CRISE ECONOMICA NO BRASIL: Só nos resta aceitar o ajuste (arrocho) de Levy. Senão...
IGOR GIELOW
Desalento
BRASÍLIA - A divulgação dos números do PIB mostram um quadro que seria desalentador por si só, mas que ganha aspecto de tragédia para um governo de continuidade que não conseguiu começar, passados cinco meses de sua reeleição.
O cenário é desesperador porque todas as fichas estão colocadas no ajuste fiscal de Joaquim Levy, última linha de defesa para tentar atravessar o desastre previsto para 2015 e, cada dia mais, também 2016.
Só que não estamos em 2003, quando uma grande dificuldade econômica, de resto menor em variáveis do que a atual, encontrava um governo forte e respaldado para tocar a correção de rumo.
Dilma está naquela situação do time que precisa de uma combinação de resultados, e não apenas de seus próprios gols, para evitar o rebaixamento no campeonato.
O Planalto precisa do PMDB parlamentar se quiser evitar a aprovação de mais dificuldades econômicas pelo Congresso. Depende do "aliado" (aspas compulsórias) para, na mão contrária, aprovar medidas impopulares --algo cada vez mais ilusório. Necessita também encontrar um discurso para ruas cada vez mais inquietas, outra improbabilidade.
O que o governo faz? Compra brigas. Ora incentiva o partido do Kassab, irritando o PMDB, ora vê o PT derrubar ministro para tentar impor sua agenda belicista contra a "mídia golpista" (mais aspas exigidas), como se isso tivesse de fato algo a ver com as multidões do 15 de março.
Falando nelas, o garrote na vida real se apresenta. Os indicadores de renda e emprego se unem à inflação rediviva no rol de ruínas da gestão Dilma-1, corroendo, como de resto todas as pesquisas mostram, sua popularidade não só entre os ricos e brancos demonizados pelo PT.
A resultante é que não há solução política à vista, e a esgarçadura do tecido econômico jogou no colo do ajuste de Levy toda a responsabilidade por uma saída. A coisa está feia.
1 comentário
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Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Desde sempre, ao misturar política com economia, Gustavo Franco se perde em contradições. Gustavo Franco é um burocrata exemplar... Leiam esse trecho da entrevista: " Há uma certa mitologia de que certas conquistas econômicas e sociais brasileiras ocorreram por causa do PT e agora que ele está indo embora, ou quando for embora, é preciso pensar em preservar esse legado. Porém, o legado não é do PT, assim como o próprio anterior da estabilização, não era do PSDB. São do país. E elas são cumulativas, os governos vão fazendo coisas certas e erradas e as experiências vão se acumulando. Perdemos um tempo precioso, onde poderíamos ter feito muita coisa e gastamos o bônus demográfico, os termos de troca favoráveis. Gastamos em consumo, em inflação, não restabelecemos um modelo sustentável de crescimento, não elevamos o patamar de inovação. Foi um período de zero reforma e todos os estoques acumulados foram exauridos. Agora, é preciso começar de novo. A própria ilusão vendida com o pré-sal, como a redenção do Brasil, é o paraíso para o Governante preguiçoso, achar petróleo, como a gente vê na Venezuela. Por isso se diz que é uma maldição encontrar petróleo. Desde que o pré-sal apareceu houve uma embriaguez ilusória de prosperidade, que acabou destruindo a nossa energia de fazer reforma e melhorar o desempenho da economia. Durante esse tempo todo, se enfraqueceu a lógica da meritocracia e competição, da produtividade".
Ele é preciso no diagnóstico, embora muito mais coisas são possíveis de serem ditas. O problema começa quando começa a entrada no terreno político. A defesa do ajuste fiscal de Joaquim Levy, da maneira como vem sendo tentado, tem como efeitos justamente o que Gustavo Franco diz no trecho que vai acima. Como FHC, PSDB, PT, PP, etc... ele quer acima de tudo preservar o poder do estado sobre a economia. Gustavo Franco é um estatista ortodoxo que acredita que as condições ao funcionamento do setor privado não devem ultrapassar a possibilidade de pagar pela manutenção das políticas públicas implantadas pelo estado, numa clara posição de subordinação aos interesses políticos dos economicamente poderosos. O ajuste de Joaquim Levy penaliza o setor privado, o livre mercado, ao mesmo tempo que preserva o setor público que é a causa de quase todos os males do Brasil.Sr Rodrigo, parabéns pelo brilhante comentário realista e conclusivo. abraços
é o velho mau endêmico do Brasil, o estatismo, centralizador e com amplos poderes.
Na verdade quando dizem a "maldição do Petróleo sobre um país" é algo muito equivocado, o problema não é o petróleo em sí, o problema é o estado controlando o petróleo.
O petróleo só causa mazelas do gênero em países socialistas/comunistas, onde o povo é escravo do governo central, servindo unicamente como massa de manobra, burra e cega, sujeita ao ufanismo nacionalista do donos do poder com seus discursos "o petróleo é nosso".
E o povo idiota engole esse discurso bovinamente, mesmo sem nunca ter tido acesso a sua parte do "petróleo". O que é de todo mundo não é de ninguém, só vai server a criminosos inescrupulosos com vocação tirânica.
O mau é o estado, não o petróleo... Esse entregue ao setor privado (de verdade mesmo, não essa mentira das concessões estatais), ao livre mercado é somente mais um setor a impulsionar a economia, mais um engrenagem do sistema.