Pastagens são beneficiadas pelo clima de outono
As condições climáticas neste início de outono, com temperaturas amenas na parte da manhã, se elevando durante o período da tarde, favorecem o desenvolvimento das plantas forrageiras. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, há grande oferta de pastagens nativas e cultivadas para os animais. Da mesma forma, as culturas destinadas para silagem, especialmente milho e sorgo, apresentam bom desenvolvimento, indicando a produção de silagem de qualidade.
As espécies forrageiras dos campos nativos estão com grande acúmulo de massa verde, embora a qualidade comece a diminuir, pois nesta estação do ano ocorre o vazio forrageiro e muitas espécies forrageiras estão mais fibrosas, concluindo seu ciclo vegetativo. Alguns produtores realizam a prática de roçadas nas áreas de campo nativo para o controle de plantas invasoras, especialmente o capim anoni, que ocorre com maior frequência nas pastagens naturais do Bioma Pampa. As pastagens cultivadas de verão anuais, como os sorgos forrageiros milheto, capim sudão e tyfton, ainda apresentam boas condições de produção, embora estejam mais fibrosas e com menor capacidade nutricional, quando bem manejadas, ainda proporcionam suporte forrageiro aos rebanhos.
Em algumas regiões os produtores já iniciaram o preparo de solo para plantio das pastagens anuais de inverno, como aveia e azevém. As lavouras de milho e sorgo destinadas à produção de silagem estão no ponto de corte ou em plena fase de desenvolvimento, em várias regiões do Estado.
CULTURAS
O clima favorece os trabalhos da colheita na cultura do arroz, que atinge 45% do tal cultivado no Estado, restando cerca de 47% da área já pronta para ser colhida, uma vez que as lavouras já completaram sua maturação. As produtividades variam de 7,2 mil kg/ha e 8,0 mil kg/ha. A qualidade dos grãos também é considerada boa pelos produtores, que não encontram dificuldades ao comercializá-lo.
A colheita do feijão 1ª safra está finalizando na última região de produção comercial do Estado, os Campos de Cima da Serra. As lavouras apresentam bom rendimento e ótima qualidade de grãos. Já as lavouras do feijão safrinha se desenvolvem bem, com boa germinação e floração, iniciando a fase de enchimento de grãos em boa parte das regiões.
No milho, a colheita atinge 65% e as produtividades, que ultrapassam os 10 mil kg/ha, têm surpreendido os produtores, pois a média estadual, até aqui, é de 6 mil kg/ha. As lavouras mais tardias, cerca de 10% do total, também se encontram em boas condições, embora em algumas áreas das regiões Campanha e Sul seja notada uma diminuição nas expectativas dos rendimentos devido à falta de chuvas mais abundantes.
Intensa, a colheita da soja atinge 26% das lavouras semeadas, com rendimentos dentro das expectativas e variando conforme a incidência de chuvas em cada região. Nas localidades afetadas por falta de chuvas mais abundantes neste final de ciclo, os rendimentos variam entre 35 e 40 sacas/ha (2,1 a 2,4 mil kg/ha). Já em municípios onde as precipitações não comprometeram o desenvolvimento da cultura, os rendimentos alcançados têm ficado, em muitos casos, em torno de 60 sacas/ha (3,6 mil kg/ha). A média geral para o Estado segue ao redor dos 3 mil kg/ha.
FRUTICULTURA
No Litoral Norte, as lavouras de maracujá apresentam diversas fases de produção: em floração, frutificação e colheita. Começa a diminuir a produção das lavouras de “segunda safra” (podada), com queda de cerca de 50% na produtividade, devido ao excesso de chuvas em fevereiro, que prejudicou a polinização. Essa condição provoca um leve aumento de preço, favorecendo a comercialização para os produtores.
Na região Centro-Sul, a produção de melancia está toda colhida e a produtividade média da região ficou em cerca de 30 toneladas/hectare.
Na região dos vales do Caí e do Taquari, a colheita de figo da variedade Roxo de Valinhos se encerra em três semanas. Nos municípios de Brochier, Maratá, São Pedro da Serra e Poço das Antas, o figo é colhido verde, sendo comercializado para indústrias de compotas. Nessa região, as chuvas beneficiam a formação de novas flores e a maturação dos frutos nos ramos. A sanidade das plantas é boa, e nenhuma praga ou doença causa danos severos. O preço médio recebido pelos ficicultores para o figo maduro destinado à indústria está em R$ 1,35/kg. Para o figo maduro destinado ao consumo ao natural e vendido para intermediários, o produtor está recebendo em média R$ 3/kg. Quando é comercializado diretamente pelo produtor na Ceasa, o valor é de R$ 4,80/kg. Pelo figo verde os agricultores estão recebendo, em média, R$ 3/kg. Na região Sul, em Pelotas, os produtores estão em plena colheita e comercialização para as agroindústrias locais. Os preços estão variando entre R$ 1,50 e 2,50, de acordo com a qualidade ofertada.
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