas a sua afirmação não nasce da estupidez, e sim da cara de pau. Então o PT está no comando da Petrobras pelo 13º ano; a estatal, no momento, beija a lona; depoimentos em penca apontam que a empresa se transformou num covil, e o homem diz não entender como é que a coisa caiu no colo do partido?! Deveria cair no colo de quem? No meu? No seu, leitor amigo? No colo do Zé Bedeu?
A comparação com o Metrô de São Paulo é de uma má-fé escandalosa. Que se prendam todos os gatunos, ora! Estejam eles onde estiverem, pouco importando a quem sirvam. Mas são esquemas parecidos? Cadê os dutos que ligam o escândalo a um partido? Onde estão os arrecadadores de dinheiro? Cadê a estrutura de uma organização criminosa continuada? Os desvios do Metrô de São Paulo são investigados em várias esferas: Ministério Público, Polícia Federal e Cade — nesse caso, com interferência política do governo federal. Qual é a suposição de Marco Aurélio? Que todos esses organismos estão a serviço do PSDB, inclusive o Cade, que se comporta como sucursal do PT?
Mas calma, gente! O homem tem uma saída. Segundo ele, a resposta é a proibição da doação de empresas a campanhas. Marco Aurélio é mais um que acredita que, quando todas as doações de empresas forem clandestinas, não apenas parte delas, como hoje, então o Brasil será um país decente. Seria de uma cristalina estupidez se não fosse, como é evidente, mais um truque dos companheiros.
Na entrevista, fica claro que ele é um dos defensores da tal “Frente Ampla”. Para quem não se lembra: os petistas querem uma reforma política que permita que “frentes” — não apenas partidos — disputem a eleição. É uma forma de o PT se mascarar e tentar se passar por outra coisa, agora que está sendo abandonado pelos eleitores. O partido descobriu que a marca está desgastada e pretende se tornar uma legenda clandestina, mas num período de normalidade democrática.
Para não esquecer
No dia 17 de julho de 2007, um Airbus A320-233, da TAM, ultrapassou o limite da pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e se chocou contra um depósito da própria empresa, matando as 187 pessoas que estavam no avião e mais 12 em solo. O país vivia, então, o chamado caos aéreo, e a pista de Congonhas estava passando por reparos. Especulava-se em que medida a tragédia se inseria no descontrole geral, de responsabilidade, sim, do Planalto.
No dia 19 de julho, o Jornal Nacional noticiou que o avião voava com um dos reversores desligado — o que nada teve a ver com o acidente, diga-se. Uma câmera flagrou Garcia no Palácio do Planalto, sorrindo, e fazendo o sinal de “f_ _ _u.” É aquele, sabem?, em que o sujeito fecha uma das mãos e bate contra a palma da outra. A seu lado, um assessor faz outro gesto, também bastante conhecido: com as duas mãos, puxa uma pessoa imaginária contra a pélvis. A alegria dos dois era incontida. Para eles, a reportagem demonstrava que o governo não tinha culpa nenhuma no acidente. Cento e noventa e nove pessoas haviam morrido tragicamente, e aquela era a preocupação principal de Garcia e do governo Lula.
Quase oito anos depois, este senhor segue dando palpites. Vai ver isso explica muita coisa.
Por Reinaldo Azevedo
Janine não sabe história. Janine não sabe fazer conta. Janine é professor de ética. Janine é ministro da Educação. Janine é petista. Ponto
O mais, digamos, encantador em Renato Janine Ribeiro, novo ministro da educação, é a pomposa solidez de suas tolices. O, a seu modo, famoso professor de “ética” da USP costuma fazer digressões muito eloquentes sobre o nada para chegar a lugar nenhum. Não foi diferente na entrevista que concedeu à Folha desta segunda. Ora, considerando o caos em que se transformaram o Fies e o Pronatec, certamente o jornal esperava, assim, alguma resposta substanciosa do novo titular da pasta; contava ter ao menos um título forte para a primeira página. Em vão. O máximo que se conseguiu foi isto: “Universidade federal deve atuar mais no ensino básico”. O que quer dizer de prático? Lhufas!
