CARLOS BRICKMANN: Abusam da paciência do povo — até aumento de salário, em pleno petrolão, a Petrobras conseguiu dar a seus dire

Publicado em 06/04/2015 15:46

CARLOS BRICKMANN: Abusam da paciência do povo — até aumento de salário, em pleno petrolão, a Petrobras conseguiu dar a seus diretores. Tadinhos, só 123 mil reais por mês

​CIDADÃO, ESSE CARA É VOCÊ

Notas da coluna de Carlos Brickmann publicada domingo em vários jornais

Carlos BrickmannDizem que, quando Maria Antonieta, rainha da França, soube que o povo se revoltava pela falta de pão, perguntou: “E por que não comem brioches?”

Pouco tempo depois, perdeu o trono, a liberdade e a vida.

Os poderosos se isolam e não entendem por que, quando não há comida em casa, os pobres não almoçam num bom restaurante. Nas manifestações, ficou clara a rejeição a tudo isso que está aí. E como reagem nossos poderosos?

A Petrobras, em crise, propõe o aumento do salário de seus diretores em 13%, para algo como R$ 123 mil mensais. Pode ser pouco diante do que se paga em empresas do mesmo porte; mas, diante da situação, parece deboche. No ano passado, os salários da diretoria já haviam subido 18%, contra 6,4% de inflação.

O Supremo Tribunal Federal cancelou todas as sessões nesta semana. Com isso, o inquérito sobre Jader Barbalho, por peculato, acabou. Está prescrito.

A Câmara Federal nomeou quatro deputados para visitar o então ministro da Educação, Cid Gomes, no Hospital Sírio-Libanês.

Suas Excelências iriam conferir a avaliação médica do Dr. Roberto Kalil. Custo: R$ 6.500.

Não é muito? Talvez.

Mas qual a utilidade do passeio?

Provar que um dos melhores hospitais do país estava errado? Que é que o deputado André Fufuca entende disso? E quem é que disse que se pode visitar um paciente sem autorização dele e do médico?

Lula, que, solidário, manteve os condenados do Mensalão no PT, disse: “Hoje, se tem um brasileiro indignado sou eu, indignado com a corrupção.”

Pois é.

Ninguém me ama

Talvez nesse profundo desprezo pela opinião pública – que, diga-se, não é exclusivo da presidente – esteja a raiz da rápida queda da popularidade de Dilma. Datafolha e Ibope encontraram números parecidos: 12% aprovam seu Governo, 64% o reprovam.

É muita genta contra! E 74% não confiam na presidente.

O distrital ajudaria a resolver, mas…

Seja qual for a opinião do caro leitor sobre as manifestações, uma coisa é certa: ninguém gritou lemas em favor da reforma política ou do financiamento público de campanhas eleitorais.

O povo pode ser surpreendentemente sábio: a principal fonte de corrupção das campanhas não é o financiamento público ou privado (o primeiro-ministro alemão Helmut Kohl caiu quando descobriram que recebia, além do financiamento público de lei, farto financiamento privado em caixa 2). O problema é o custo das campanhas.

Num Estado como São Paulo, um candidato a deputado estadual sem núcleo fixo de eleitores vai gastar uns dois ou três milhões de dólares, percorrendo 645 municípios. Tem de buscar esses recursos em algum lugar; e quem o auxilia não o faz por puro espírito público.

A solução é criar algum tipo de voto distrital, em que as campanhas sejam feitas em regiões menores, onde o candidato já seja conhecido, a custo bem mais baixo. É difícil? É: os atuais parlamentares se elegeram pelo sistema atual. Por que irão mudá-lo, para correr o risco de enfrentar campanhas mais difíceis?

(no blog de Ricardo Setti, de veja.com)

Muito menos atuante

lula

Lula chamou, mas o Twitter não respondeu no dia 31

O texto vazado da Secom que citava “caos político” e “comunicação errática” do governo acertou em outro ponto: a militância petista “acomodada com o celular na mão”. Provas disso são os números de um levantamento inédito da Agência Zóio sobre a mobilização dos petistas no Twitter nas duas últimas vezes em que foram convocados: dias 13 e 31 de março.

No dia 13, convocados pela CUT, os tuiteiros favoráveis ao governo geraram 40 000 menções sobre as manifestações com a hashtag #Dia13DiaDeLuta.

