INTL FCStone lança relatório de perspectivas para commodities agrícolas
A consultoria INTL FCStone reuniu análises de mercado em novo relatório de perspectivas para commodities agrícolas, além de câmbio e fertilizantes, para destacar alguns pontos chaves no acompanhamento e evolução dos produtos agrícolas ao longo dos próximos meses.
Açúcar – Depois das chuvas intensas em fevereiro e março terem melhorado a perspectiva de produtividade agrícola no Centro-Sul do Brasil e derrubado as cotações internacionais do açúcar, o ritmo de moagem na região e a destinação que as usinas darão para a matéria-prima devem ser os fatores decisivos para o mercado ao longo dos próximos meses.
Algodão – O “Mercado climático” pode trazer um pouco mais de volatilidade aos preços da fibra em NY. Nos próximos meses os focos ficarão voltados consecutivamente para a área de plantio, o desenvolvimento das lavouras e a produtividade, nos países produtores do hemisfério norte. Espera-se uma redução na área de plantio na maioria destes países produtores, e consequentemente uma queda na produção. Entretanto, qual o real impacto desta redução? Começamos nossa análise pelo quadro de oferta e demanda dos EUA.
Cacau – A redução da demanda europeia pela amêndoa por causa da desaceleração econômica e desvalorização do euro deve continuar pressionando os preços do cacau no segundo trimestre de 2015. Esse movimento também tende a afetar os ratios dos preços dos produtos secundários com os do cacau, onerando o ratio da manteiga e favorecendo o do pó.
Câmbio – Dada a importância do ajuste fiscal para a economia brasileira, o principal determinante das cotações do dólar no trimestre que se inicia deverá ser a tramitação no Congresso das medidas propostas pelo Executivo visando o aumento do resultado primário do governo. A elevada taxa SELIC para o combate à inflação é o principal fator baixista no mercado, dado que a possibilidade de alta dos juros nos EUA já parece ter sido em grande parte precificada.
Complexo de Soja – O andamento da safra 2015/16 dos Estados Unidos deve ditar os preços da soja no próximo trimestre. Com a incerteza climática no país, é possível que a oscilação dos preços seja mais forte do que no início deste ano, mas ainda limitada pelos estoques extremamente confortáveis, que são resultado da ampla oferta da temporada anterior. O farelo de soja deve seguir a tendência da soja, mas fatores políticos na Argentina podem mudar o cenário e trazer maior suporte ao mercado. Já o óleo de soja continua com fundamentos baixistas, especialmente após a queda dos preços do petróleo, que trouxe maior desestímulo aos programas de biocombustíveis adotados ao redor do mundo.
Etanol – As mudanças tributárias a favor do etanol hidratado melhoraram a paridade entre os carburantes do ciclo Otto no país e ampliaram o volume de vendas do biocombustível no primeiro bimestre. O efeito dessas medidas sobre a demanda deve ser potencializado com o início da safra, quando os preços retratam o aumento da oferta de álcool no mercado.
Fertilizantes – Relações de preços desfavoráveis entre insumos e as principais culturas agrícolas devem resultar em redução de área plantada e tecnologia para a próxima safra. Junto à condição de ampla oferta de fertilizantes e janela de aplicações encurtada pelo clima frio, a demanda se manterá pressionada durante o segundo trimestre de 2015.
Milho – Nos próximos meses, as atenções devem estar voltadas para a safra 2015/16 dos EUA e para a “safrinha” no Brasil. As expectativas são de uma produção ainda muito grande, mesmo com a queda esperada de área nos EUA, o que pode limitar uma reação mais consistente dos preços. Os estoques, tanto nos EUA quanto no Brasil, devem continuar em níveis bastante confortáveis.
Soja – O andamento da safra 2015/16 dos Estados Unidos deve ditar os preços da soja no próximo trimestre. Com a incerteza climática no país, é possível que a oscilação dos preços seja mais forte do que no início deste ano, mas ainda limitada pelos estoques extremamente confortáveis, que são resultado da ampla oferta da temporada anterior. O farelo de soja deve seguir a tendência da soja, mas fatores políticos na Argentina podem mudar o cenário e trazer maior suporte ao mercado. Já o óleo de soja continua com fundamentos baixistas, especialmente após a queda dos preços do petróleo, que trouxe maior desestímulo aos programas de biocombustíveis adotados ao redor do mundo.
Trigo – A manutenção da paridade vantajosa entre o trigo e o milho e a expectativa de alta dos preços do trigo no segundo trimestre do ano estão entre os fatores que devem garantir a manutenção da área plantada na safra 2015/16. No Rio Grande do Sul, contudo, é esperada alguma redução de área, puxada fundamentalmente pela forte quebra na produção do estado no ano passado.
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