Aliás, chega a ser vergonhoso que um ministro conceda uma entrevista sem ter nada a dizer e ainda dê reiteradas e eloquentes provas de ignorância — ou de má-fé. E, para ser franco, quando se é ministro da Educação, a ignorância é uma forma de má-fé, e a má-fé, uma forma de ignorância.
A vigarice intelectual adora criar categorias conceituais novas como se isso mudasse a realidade. Janine, por exemplo, diz que a melhoria dos serviços públicos é a quarta agenda democrática. A terceira, afirma, é a inclusão social, que ainda não está concluída e que, segundo ele, encontraria resistência nas ruas. É mesmo? Qual resistência? Os que protestam contra o governo petista marcham contra a inclusão social ou contra os ladrões? Janine dá mostras de não gostar do que chama de “classe média” na rua. Diz ele: “Em vez de ver politicamente como uma reivindicação global para melhorar, veem como uma coisa imediatista, e atribuem tudo à corrupção. Não chega a ser uma agenda política, ainda”. É? Por que o ministro não vai ao Capão Redondo dar essa explicação? Por que os petistas devotam tanto ódio à luta contra a corrupção?
O repórter da Folha, coitado!, não consegue tirar do Rolando Lero da academia uma única resposta objetiva, nada! E olhem que não falta boa vontade na condução da entrevista. Se Janine tivesse o que dizer, poderia ter cortado todas as bolas na rede e correr para o abraço. Indagado sobre as seis mil creches prometidas no primeiro mandato e nunca construídas, deu esta resposta estupefaciente:
“O que aconteceu no caso das creches foi uma licitação em escala nacional, que acabou tornando difícil a entrega dos produtos. É uma das prioridades que a gente quer resolver o mais rápido possível”. Nos próximos quatro anos?, quis saber a Folha. E ele: “Acredito que sim. Nosso problema hoje é a situação orçamentária deste ano. Uma vez a economia recuperando o seu ritmo de expansão, o Estado continuará capaz de gerar recursos que permitam cumprir nos outros três anos”.
Santo Deus! Nunca houve licitação nenhuma em escala nacional. É besteira. Mais: quer dizer que as seis mil creches serão entregues quando a economia recuperar o seu ritmo de expansão? É mesmo? Qual ritmo? Qual é a velocidade necessária do crescimento para que a promessa se cumpra? Pergunta básica: como teremos uma recessão, neste 2015, da ordem de 1,7%, não se vai, então, fazer creche nenhuma?
Entre bobagens e irrelevâncias, o ministro disse só uma coisa sensata, mas como autodiagnóstico: “Na saúde, você sabe se está doente e precisa de ajuda; na educação, você não sabe se é ignorante e precisa de conhecimento”… É verdade. Alguém que não fosse supinamente ignorante em economia não teria dado aquela resposta sobre as creches. Mas Janine ignora que é um ignorante.
A Folha quis saber se o inchaço do Fies e do Pronatec era, na educação, o correlato do modelo petista de incentivo ao consumo. A ignorância falastrona de Janine produziu a seguinte pérola: “Não vejo um paralelo, porque justamente a crítica principal à inclusão social pelo consumo é que ela não seria sustentável por faltar a base da educação. Eu acho injusta, porque a expansão foi de bens de primeira necessidade, represado, não um consumo de produtos suntuários. Você não pode ter pessoas que não têm produtos da linha branca em casa”.
Em primeiro lugar, a crítica principal ao modelo petista ancorado no consumo era outra, sem prejuízo de apontar a educação precária: o país deixava de fazer reformas que tornassem sustentáveis aqueles ganhos. Os petistas e os acadêmicos perturbados como Janine é que inventaram que havia quem se opusesse a que pobres comprassem geladeira e fogão e frequentassem os aeroportos.
Num outro momento da entrevista, este senhor dispara a seguinte mentira: “A gente pode dizer que o governo Lula, num primeiro momento, constituiu o Bolsa Família, um programa premiado internacionalmente e que deu grandes resultados (…). Num segundo momento, houve a valorização real do salário mínimo, em que a pessoa recebe mais pelo trabalho dela”.