Duas semanas depois, no dia 31, quando Lula e Rui Falcão conclamaram os petistas a mais dois protestos, houve apenas 23 000 menções na rede social, com as hashtags #DemocraciaSempreMais, #DitaduraNuncaMais, #OndaVermelha, #OrgulhoPetista e #MenosOdioMaisDemocracia.

Por Lauro Jardim

 

Cabeleireira demitida

Dilma: cabeleireira demitida

Dilma: cabeleireira demitida

O novo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), David Barione, fez onze demissões na agência, incluindo duas funcionárias que eram ligadas ao PT. Saíram Márcia Westphalen, uma das cabeleireiras de Dilma na campanha de 2010, e Edna Moura, secretária que é amiga de Alessando Teixeira, que presidiu o órgão.

Edna já está lotada na Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi), hoje presidida por Teixeira.

Mas Barione preservou pesos pesados empregados na Apex. Continuam lá Hipólito Gaspar, da Apex em Cuba, indicado por José Dirceu; Mônica Zerbinato, que foi secretária de Lula durante 13 anos, e Telma Feher, que foi assessora de José Dirceu.

Os três, no entanto, estão em processo de fritura.

Por Lauro Jardim

 

Na pindaíba

Itamaraty

Diplomatas sem auxílio moradia

Itamaraty não paga há três meses o auxílio moradia dos diplomatas com postos no exterior.

Por Lauro Jardim

 

Gestão do caixa

petrobras

Prioridades são empresas estrangeiras

Petrobras vem honrando os compromissos internacionais e atrasando as contas que tem com as empresas brasileiras.

Por Lauro Jardim

 

Água nos pés

dólar

Dólar alto atrai investidores estrangeiros 

Com o dólar nas alturas, os investidores estrangeiros “voltaram a botar os pés na água”, na definição de um banqueiro. Ou seja, aqueles que têm perspectiva de longo prazo voltaram a rondar as empresas brasileiras, que ficaram baratas.

Por Lauro Jardim

 

Schahin definha

Em dificuldades

Em dificuldades

Schahin Petróleo e Gás, que operava seis sondas para a Petrobras, mantém desde o fim de semana apenas uma delas em funcionamento.

Está dura a vida para o grupo. A própria Schahin, no mês passado, admitiu que seu rombo no caixa girava em torno de 1 bilhão de dólares.

Mesmo sem ter tido executivo preso na Lava-Jato, a empresa foi engolfada pela operação, pois seu nome apareceu várias vezes nas delações premiadas, além de ter entrado na lista do cartel de 23 empresas feito pela Petrobras.

Por Lauro Jardim

 

Teoria da conspiração

Empresas desconfiadas

Empresas desconfiadas

Uma teoria da conspiração ronda as empresas afetadas pela operação Zelotes, que apura um bilionário e antigo esquema de pagamento de propinas no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).

A PF teria colocado essa operação na rua intimidando o setor privado para dividir o noticiário da operação Lava-Jato. Por não ter presos, apenas ações de busca e apreensão, o delírio – sem nenhum fundamento – é ainda mais alimentado nas empresas.

Por Lauro Jardim

 

Pente fino no FI-FGTS

dinheiro

Auditoria nos investimentos do FI-FGTS

O FI-FGTS está contratando uma auditoria externa para passar um pente fino em todas as contas e investimentos do fundo – um total de 3 bilhões de reais.

Por Lauro Jardim

 

Energia importada

itaipu

Hidrelétricas brasileiras não são o suficiente

Agora, é oficial: o Brasil está reconhecendo a necessidade de importação de energia elétrica da Argentina e Uruguai.

O Ministério das Minas e Energia autorizou a Petrobras e Eletrobras importarem até 2 100 megawatts (MW) e 570 MW, da Argentina e Uruguai, respectivamente, até o último dia de 2015.

Como não existe almoço grátis, muito menos no setor de energia, o custo do megawatt-hora (MWh) no mercado spot é o triplo do MWh das hidrelétricas atualmente em operação no Brasil.

