Cotações de suínos no RS continuam em queda e atuais patamares já empatam com o custo de produção
Publicado em 25/03/2015 13:25
Cotações de suínos no RS continuam em queda e atuais patamares já empatam com o custo de produção
No Rio Grande do Sul, as cotações de suínos continuam em queda, com o mercado pressionado pela forte oferta. Na região o preço médio do suíno independente está a R$3,37kg e a cotação para integrados, R$ 3,05kg, valores que deixam as margens do produtor muito apertadas.
Segundo, Valdecir Folador, presidente da ACSURS (Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), a oferta elevada é consequência da greve dos caminhoneiros - no final de fevereiro, inicio de março - onde boa parte dos abates foi paralisada gerando acúmulo de animais na fazenda.
"Os produtores ficaram basicamente uma semana sem poder tirar seus animais das granjas, que deveriam sair antes, e começaram a ganhar quase 1kg por dia. Então animais que deveriam ter 115 a 120kg, agregaram mais 7kg a 8kg de peso", afirma Folador.
Com isso, as plantas frigorificas precisaram abater de 3 a 4 finais de semana seguidas, para regular a oferta do mercado.
"É um efeito cascata, com o mesmo volume de animais, maior a oferta de carne por conta do excesso de peso", ressalta Folador.
No médio prazo, os produtores esperam melhoras, haja vista que naturalmente o mercado de suínos fica em baixa no período da páscoa e quaresma, e deve melhorar o consumo após esse período.
Ainda assim, a suinocultura está competitiva no mercado se comparado à carne bovina, e isso "tem sido um fator positivo que está evitando que a pressão de preços seja maior", explica Folador.
Outro fator que tem colaborado para o bom desempenho da carne suína no mercado interno, segunda Folador são as campanhas de esclarecimento da ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos) a nível nacional, que tem quebrado 'paradigmas' sobre o consumo da carne.
"Então, juntando o preço da carne bovina que está em alta, as campanhas, e a crise economia que cria uma pressão de redução de consumo, nos poderíamos ter um consumo ainda melhor", explica Folador.
A exportação também não tem registrado bons volumes, apenas com leve recuperação em março. O Rio Grande do Sul é o maior exportador de carne suína no Brasil, somando 26% do volume total, sendo assim, uma melhora no cenário de embarques no segundo semestre pode impulsionar os preços.
"Mas o que vai fazer com que os preços sejam melhores na matéria prima, é o volume de exportação. Não adianta exportar abaixo do esperado, com valor mais alto, porque não é suficiente para manter a rentabilidade da cadeia", explica o presidente.
A média do volume de exportação anual é de 550 mil toneladas, que "precisa sair do mercado interno para que o produtor tenha condição de agregar um valor melhor na venda do suíno vivo", conclui Folador.
Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas
0 comentário
Suínos/Cepea: Carne suína ganha competitividade frente à bovina
Preços dos suínos sobem em véspera de feriado com demanda firme e estoques reduzidos
Com sazonalidade e feriados, cotação do frango no atacado paulista registra avanço de 9,4% na primeira quinze de novembro/24
Volume exportado de carne suína alcança 59,4 mil toneladas até a terceira semana de novembro/24
Média diária exportada de carne de frango tem ganho 50,1% até a 3ª semana de novembro/24
Ovos/Cepea: Vendas crescem no atacado, mas preços seguem estáveis