Milho: Mercado no Brasil fecha semana com R$ 29,50 em Paranaguá e foco no dólar e exportações
Na sessão desta quinta-feira (2), os futuros da soja fecharam a semana com ligeiras altas nos principais vencimentos negociados na Bolsa de Chicago. Apesar disso, no balanço semanal, o contrato maio/15 terminou com queda de 1,31% em US$ 3,86 por bushel, enquanto o setembro/15 teve resultado positivo e terminou os negócios subindo 1,01% com US$ 4,01.
A semana foi de intensa volatilidade para as cotações do cereal na CBOT e marcada pela chegada de novos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seus boletins de projeção para o plantio da safra 2015/16 e estoques trimestrais do país em 1º de março.
Ambos os dados vieram acima das expectativas médias do mercado e pressionaram severamente as cotações no quadro internacional na última terça-feira (31). Porém, nas duas últimas sessões, os preços tentaram consolidar uma recuperação considerando, principalmente, a sensibilidade do mercado ao cenário climático que vem a seguir e que pesar diretamente sobre os negócios.
O plantio do milho já começou em algumas áreas dos EUA e enfrentam certas adversidades de clima, porém, dada a frota de máquinas agrícolas dos produtores norte-americanos, qualquer atraso tido agora, principalmente em regiões de menor importância para o todo da safra, pode ser rapidamente recuperado.
"Os futuros do milho continuaram, nesta quinta-feira, sua recuperação pós-relatórios dos USDA, ajudando as cotações a voltarem à média móvel dos últimos 50 dias. Notícias sobre o clima nos EUA e a demanda mantiveram os preços oscilando dos dois lados da tabela", explicou Bob Burgdorfer, analista de mercado do site norte-americano Farm Futures.
As vendas semanais de milho, assim como aconteceu com a soja, ficaram abaixo das expectativas do mercado - de 550 mil toneladas - e somaram 406,6 mil toneladas da safra 2014/15, de acordo com números reportados pelo USDA. Da nova temporada, foram vendidas 25,2 mil toneladas. O total entre as duas safras foi de 431,8 mil toneladas, número que ficou abaixo do registrado na semana anterior, de 463,9 mil toneladas. No acumulado do ano, as vendas já somam 37.388,6 milhões de toneladas, enquanto o USDA estima as exportações totais em 45,72 milhões.
"Os embarques de milho ainda estão um pouco lentos de certa forma, porém, apresentam números mais altos, no acumulado do ano, do que costumamos ver nos primeiros sete meses da temporada", diz Burgdorfer.
Notícias melhores para o mercado do milho vieram da indústria do etanol. As margens melhoraram esta semana diante de preços mais elevados do combustível, apesar da crise persistente no mercado do petróleo bruto. Os dados desta semana mostraram que os estoques caíram para níveis mínimos de 10 semanas.
Mercado Interno
No mercado brasileiro, os negócios continuaram focados, durante esta semana, no andamento do dólar e nas exportações brasileiras. Dessa forma, os negócios reduziram um pouco seu ritmo - dada a baixa da moeda americana - e registraram uma semana conturbada.
Em março, o Brasil exportou 280 mil toneladas de milho, apresentando uma baixa de mais de 40% frente as 774 mil de fevereiro. Entre março deste ano e o mesmo mês em 2014, a baixa foi de 7,3%.
Assim, a cotação do cereal no porto de Paranaguá fechou a semana com baixa de 1,67%, caindo de R$ 30,00, no início da semana, para R$ 29,50 por saca. Nos melhores momentos dos negócios, as cotações chegaram a superar os R$ 30,50 nos terminais de exportação. Em Santos, o último preço da semana foi de R$ 30,50/saca. No interior do Brasil, quase todas as principais praças apresentaram estabilidade.
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