Em mais um dia volátil, dólar reage a fluxos pontuais e cai 0,39% ante real
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar encerrou em queda nesta segunda-feira, ao fim de mais uma sessão de volatilidade, em um mercado sensível a fluxos pontuais após o Banco Central anunciar que não renovará seu programa de intervenções diárias.
A moeda norte-americana caiu 0,39 por cento, a 3,1909 reais na venda, após chegar a recuar 0,96 por cento na mínima e subir 0,66 por cento na máxima e trocar de sinal pelo menos nove vezes. Na sessão passada, a divisa havia avançado quase 2,5 por cento.
Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de 2 bilhões de dólares.
Diversos agentes financeiros consultados pela Reuters citaram operações cambiais relevantes para explicar o sobe e desce da divisa ao longo da manhã. Era unânime a opinião de que o impacto dessas transações foi exacerbado pela elevada volatilidade que vem permeando o mercado nas últimas sessões, reforçada pela decisão do BC.
"É possível que a volatilidade diminua em alguns dias, mas por enquanto, o mercado está muito sensível. Qualquer operação faz preço", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Investidores também monitoraram a firme alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos nesta sessão, que levou o dólar a subir contra boa parte das moedas emergentes. O movimento dos Treasuries veio após leilão de notas de sete anos do governo dos EUA apresentar demanda fraca.
"O mercado está muito volátil e os investidores não têm segurança para trabalhar no longo prazo. Então você acaba tendo isso, um mercado imprevisível", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Nesta manhã, o BC brasileiro deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps, com volume equivalente a 97,8 milhões de dólares. Foram vendidos 1.200 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 800 para 1º de março de 2016.
O BC também vendeu a oferta total de até 7,4 mil swaps cambiais na rolagem dos contratos que vencem em 1º de abril. Ao todo, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 6,389 bilhões de dólares, ou cerca de 68 por cento do lote total, correspondente a 9,964 bilhões de dólares.
(Por Bruno Federowski)
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