Economia do Brasil: Inflação acima de 8% e mais aperto monetário no final do ano (Focus)
SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras projetaram pela primeira vez que o IPCA vai encerrar este ano com alta de mais de 8 por cento, ao mesmo tempo em que passaram a mostrar incerteza sobre a dimensão da alta da Selic na reunião de abril.
Ao mesmo tempo, a pesquisa Focus do BC publicada nesta segunda-feira mostrou que o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, elevaram ainda mais a perspectiva de aperto monetário para o final deste ano.
A mediana das projeções para o avanço do IPCA em 2015 agora é de 8,12 por cento, 0,19 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior, na 12ª piora seguida da estimativa.
A alta dos preços administrados é o grande peso, com a expectativa dos especialista subindo agora para 12,60 por cento, contra 12,00 por cento antes.
Em março, o IPCA-15 desacelerou a 1,24 por cento, mas a alta acumulada em 12 meses atingiu 7,90, nível mais alto em quase 10 anos. A meta de inflação é de 4,5 por cento com 2 pontos percentuais de tolerância para cima ou para baixo.
Para o final de 2016, a expectativa no Focus para a alta do IPCA é de 5,61 por cento, contra 5,60 por cento na semana anterior. A alta estimada para os administrados no ano que vem seguiu inalterada em 5,50 por cento.
O dólar também tende a pressionar os preços, com os especialistas vendo a moeda norte-americana a 3,15 reais neste ano contra 3,06 reais na pesquisa anterior. Para 2016, a projeção é de 3,20 reais, ante 3,11 reais.
APERTO
Sob o peso da inflação, o Copom elevou a Selic em 0,50 ponto percentual no início de março, para 12,75 por cento ao ano. No Focus, os especialistas consultados veem nova elevação na reunião de abril do Copom, mas a mediana das projeções, de 13,13 por cento, mostra incerteza quanto à dimensão dessa alta --na semana passada, ele viam a Selic a 13,00 por cento.
Para o final de 2015, o Focus ainda aponta a taxa básica de juros a 13,00 por cento na mediana das estimativas, mas o Top-5 elevou a projeção a 13,75 por cento, ante 13,50 por cento antes.
Para 2016, a mediana das projeções no Focus permaneceu em 11,50 por cento, enquanto o Top-5 elevou a projeção em 0,50 ponto percentual, a 12,00 por cento.
Sobre a atividade econômica, a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 tenha contração de 0,83 por cento, ante queda de 0,78 por cento anteriormente.
Para 2016 a projeção é de expansão do PIB de 1,20 por cento, 0,10 ponto percentual a menos do que no levantamento anterior.
(Por Camila Moreira; Edição de Alexandre Caverni)
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