Por Lauro Jardim

 

Eurípedes Alcântara, diretor de redação de VEJA:

‘A verdade e a busca da verdade’

EURÍPEDES ALCÂNTARA (*)

Apesar das diferenças culturais e das vertentes históricas nem sempre coincidentes, os países da nossa América do Sul tendem a mover-se coordenadamente em política. O caudilhismo, a mímica do fascismo europeu, as turbulentas experiências democráticas do pós-guerra, os regimes militares durante a Guerra Fria e, agora, o populismo “dependendista”– em que, idealmente, o nascimento, vida e morte de empresas, e quem sabe, de pessoas — depende unicamente da vontade do Estado.

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Ponto de inflexão: o futuro da Oi

Desde que assumiu o comando da Oi (como CEO interino em outubro, e efetivado no cargo em janeiro), Bayard Gontijo não teve um dia de folga, pelo menos a julgar pelas transformações na empresa desde então.

Com uma dívida líquida de 48 bilhões de reais em setembro, a Oi trabalhava com a faca no pescoço e corria o sério risco de dar um default, juntando-se à lista de empresas forçadas a renegociar sua dívida na recessão deste ano.

A mudança no comando da empresa — com a saída abrupta de Zeinal Bava depois que a Portugal Telecom perdeu quase 1 bilhão de euros num investimento mal feito em Portugal — só parecia complicar as coisas.Bayard Gontijo

Mas a “herança maldita” caiu nas mãos de Gontijo que, com 13 anos de Oi, era então o diretor financeiro da empresa e parecia saber exatamente o que tinha que fazer. (Gontijo já havia visto de perto a agonia — e trabalhado na reestruturação financeira — de outra empresa de telecomunicações que flertou com o abismo e voltou para contar a estória: a Net.)

Um mês depois de assumir, demitiu 150 executivos, entre diretores, gerentes e consultores.

Em seguida, desenhou e aprovou junto aos acionistas um orçamento para 2015 que mais parece a “versão Oi” do ajuste fiscal de Joaquim Levy.

Cortou viagens, renegociou todos os contratos com fornecedores e botou o jurídico para rever todas as contingências judiciais, medidas que ajudam a melhorar o caixa da empresa. (Hoje, as luzes em todos os prédios da Oi se apagam automaticamente às 19 horas, uma iniciativa da área de operações, que, de quebra, ajuda a reduzir o gasto com horas extras.)

Gontijo simplificou as ofertas da Oi para que o cliente pudesse entender o que estava comprando, e não teve medo de aumentar preços.

Mas tudo isso seria cosmético se ele não lidasse com o câncer que ameaçava matar a empresa: sua dívida. Gontijo renegociou com os credores os limites de endividamento, vendeu torres de telefonia celular para levantar caixa, e, no lance mais importante, vendeu a Portugal Telecom — uma operação que vai colocar 18 bilhões de reais no caixa da Oi nos próximos meses.

Depois de cuidar da dívida, Gontijo ainda encaminhou uma proposta que acaba com o acordo de acionistas e dá direito de voto aos detentores de ações PN, fazendo com que a Oi passe a tratar todos os acionistas de forma igual – a mais importante ruptura com o passado da companhia.

Hoje, Gontijo está sentando numa cadeira muito mais confortável do que há seis meses, o que melhora seu poder de barganha no grande jogo da consolidação do setor – que, ele acredita, acontecerá este ano.

Na quinta-feira antes do feriado, Gontijo conversou com VEJA Mercados.

VÍDEO: Vejam a convocação de uma cidadã comum de Cachoeira do Sul (RS) para a manifestação do dia 12: “Não somos um povo omisso e covarde”, diz ela. “Não seremos uma Venezuela ou uma Cuba”

Ela se chama Vanessa Carvalho, é de Cachoeira do Sul (RS) e acha que só os brasileiros, se manifestando, podem alterar os atuais rumos do país. Por conta própria, faz um chamamento para que todos os cidadãos participem dos protestos do próximo domingo.

O texto que acompanha o vídeo por ela postado diz o seguinte:

“Não é o momento de recuarmos, é o momento de avançarmos contra o inimigo número um do Brasil, o PT e toda sua quadrilha!!!

“Vamos pras ruas, pessoal, não temos mais a quem recorrer, pois o Estado está completamente aparelhado, o Brasil só conta agora com a garra e a fibra de seu povo!!!

“Dia 12/04 EU VOU !!! E você?”

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Fonte:
Blogs de veja.com

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