Dispenso-me de lembrar que o Bolsa Família foi criado por FHC. Lula apenas o expandiu. Afirmar que a valorização do salário mínimo começou com o governo petista é mais do que uma mentira: é uma farsa política a que se dedica este sedizente professor de ética. Mas eu refresco a memória dele: FHC assumiu o poder em janeiro de 1995 com o salário mínimo em R$ 70 (veja o site site do Dieese); quando saiu, estava em R$ 200 — aumento nominal de 185,71% para um IPCA acumulado de 100,67% — logo, o aumento real foi de 85,71%. Nos oito anos de Lula, foi um pouco maior: 98,32%; nos primeiros quatro anos de Dilma, de 15,44%.
Janine não sabe história.
Janine não sabe fazer conta.
Janine é professor de ética.
Janine é ministro da educação.
Janine é petista.
Por Reinaldo Azevedo
Coelhinho da Páscoa some e venda de ovos cai 5%
O volume de vendas a prazo na semana da Páscoa (entre 29 de março e 4 de abril) caiu 4,93% em relação ao mesmo período do ano passado (entre 13 e 19 de abril). Os dados são do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Este é o pior resultado já registrado pela série histórica das entidades, contabilizada desde 2010.
Para os líderes da CNDL, o desempenho confirmou o que o comércio já esperava, devido ao baixo crescimento da atividade econômica brasileira. “O resultado nunca foi tão baixo. Já projetávamos o pior crescimento dos últimos anos por conta da forte piora nos indicadores econômicos”, disse o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Para o líder do movimento varejista, a páscoa representa a primeira grande festa do ano para o comércio e pode funcionar como uma prévia não só para o Dia das Mães, como para o desempenho da atividade comercial ao longo de 2015. “Este resultado espelha os indicadores de confiança do consumidor refletido das notícias negativas da atualidade, como as que retratam as incertezas políticas e denúncias de corrupção. Isso refreia o consumo, abala a demanda do comércio e mostra que 2015 será um ano de desafios para o varejo”, avalia Pinheiro.
Os economistas do SPC Brasil atribuem o resultado ao menor crescimento da massa salarial, à alta dos juros e, principalmente, à inflação elevada. “A elevação recente da inflação corrói o poder de compra do consumidor. Hoje o brasileiro não consegue comprar as mesmas coisas, com o valor gasto no mês passado, por exemplo. Isso impacta nas vendas. Como reflexo, vimos este ano um movimento atípico do varejo: antecipar as promoções pós Páscoa para os dias que antecederam a data. Isso mostra que a demanda não correspondeu à expectativa”, explica a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Ponce Kawauti.
Que a situação econômica está ruim, até as pedras já sabem. Mas a coisa parece estar realmente pior do que o esperado pela grande maioria. É verdade que o preço dos ovos disparou, levando inclusive a todo tipo de brincadeira nas redes sociais, como esta, do site Sensacionalista:
Cuidado com a malha fina este ano. O governo decidiu em 2015 que os Ovos de Páscoa da Kopenhagen devem entrar na declaração do Imposto de Renda Anual. Segundo a Superintendência da Receita Federal, a medida foi adotada a fim de coibir lavagem de dinheiro e evasão fiscal, tal como são feitas com obras de arte e carros importados.
Marco Antônio, Desembargador que mora no Leblon, RJ, disse que foi pego de surpresa. ”Comprei 2 ovos para dar de amigo oculto e não sabia dessa nova regra”.
Já Luciene de Souza, dona de uma pizzaria no Centro, diz que aprova a medida. ”Vendi meu carro e estou pensando em dar um de presente pro meu filho que faz 18 anos agora, acho justo”, afirma a empresária.
A Receita estuda já em 2016 incluir ainda o Kinder Ovo e os novos iPhones da Apple.
Se tem uma coisa em que brasileiro é realmente campeão é na arte de rir para não chorar, de espremer o limão até sair uma limonada. Com a inflação rodando perto de 8% ao ano, o crédito sumindo da praça, as taxas de juros em alta, e o risco do desemprego batendo à porta, é o que resta mesmo: brincar com a situação para não surtar. E, claro, ir às ruas no próximo domingo gritar contra este governo corrupto e incompetente, que fez até o coelhinho da Páscoa tomar chá de sumiço…
Rodrigo Constantino
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